Sítio do Picapau Amarelo (1978) – O Minotauro: Parte 3

“Eu já disse que não sou filho de Hércules nenhum!”

CHEGOU A HORA DE ENTRAR NO LABIRINTO E ENFRENTAR O MONSTRO. “O Minotauro” é uma história fascinante, com direito a tudo o que amamos no “Sítio do Picapau Amarelo”, como a Dona Benta contando histórias e ensinando coisas, muita aventura, um pouco de romance… e eu sou apaixonado por Mitologia Grega e sempre fui. Aguardamos ansiosamente pelo momento em que Teseu vai entrar no Labirinto do Minotauro, e ele o faz acompanhado não apenas de um novelo de lã, mas de Pedrinho, Emília e o célebre Visconde de Sabugosa. Agora, eles precisam encontrar o caminho até o centro do Labirinto, para salvar a Tia Nastácia e derrotar o Minotauro, mas tudo o que eles conseguem é ouvir os sons assustadores do monstro, vindo de algum lugar que eles não conseguem identificar… e não demora muito, na verdade, para que o trio se separe de Teseu!

Ansiosa por soluções, Emília grita o nome de Tia Nastácia, e ela fica emocionada ao ouvir a voz da bonequinha, porque então sabe que eles vieram até ali para salvá-la, e quando ela grita de volta, Emília e os demais também ficam aliviados ao perceber que ela está viva… agora, no entanto, eles precisam parar de gritar, ou então tudo o que farão é atrair a atenção do Minotauro, e eles precisam ajudar o Teseu a derrotá-lo antes de salvarem a Tia Nastácia – Emília só espera que essa coisa toda do “Teseu ter vencido o Minotauro” não seja “história da História”, e eu gosto dessa personalidade mais cética da Emília… eventualmente, sem conseguir encontrar a Tia Nastácia ou o Teseu, o trio acaba se sentando para descansar um pouquinho, e Emília não demora para adormecer no ombro do Visconde, que olha para ela todo encantado e apaixonadinho.

Ah, esses dois!

Enquanto isso, o Rei Minos continua agindo impulsivamente e de maneira cruel, mandando prender, por exemplo, Ariadne (sua própria filha!), Dédalo e Ícaro, os acusando de terem ajudado o Teseu. Quem acaba vindo ao auxílio deles é o deus Dionísio, e embora isso pareça bom, naquele momento, não o é, porque Dionísio fica encantado por Ariadne, e agora talvez ela não possa mais viver o amor que estava pensando em viver ao lado de Teseu! Ariadne implora para que Dionísio, com seus poderes como um deus, ajude a salvar Teseu do Labirinto e do Minotauro, mas ele diz que não pode fazer isso, e a mãe da garota a explica que o Minotauro é filho do touro sagrado e, por isso, está sob a proteção do grande deus, então ninguém pode fazer nada. Isso agora só depende do próprio Teseu e, é claro, do pessoal do Sítio que está lá para ajudá-lo.

No Século de Péricles, Dona Benta e Narizinho continuam causando um rebuliço, falando demais, falando de invenções do futuro, ou se apaixonando… Narizinho está encantada por Alcibíades, e ela chega a conversar sobre isso com Dona Benta, e diz na lata o que está sentindo: “Pena que a gente não vai poder ficar morando aqui, né, vovó? Se a senhora não tivesse o Sítio para cuidar…” Dona Benta até começa a pensar que está chegando a hora de ir embora, mas Péricles a convida para um grande banquete que foi preparado exclusivamente em sua homenagem, “a figura mais importante que apareceu em Atenas desde que ele se conhece por gente”, e Dona Benta não poderia estar mais lisonjeada. Alcibíades não tarda a aparecer para acompanhar Narizinho no evento, e até mais do que isso: ele pergunta para a garota se ela quer ser sua namorada!

Como Narizinho pode responder a isso?

No Labirinto, Teseu eventualmente encontra o Minotauro, mas a verdade é que o espaço ali é muito pequeno para uma batalha e o Minotauro é muito forte – Teseu precisa atraí-lo para um lugar onde ele possa usar sua velocidade a seu favor. Por isso, ele acaba se afastando do monstro e reencontrando as crianças, enquanto planeja o que vai fazer para derrotar o Minotauro. Enquanto fogem, o grupo reunido acaba chegando ao centro do Labirinto, onde encontram a Tia Nastácia e o Rabicó, e Emília usa o Faz-de-Conta para abrir a porta da cela, e ela e o Visconde entram para celebrar com eles, um momento muito fofo, mas o Minotauro passa, fecha a porta e o Faz-de-Conta de Emília para de funcionar… felizmente, Pedrinho e Teseu já não estavam mais lá a essa hora, porque tinham saído com um plano de atrair o Minotauro para a ampla “sala do trono”.

Ali Teseu poderia enfrentar o monstro com tranquilidade.

Pedrinho dá dicas a Teseu sobre como vencer o Minotauro, falando sobre um ponto fraco que o monstro tem na nuca, e Teseu coloca na cabeça que Pedrinho só pode ser filho de Héracles, porque tem “sua inteligência e sua coragem”. Quando o Minotauro aparece e o Teseu pula sobre ele para enfrentá-lo, Pedrinho grita conselhos de longe, mas acaba se envolvendo também na batalha, subindo nas costas do monstro, e quando vê que eles não podem vencê-lo, ele grita por Visconde e por Emília, e quando escuta os gritos de Pedrinho pedindo sua ajuda, Emília consegue usar o Faz-de-Conta uma vez mais para abrir a porta da cela, então o grupo todo se reúne na sala do trono para derrotar o Minotauro… é uma verdadeira confusão, cheia de gritos (“A nucaaaa! A nuca, Teseu!”) e torcida, até que o Teseu finalmente faça o que a História conta e mata o Minotauro.

É o fim do monstro.

Agora, eles só precisam carregar o Minotauro para fora do Labirinto, para mostrar a todos que ele foi derrotado e que nenhum sacrifício precisa ser enviado para lá nunca mais. O problema é que, quando eles encontram a linha que o Teseu desenrolou em seu caminho até ali, ela foi cortada pelo Minotauro, e a palavra mágica não funciona para tirá-los de lá – alguma coisa impede a magia de funcionar perfeitamente dentro do Labirinto. Adorei a cena do Pedrinho reclamando, dizendo que a história “não conta que Teseu teve dificuldade para sair do Labirinto”, e Teseu responde dizendo que “a história também não conta que ele foi ajudado pelo filho de Héracles”, e o Pedrinho protesta: “Eu já disse que não sou filho de Hércules nenhum!” Eu adoro esse clima leve, essas piadas tão bem colocadas, a energia desse “Sítio do Picapau Amarelo” é uma delícia.

Antes que o grupo de heróis possa sair do Labirinto, Minos manda Ariadne, Ícaro e Dédalo para serem devorados pelo monstro, antes de saber que o Minotauro está morto, e felizmente Ariadne e Teseu se encontram lá dentro, um reencontro muito bonitinho e feliz, e todos acabam encontrando a outra parte da linha e saindo juntos do Labirinto, para uma nova era na Ilha de Creta… como Teseu diz, a maldição finalmente acabou, o monstro está morto… Minos fica bravo, diz que eles mataram o touro sagrado de Creta e por isso irão enfrentar a ira de Poseidon, por isso manda matar todos eles, mas Dionísio aparece para interceder e mandar que Minos os solte. Parece até uma boa ação, em um primeiro momento, mas Dionísio não faria isso se não tivesse algo em mente… então, ele manda que o Rei solte todos, mas não deixa que Ariadne vá com eles.

Ele quer que Ariadne fique com ele.

Como Teseu e o pessoal do Sítio podem salvar Ariadne de um deus?

 

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