Todas as Flores – O desmantelamento da Fazenda

Heróis.

E ESTAMOS NA RETA FINAL! O que é uma maravilha, tendo em vista a pataquada que “Todas as Flores” virou e como foi difícil acompanhar essa segunda fase da novela. Agora, acompanhamos Rafael sendo o herói bonzão e íntegro, capaz de qualquer coisa e exemplo para a humanidade, a inteligência irretocável de Maíra que só a motiva a tomar decisões acertadíssimas, e o amor incondicional que Judite tem pelo filho, Pablo… será que, no fim das contas, “Todas as Flores” teria se saído melhor na TV aberta do que se saiu no Globoplay? Difícil dizer… nunca poderemos, na verdade; eu normalmente tenho a impressão de que as novelas se beneficiam de um número reduzido de capítulos, por isso estou amando a ideia de “novelas de streaming”, mas tanta coisa deu errado aqui…

Falemos de Maíra – e de como é impossível defendê-la. Felizmente, por algum motivo que eu não consigo entender, eu não peguei ranço da personagem como peguei de outros (como o insuportável do Rafael), e acabei dando risada com a sua burrice extrema e com suas atitudes que não fazem o menor sentido. Fugir da cadeia porque “não aguentava mais ficar lá” e com um discurso de que “fugiu porque tem que provar que é inocente”? É uma sequência totalmente absurda, afinal de contas Maíra de fato comprou crianças, não sei onde ela vê a tal “inocência” dela, e ainda a vemos “se esconder” aonde? NA CASA DA JUDITE… que, por sua vez, se volta contra quem? Contra o Pablo, “que não devia ter ajudado a Maíra”. A Judite odeia o próprio filho, não é possível…

Quando o Rafael diz que quer criar o Rivaldinho e Judite diz ao Pablo que “é o melhor”?

Não dá para defender o “amor de mãe” da Judite, sério.

Igualmente revoltante é toda a sequência de “desmantelamento da fazenda”. Tudo funciona assombrosamente bem para Rafael e Diego, que invadem a fazenda sem a ajuda da polícia, inicialmente, e sem um plano bem articulado, e “desmancham” um esquema organizadíssimo que funciona há anos… só porque o roteiro quer. As cenas são forçadas, extremamente convenientes, salvam a vida de todos os personagens “importantes” com o superpoder do protagonismo, e ainda temos que aturar o boost de arrogância em Rafael, que é “o grande herói”, quando ele se torna um “justiceiro liderando uma revolução” ou qualquer coisa assim. Além de profundamente irritante (!), as cenas são vergonhosas e duvidam insanamente da inteligência do espectador.

Infelizmente, apesar de gostar muito do Humberto Carrão desde “Malhação 2009” e de ter amado acompanhar seus posicionamentos nas últimas eleições, eu não vou conseguir assistir a uma novela com ele tão cedo, porque eu vou lembrar do Rafael, dessa expressão de superioridade que ele faz, porque se acha um máximo, e não vou dar conta. A polícia eventualmente aparece, leva todos os envolvidos na organização algemados, e era para ser um momento emocionante e catártico, mas o roteiro não nos levou a isso… parece falso, forçado, sem sentido, e tudo o que eu senti foi raiva, mesmo. Diego não ajuda, porque pense em um personagem exagerado e, no fim das contas, inútil… supervalorizado, Diego foi mesmo uma grande decepção da novela.

 

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