[Season Finale] American Horror Stories 1x07 – Game Over

Escape the Murder House.

Demorei para sentar e escrever sobre a minha opinião em relação a “Game Over”, o último episódio dessa temporada de “American Horror Stories” – o episódio apresentou uma premissa muito bacana e um desenvolvimento não só fraco, mas bagunçado, o que também se pode dizer sobre a temporada como um todo. “Game Over” tinha dois bons caminhos possíveis a seguir (eu estava bem animado nas primeiras cenas, sério), mas eles escolheram um caminho aleatório que buscou fazer uma série de autorreferências e usou a metalinguagem de uma maneira tão desorganizada que, no fim, a gente só termina o episódio se perguntando “O que aconteceu aqui?” Até onde sabemos, “American Horror Stories” já estava confirmada para uma segunda temporada, e eu acredito que ela realmente seja produzida, mas espero que algumas coisas sejam repensadas.

A começar pela excessiva dependência à série original… fan service é legal, desde que na medida certa e no mínimo razoavelmente bem explicado. “Murder House”, infelizmente, já deu o que tinha que dar. Foi onde tudo começou para esse universo de “American Horror Story” e de fato é uma temporada muito boa, mas já é hora de deixá-la descansar – de purificá-la com fogo ou qualquer coisa assim. A insistência na “Murder House” quase apresentou um episódio bacana, naquele início protagonizado por Noah Cyrus, como Connie, e Adam Hagenbuch, como Dylan. Os dois eram fãs de “American Horror Story” e queriam conhecer a casa da primeira temporada da série e se aventurar em uma experiência de escape room montada naquele cenário, com base nos personagens e nas histórias que faziam parte de “AHS” – e essa era uma premissa muito boa!

Mas que não se sustentou…

Começamos bem, gostei das referências a “Asylum” e “Roanoke”, por exemplo, e eventualmente ficção e “realidade” se misturam e Connie e Dylan se veem fugindo de espíritos que ficaram presos na Murder House – espíritos que só deviam existir no universo da série. Mais bagunça acaba surgindo quando personagens de “Asylum” e de “Freak Show” aparecem na casa (?), e então descobrimos que essa coisa toda de “Escape de Murder House” era apenas um jogo de videogame que estava sendo desenvolvido por Michelle, na esperança de se conectar com seu filho adolescente, Rory, cuja série favorita é “American Horror Story”. Ele a acusa, no entanto, de “não entender” de fato a série, e Michelle acaba se envolvendo em uma obsessão imensa pela Murder House e pelo videogame que está desenvolvendo – a ponto de comprar a casa em questão.

A ideia do videogame era a segunda ideia que, bem aproveitada e bem escrita, poderia ter dado muito certo. Mas Michelle acaba se aventurando na Murder House durante uma noite de Halloween (e mente para o filho que está indo para uma convenção de histórias de terror na qual os criadores de “American Horror Story” estarão presente, para que ela “entenda mais” sobre a série ou algo assim), e acaba descobrindo os fantasmas que moram ali, sendo assassinada e ficando presa… o roteiro é bagunçado porque, por exemplo, estamos em um universo no qual supostamente “American Horror Story” existe como série, mas o Dr. Ben Harmon, um personagem da série interpretado por Dylan McDermott, também existe e está passando sua eternidade após a morte preso dentro das paredes daquela casa… o que é real e o que não é?

Para mim, um dos principais problemas de “Game Over” foi os personagens que eles trouxeram de volta. Foi legal ver a participação especial de Dylan McDermott, mas foi um porre ver o retorno do elenco de “Rubber(wo)man”, que eu achei um episódio bem ruizinho de “American Horror Stories” – a não ser pela Dra. Andi Grant, que foi a única personagem daquele episódio de quem eu gostei de verdade! Mas quando o episódio volta a ser sobre o “romance” de Scarlett e Ruby, sinceramente, eu fiquei tão entediado que eu só queria que o episódio terminasse de uma vez… foi chato acompanhá-las na Parte 2 de “Rubber(wo)man” e quando eu pensei que estava livre, elas retornam e transformam uma boa parte do Season Finale sobre elas – acho que alguém por trás da criação de “American Horror Stories” achou que “Rubber(wo)man” seria um hit e estaríamos ansiosos por mais.

Não estávamos.

No fim, parece que o episódio quer dar um fim a Murder House, de uma vez por todas, e aos personagens que conhecemos ali – e seria algo bacana a se fazer, até para que o tema seja finalmente deixado em paz. Rory, reencontrando a mãe um ano depois do seu assassinato, no próximo Halloween, tem uma ideia para libertar os espíritos da casa: queimando-a. E é o que ele faz no dia seguinte, e temos uma sequência bem interessante. Ruby não quer permitir que a casa queime, porque ela não quer “ficar livre” (gente, alguém gostou da Ruby?), mas os próprios espíritos da casa a impedem de chegar até Rory para impedi-lo de colocar fogo, porque a maioria deles cansou de estar preso naquele lugar eternamente… então, eles deixam que a casa pegue fogo. Três anos depois, uma nova casa foi construída no lugar, Scarlett a compra e se reencontra com Ruby.

Anyway…

Novamente, o fim do episódio deixa algumas coisas em aberto… depois de vermos Scarlett e Ruby “vivendo felizes para sempre” na nova casa ou qualquer coisa assim, descobrimos que isso tudo era uma partida de videogame de Rory, o “Escape de Murder House 2.0” desenvolvido por Michelle – desde quando os acontecimentos do episódio não eram reais? Não sei dizer. Mas, ao que tudo indica, Michelle nunca morreu na Murder House e, provavelmente, a casa nunca foi queimada, o que também nos priva daquela finalização para esse arco de “American Horror Story” de uma vez por todas… minha teoria é de que “não era real” desde que ela visitou o Rory na casa do pai e disse que iria para a tal convenção. Acho que ela não voltou à Murder House, como vimos no episódio, mas foi de fato à convenção, conversou com os criadores, entendeu a temporada e voltou para casa para desenvolver o novo jogo…

Sei lá. Não vale a pena pensar muito mais a respeito.

Vamos ver, agora, o que a 10ª temporada de “American Horror Story” tem a oferecer.

 

Para mais postagens de American Horror Stories, clique aqui.

 

Comentários