Lost 1x23 – Exodus: Part 1

“You only have three choices: run, hide, or die”

Com todas as temporadas lançadas e eu assistindo à série pela segunda vez, mas ainda assim profundamente emotivo com a conclusão a primeira temporada. O Season Finale em três partes começa com “Exodus: Part 1”, exibido em 16 de maio de 2005, e é um dos melhores episódios de “Lost”: além de introduzir alguns temas e de parecer uma corrida contra o tempo para se proteger dos Outros, o episódio faz o que “Lost” sempre fez de melhor: mostrar pessoas e fazer com que nos importemos com elas. Já disse mil vezes, e digo novamente: “Lost”, muito mais do que a Ilha, a Dharma ou os Outros, é sobre as pessoas, e episódios como “Exodus” conseguem equilibrar as várias facetas de “Lost” com maestria. Estou ansioso para ver os Outros, para abrir a Escotilha, mas também poderia passar horas acompanhando as emocionantes despedidas do pessoal da balsa.

Danielle Rousseau retorna com um aviso: os Outros estão vindo. Danielle fala sobre como aconteceu com a sua tripulação, e sobre como o primeiro sinal de que eles estão vindo é a fumaça preta que se levanta da mata… segundo ela, eles precisam decidir logo que vão fazer: se eles vão correr, se esconder ou morrer. Preocupados com a possível chegada dos Outros (eles mal conhecem Danielle e ela está sozinha na ilha há 16 anos, mas ela é muito convincente para eles se permitirem duvidar… e, de qualquer maneira, uma fumaça preta de fato surge na floresta), os sobreviventes do Voo 815 começam a pensar em planos: eles aceleram a partida da balsa que Michael, Jin e os demais estão construindo há dias, enquanto outro grupo vai para a floresta em busca dos explosivos de Danielle para, quem sabe, conseguirem abrir a Escotilha do lado de fora.

Assim, o grupo de sobreviventes se divide – se eles conseguirem abrir a Escotilha, talvez seja um lugar onde eles podem se esconder dos Outros… embora, como o Sayid chega a comentar, eles não sabem nada sobre essa Escotilha, ela não pode ser aberta do lado de fora, e pode muito bem ser uma estrutura justamente dessas outras pessoas. De qualquer modo, parece ser a única opção que eles têm, e eles vão tentar aproveitá-la. Assim, a jornada cada vez mais para dentro da ilha inclui Jack, o líder, Kate, como sempre, Hurley, Locke, que não deixaria ninguém tentar abrir a Escotilha sem ele, Arzt, que é um professor de ciências que ganhou destaque desde o episódio anterior e a própria Rousseau, que lidera o caminho até a BLACK ROCK, que acaba não sendo uma pedra de fato, mas sim um navio que naufragou na Ilha em algum momento distante do passado.

Uma das cenas mais surpreendentes e mais interessantes do episódio vem protagonizada por Sawyer e Jack. Jack está prestes a sair na missão rumo ao interior da floresta, e quando ele retornar a balsa já terá partido, o que quer dizer que Sawyer terá ido embora, então eles se “despedem”, e é muito bom como, com toda a relação bizarra deles, Sawyer não tem coragem de ir embora da Ilha antes de dizer para Jack que conheceu o seu pai, Christian, mais ou menos uma semana antes do Voo 815, na Austrália… é linda a cena em que Sawyer fala o que Christian lhe disse, como diz que ele estava orgulhoso do filho e tudo o mais – o que emociona o Jack e tira um peso das suas costas. É uma cena muito bonita, e o Sawyer arrasa, porque ele consegue fazer isso do jeitão dele, sem ser insensível, mas também sem descaracterizar o personagem. É incrível!

Adorei o que o episódio fez com os flashbacks – em “Exodus”, acompanhamos flashbacks de vários personagens diferentes, o mais próximo possível do embarque deles no Voo 815. O primeiro deles é com Walt e Michael e a relação complicadíssima que eles tinham antes da ilha. O segundo é de Jack, que curiosamente apresenta Ana Lucia (eu nem lembrava dessa aparição dela na primeira temporada, para dizer a verdade, e adorei a surpresa!), uma mulher que “foi colocada na parte de trás do avião”. O terceiro é de Sawyer, e o vemos ser preso e deportado de volta para os Estados Unidos, e então entendemos por que ele estava naquele avião. Outros flashbacks mostram a Kate e o seu aviãozinho, a Shannon e o Boone brigando e a Sun ouvindo comentários de uma mulher que está julgando a sua relação com Jin achando que “ela não entende inglês”.

Acho que o grande destaque do episódio é a partida da balsa e as despedidas que o evento gera. É bonito, mas, ao mesmo tempo, triste como as pessoas estão esperançosas com aquilo, porque olhamos para aquela balsa e sabemos que as coisas não vão dar certo – não têm como dar certo. Mesmo assim, todos estão ajudando como podem, Charlie está recolhendo mensagens dos sobreviventes que vão ficar na ilha em uma garrafa para serem entregues aos seus amigos e familiares quando a balsa for resgatada, e temos uma cena inesperada e muito bonita de Walt e Shannon. Walt se aproxima dela para perguntar por que ela está dobrando as roupas, e lhe dá Vincent de presente, dizendo que ele pode cuidar dela, como cuidou dele quando sua mãe morreu, e que ele é muito bom em escutar, caso ela queira falar com ele sobre a morte de Boone.

Foi uma atitude tão bonita, uma cena emocionante.

Mas nenhuma cena me emocionou tanto quanto a de Sun e Jin – mas acontece que EU AMO ESSES PERSONAGENS, e aquele momento é algo que me faz elogiar o incrível desenvolvimento de “Lost”, que não está apenas jogando mistérios, como algumas pessoas que nunca se dedicaram a assistir à série pensam… na verdade, ela está contando a história dessas pessoas e o faz muito bem, o desenvolvimento desses personagens é a prova disso. A despedida de Jin e Sun é um dos momentos mais lindos da série, e eu comecei a chorar assim que Jin começou a ler o caderninho que Sun deu para ele, com algumas palavras que podem ser importantes para ele conseguir pronunciar em inglês… eu confio demais no amor desses dois, e é lindo vê-lo pedir desculpas, e vê-lo dizer que está naquela ilha como punição por tê-la feito sofrer, mas dizendo que agora precisa ir para salvá-la. Os dois se abraçam, dizem que se amam, se beijam e se despedem.

É um dos momentos mais intensos e mais bonitos da temporada para mim.

A última cena é uma cena prolongada da balsa velejando, e naquele momento, até começarmos o próximo episódio, talvez nos permitamos ter alguma esperança, porque quase parece que vai dar certo… assistimos à esperança daquelas pessoas, sejam as que estão na balsa, fazendo tudo o que podem, ou as que estão na praia, aplaudindo e gritando a cada pequena vitória. Confesso que fiquei o tempo todo tenso esperando que alguma coisa ruim acontecesse para deixar o telespectador ansioso pelo próximo episódio, mas eles escolhem terminar o episódio em uma nota de esperança – ou quase. Depois dessa cena da balsa, temos uma única e rápida cena da fumaça preta subindo da floresta, e ela não só representa a chegada dos Outros em breve, como nos faz pensar no monstro de fumaça, que ainda não fez a sua estreia oficial na temporada, mas fará em breve.

 

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