Club 57 – O assustador Dr. Diaz

O “nono” de uma linha do tempo alternativa…

Essa mudança toda do Manuel de 1957 ao horrível Dr. Diaz de 2019 me faz pensar em outra parte de “De Volta Para o Futuro”, dessa vez na pessoa que o Doc Brown se tornou na HQ “Citizen Brown”, mas eu acho que menos pessoas conhecem essa história… quando Eva e Rubén chegaram à versão alternativa de 2019, depois de terem mexido com a linha do tempo em 1957 – Rubén deixara um gibi com anotações de nomes de empresas que Manuel devia pesquisar e comprar ações –, as coisas já não são mais como costumavam ser… além de eles serem ricos, os pais estão separados e sem se falar há anos, Delaila já não é mais a melhor amiga de Eva, Martín não parece estar em lugar nenhum, a senhora dos gatos é agora a “secretária do Dr. Diaz”, e o próprio Dr. Diaz (o Manuel, o nono) não aparece em lugar algum, porque ele está muito ocupado.

“Club 57” cria todo um suspense que dura alguns poucos capítulos até apresentar o “Dr. Diaz”, a versão de 2019 do Manuel que conhecemos em 1957, e é quase impossível reconhecê-lo como a mesma pessoa, mas 62 anos e uma infinidade de acontecimentos que desconhecemos separam essas duas versões do personagem. Eva está determinada a descobrir o que foi que eles fizeram em 1957 que mudou tanto assim a história, para poder “consertar as coisas”, mas Rubén está disposto a aceitar as mudanças dessa linha temporal por coisas materiais como o iate e o cinema 3D que eles têm em casa. Eva esteve muito perto de descobrir o motivo de tantas mudanças, quando Delaila encontrou o gibi de 1957 em casa, mas Rubén sabe que a culpa é dele e que a irmã vai ficar furiosa com ele, então ela deu um jeito rapidinho de tomá-lo de volta antes que ela veja o que ele escreveu…

O Dr. Diaz faz a sua primeira aparição enquanto os irmãos brigam pelo gibi, e ele está bravo, perguntando “o que está acontecendo ali”. Felizes, sem saber o quanto o avô mudou, Rubén e Eva correm para abraçá-lo, festejando, pulando em cima dele… eles estão tão felizes e tão carinhosos, e ele é um velho amargurado e insuportável. Não se parece mais em nada ao Manuel que conhecemos em 1957, se tornou uma pessoa grosseira e preocupada exclusivamente com negócios, com dinheiro, deixou de lado as paixões que tinha, como astronomia ou invenções… e isso tudo é muito triste. As coisas mudaram por ali, e o “Dr. Diaz” briga com Rubén por ele não ter feito as ligações que devia ter feito, por exemplo, porque “eram para clientes muito importantes”, ou então chama a atenção dos dois “pela maneira como eles estão vestidos”.

“Quanta informalidade!”

O primeiro encontro dos Irmãos García com o Dr. Diaz mostra o tipo de nono que eles criaram: insuportável. Ele diz que “não gosta de brincadeiras” e que “enquanto Rubén não colocar o terno, a gravata e não cumprir com suas responsabilidades, ele não quer falar com ele”. Quando ambos tentam falar com ele, ele responde com um “Já disse, estou muito ocupado, não tenho tempo agora. Outro dia nos falamos”. Mais tarde, o Dr. Diaz fica FURIOSO quando vê Eva no seu escritório, mexendo em seu computador sem sua autorização, e ainda briga com eles por eles o chamarem de “nono”, os lembrando que devem se referir a ele apenas como “Dr. Diaz”. Numa cena tristíssima, Eva fala sobre uma chuva de meteoros que vai acontecer naquele dia, e o chama para ver com ela, e ele é ranzinza e grosso ao dizer que “não lhe ocorre melhor maneira de perder tempo”.

A astronomia era a paixão dos dois.

Era algo que os unia…

Agora eles não têm nada.

Eventualmente, Rubén consegue conversar com o avô sobre o diner – ele ama aquele lugar, porque foi onde ele trabalhou em 1957, e ele ficou desesperado ao descobrir que ele seria demolido, e agora ele implora para o Dr. Diaz não fazer isso, e o Dr. Diaz simplesmente diz que “pode cancelar a demolição, foi ideia de Rubén mesmo”, mas ele só diz isso para que Rubén o deixe em paz, ele não pensa em cancelar a demolição… e Eva escuta como ele mentiu para o próprio neto. Ela confronta o avô, diz que isso vai partir o seu coração, e eu ODIEI como o Dr. Diaz foi cruel debochando dela, fingindo desespero, perguntando se eles deviam fazer como nos filmes e correr até o diner para salvá-lo da demolição… ele se tornou uma pessoa realmente irritante e difícil de se conviver. E quando Eva conta a verdade a Rubén, ele simplesmente não acredita.

Porque é conveniente para ele.

“El Dr. Diaz es un hombre de sola una palabra”

“Lo sé. Y esta palabra es contradicción”

Eventualmente, Eva descobre O GIBI QUE CAUSOU TODA ESSA CONFUSÃO. Quando ela e Delaila tropeçam numa mochila que Rubén deixa jogada por aí, as coisas todas caem no chão, e Delaila volta a encontrar o gibi, dessa vez reparando nas anotações dos nomes das empresas que foram feitas por Rubén… brava, Eva vai imediatamente falar com Rubén, porque isso tudo é culpa dele. É engraçado como, ainda que seja uma cena muito séria e o Rubén esteja muito errado, Eva consegue fazer com que aquilo tudo seja meio divertido, no fim. Mas ela também diz ao irmão algo muito importante: um dia ele vai se cansar de todas as coisas que eles têm na casa, porque são apenas “coisas”, e então ele vai começar a sentir falta do que eles tinham antes. Da família, dos pais, do Martín… é claro, no entanto, que Rubén não está preparado para fazer algo: voltar a 1957 para consertar a linha do tempo “dá muito trabalho”.

Eva vai ter que fazer tudo sozinha.

Ah, e eles descobrem que Martín não existe mais…

…agora, eles têm uma irmãzinha: Martina.

 

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