Malhação 2008 – Os irritantes pais do Bruno

“Vocês dois vão ter que se casar!”

É engraçado como eu gosto tanto dessa temporada de “Malhação”, mas, ao mesmo tempo, tem algumas partes que eu acho completamente insuportável – o plot da gravidez da Angelina é muito bem-escrito em algumas partes, mas daí chegamos a essa parte de Marcos e Marília, os pais do Bruno, que interpretam um texto datado, mal escrito e pior: com uma atuação péssima. Não tem NADA que eu goste em nenhuma cena em que eles estão presentes, é completamente patético… depois que Angelina ficou mal, foi para o hospital e acabou tendo que ir para a casa do Gustavo, Bruno foi pressionado a contar a verdade da gravidez para os seus pais, de uma vez por todas, e então o casal resolve se meter na vida de Bruno e Angelina de uma forma invasiva e com discursos que parecem saídos do último século, no mínimo. E, reitero: com uma atuação sofrível.

Mas o texto não ajuda também…

Depois de alguns poucos dias no hospital, Angelina é liberada de volta para casa e, dessa vez, ela vai para voltar para o dormitório da escola… ou pelo menos é o seu plano, porque a primeira reação do Adriano é dizer que ela não pode ficar ali, e às vezes o Adriano realmente me irrita com as suas posturas como diretor. Felizmente, Beatrice intervém e eles falam com os donos do colégio, que concordam que aquele é um bom lugar para ela ficar, porque a Montanhas trabalha na escola o dia inteiro, então pode ficar de olho na Angelina, e ali é fácil para ela frequentar as aulas… tudo estaria começando a dar certo, se não fosse pela chegada dos pais do Bruno. Marcos, o pai, aparece pela primeira vez quando Angelina está saindo do hospital, e ele é um homem nojento desde a sua primeiríssima cena (conservador e machista, embora isso seja redundância).

Marcos chega no hospital fazendo exatamente o que não deveria: causando estresse à Angelina. Ao invés de cumprimentá-la, ele diz: “Eu quero saber como vocês vão consertar a besteira que vocês fizeram”. Primeiro que essa nem era uma conversa a se ter com a Angelina, e muito menos agora; ele que se entenda com o seu filho. Depois vem Marília, a mãe de Bruno, tão irritante quanto – na verdade, um pouquinho mais, só de maneiras diferentes… ela é melosa, exagerada, parece toda “empolgada” com a gravidez, e acaba se intrometendo mais do que o marido, e de um jeito ainda mais irritante, porque tem toda uma cena de “carinho”, um discurso de “ajuda”. Aff, é nojento… e daí eles fazem o que percebemos que eles fariam assim que eles apareceram: eles simplesmente anunciam, com sorrisos no rosto (sorrisos horríveis, escrachados, caricaturados, atuação péssima), “que eles vão ter que se casar”.

Sério, em que ano essa “Malhação” foi ao ar? 1918?

O plano é obrigar Angelina e Bruno a se casarem de qualquer maneira, e nenhum dos dois quer isso… Bruno diz isso para o pai, os dois brigam; Angelina, por sua vez, fica em silêncio, mas ela tampouco quer se casar. As coisas parecem piorar cada vez mais… quando Angelina, Domingas e Caju organizam uma quermesse beneficente na escola para ajudar o “Entre Mães”, o grupo de apoio que Angelina frequentou e que está precisando de dinheiro, a mulher do grupo sugere que Angelina seja a noiva do casamento na roça… e a irritante da mãe do Bruno se intromete, como sempre, dizendo que “é um bom ensaio para o casamento de verdade”. Realmente, alguém faria o que ela fez? Me arrisco a dizer que talvez sim, mas coitados dos adolescentes que têm mães como a Marília… na frente de TODA A ESCOLA, ela anuncia o casamento.

Que nenhum dos dois quer que aconteça!

“Ué, eles não contaram? A Angelina e o Bruno vão se casar!”

Não sei o que me irritou mais em toda a história, mas é uma mistura do texto mal escrito com a atuação ruim… não é possível que ela diga isso na frente de toda a escola, expondo o filho daquela maneira, com um irritante sorriso radiante no rosto, como se fosse a melhor notícia do mundo… sinceramente, eu quase pulei uns capítulos porque não estava com paciência, mas assisti e passei raiva – estava determinado a ter a experiência completa. Então, Angelina e Bruno se convertem nos noivos do casamento da quermesse, e é um verdadeiro inferno. Angelina está infeliz, Bruno está irritado, e o Guga está sofrendo… e ainda tem a Débora, insistindo para que eles voltem a namorar, e felizmente o Guga diz para ela que ainda gosta da Angelina e não vai voltar a namorar com ela. Depois, ele vai conversar com a Angelina perguntar se ela vai mesmo se casar com o Bruno.

E ELA DIZ QUE NÃO!

Ufa.

Angelina diz que isso é coisa dos pais do Bruno, mas eles “vão dar um jeito”, e eu amo como a Montanhas, felizmente, fica do lado certo dessa vez: diz que Angelina é muito novinha para se casar e que eles não precisam estar casados para serem uma família ou bons pais para o bebê que vai nascer… Marília se defende com a frase mais ridícula de toda essa história: “Sabe que que é? É um sonho nosso. A gente sempre quis engravidar”. Marília está louca para viver seu sonho através da gravidez da Angelina, o que é extremamente abusivo, e nada do que Angelina, Bruno ou Montanhas digam faz com que ela ou o marido mudem de ideia. Eles até levam os três para conhecer “o apartamento em que Angelina e Bruno vão morar”, um apartamento que Marcos comprou para os dois. Eles estão determinados a tomar conta da vida deles, e a comprar as suas ações.

É chato, o texto é ruim, a atuação piora tudo – caricaturada, escrachada, canastrona.

Precisa de muita paciência para ver esses capítulos.

 

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