Lost 6x14 – The Candidate

“I love you, Sun”

Estou DEVASTADO. É quase como se eu estivesse assistindo pela primeira vez. Não sei bem nem como expressar em palavras o que eu estou sentindo agora, mas precisei parar, depois de assistir “The Candidate”, para lidar com meus próprios sentimentos e com minhas lágrimas, porque esse é, possivelmente, o episódio mais triste de “Lost” para mim. Me importei com poucas mortes em “Lost” como me importei com as mortes de Sun e Jin, e parece particularmente injusto que eles tenham morrido agora e daquela maneira, logo depois de finalmente se encontrarem, depois de tanto tempo separados… toda a alegria que o episódio anterior conseguiu transmitir foi brutalmente ceifada durante esse, e essa é uma dor que marca a reta final de “Lost”.

Difícil escrever sobre “The Candidate”, porque estou pouco me importando com o restante dos acontecimentos, mas tentarei comentar a respeito deles. Nos flash sideways, dessa vez divididos entre Jack e Locke, Jack é o responsável por salvar a vida de Locke depois de ele ter sido atropelado por Desmond, mas ele não está satisfeito com isso: ele quer descobrir como foi o acidente que o deixou em uma cadeira de rodas, porque acredita que ele é um “candidato” (!) para um novo tratamento que eles vão começar a testar ou qualquer coisa assim… mas John Locke não parece muito disposto a falar sobre isso, e é veemente quando diz a Jack que ele não quer que ele o ajude. Mesmo com essa vontade manifesta, no entanto, Jack não para de insistir nisso.

Assim, Jack vai em busca de respostas mesmo sem a ajuda de Locke, e isso o leva até o Bernard e, eventualmente, até Anthony Cooper, o pai de Locke – e, no meio do caminho, também temos cenas de Jack com Claire, agora que eles descobriram que são família e estão se aproximando, e um momento simples, rápido e fora de destaque é particularmente doloroso para mim: quando Jin passa por Jack no corredor do hospital, levando flores para Sun. Sério, aquilo me acerta em cheio depois de tudo o que aconteceu na ilha… no fim das contas, Jack descobre os motivos de Locke e, na verdade, ele está se punindo por se sentir culpado por ter causado o acidente que o deixou na cadeira de rodas e deixou o pai em estado vegetativo, e exploramos um pouco da nova linha temporal de Locke.

Na ilha, todos que foram aprisionados por Charles Widmore retornam para as jaulas que conhecemos na terceira temporada de “Lost”, e eles não têm muitos planos ou esperanças, até que toda a energia seja desligada, os barulhos do Monstro de Fumaça comecem a ser ouvidos, e Jack apareça para libertá-los porque, aparentemente, “ele está com ‘Locke’”. Ainda que esteja “no mesmo grupo” que ele, Jack tem uma missão diferente e não planeja deixar a ilha, porque ele comprou a ideia de que precisa ficar ali e que ele ainda não terminou a sua missão. De todo modo, o grupo inusitadamente reunido começa a pensar em possíveis rotas de fuga da ilha, e a primeira delas, o avião, parece uma alternativa inviável quando “Locke” anuncia que ele está cheio de explosivos.

O que, no fim das contas, é uma grande ironia.

Uma ironia perversa.

“Locke” convence todos de que a única maneira de escaparem da ilha é roubando o submarino da equipe de Charles Widmore, e ele os manipula perfeitamente, sabendo o que eles vão fazer… e é assustador. Sawyer, liderando o grupo, planeja deixar o “Locke” para trás, e conta com a ajuda de Jack para isso, e parece que as coisas saem mais ou menos conforme o planejado quando “Locke” e Claire são deixados para trás e o submarino começa a submergir para longe da ilha… mas sabemos que as coisas não seriam assim tão fáceis, e “Locke” está tranquilo demais do lado de fora, porque esperava justamente que eles fizessem o que acabaram de fazer, e ele enviou, com eles, uma bomba que, ao explodir, pode matar os últimos candidatos e, depois disso, talvez ele esteja livre.

Todo o arco da bomba é DESESPERADOR. Jack acredita que não importa o que “Locke” tenha feito, ele não pode matá-los, então se eles simplesmente não fizerem nada, eles vão ficar bem… assim como foi com ele e com Richard, no Black Rock há alguns episódios. Sawyer, no entanto, não consegue confiar em Jack e esperar que a contagem do relógio zere, e, ao mexer na bomba, acaba acelerando o relógio e condenando a todos… afinal de contas, agora não terá sido “Locke” a matá-los, mas o Sawyer – então eles poderão morrer. Sayid até tenta ganhar tempo para os amigos, em um último momento de lucidez heroico que é um presente para o personagem depois dos últimos acontecimentos, mas a explosão vai afundar o submarino, de um jeito ou de outro.

E eles precisam escapar.

Assim, chegamos ao momento mais injusto, revoltante e triste do episódio (e de toda a série, provavelmente), quando o caos faz com que Sun fique presa embaixo de algo, e Jin faz de tudo para salvar a mulher que ama, que acabou de reencontrar e com quem tem uma filha esperando por eles no “mundo real”, mas a condução da cena vai nos fazendo perceber que não importa o que eles façam… eles não vão conseguir sair dali com vida. Sun tenta convencer Jin a ir embora, se salvar e a deixar, mas Jin não vai fazer isso – ele nunca mais vai deixá-la para trás. Os dois compartilham últimos momentos tristes conforme as esperanças de salvamento vão se esgotando, e se beijam e dizem que amam um ao outro pela última vez antes de morrerem ali, afogados, juntos…

De mãos dadas.

A cena dos dois de mãos dadas e as mãos se separando quando eles morrem e, portanto, não têm mais força para segurar a mão um do outro é UMA CENA HORRÍVEL DE SE ASSISTIR – e eu despenquei. Simplesmente NÃO É JUSTO que Jin e Sun tenham morrido. Dois dos maiores personagens de “Lost”, com um desenvolvimento lindíssimo e a representação de um amor verdadeiro e puro, que passaram temporadas afastados (e três anos dentro da história da série) e que acabaram de se reencontrar… a pureza do sentimento deles e a alegria daquele reencontro no episódio anterior são brutalmente manchadas pela dor desse episódio, embora tenha sido uma despedida linda para eles, que permaneceram juntos guiados pelo amor deles até o último momento.

Vou sempre sofrer por essas mortes.

Com uma grande quantidade de mortes em apenas um episódio, agora o Homem de Preto/Monstro de Fumaça vai querer terminar o que começou… Kate, Hurley, Jack e Sawyer (que curiosamente foi salvo por Jack!) estão bem, e quando Jack conta aos amigos que Jin e Sun não conseguiram sair do submarino, aquela simples cena da lágrima escorrendo do olho de Hurley no rosto já molhado me destruiu novamente, toda a dor é concentrada naquela única lágrima, e eu terminei o episódio chorando, angustiado. Eu adoro “Lost”, mas parte de mim parece estar agradecida de estarmos tão perto do final, porque eu não sei se “aceitaria” a morte de Jin e Sun se ainda tivéssemos muito caminho pela frente… para mim, eles sempre foram GRANDIOSOS demais.

 

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