Vice Versa, Episode 9 – Midnight Black

“Eu acho que estou apaixonado por você”

Talvez um dos episódios de que mais gostei em “Vice Versa” até o momento. Conforme começamos a nos aproximar do final da série e, consequentemente, do retorno de Puen e Talay ao seu universo original, “Midnight Black” traz algumas questões interessantes a respeito do Multiverso e do retorno para casa: o que fazer se você não quer voltar à sua antiga vida? Puen (que continua sendo chamado apenas de “Tun” por Talay) e Talay estão vivendo o momento mais fofo do relacionamento deles, desde que os sentimentos vieram oficialmente à tona, e talvez eu esperasse vê-los ainda mais namoradinhos do que estavam, mas eles protagonizam algumas cenas fofas – não aquela do cinema, porque achei bem tosco o lance das mãos sobre a pipoca do outro, mas aquela durante a noite, do Puen “despindo” a almofada que era para ser Talay, por exemplo!

O principal conflito do episódio vem na noite do aniversário de Puen – ou, na verdade, na noite do aniversário de Tun. Como não é o seu aniversário de verdade, Puen nem previu a pequena festa surpresa que tinha sido preparada para ele pela família e pelos amigos, então ele fica bem emocionado quando Talay e os demais entram trazendo um “algodão doce de aniversário” (você sabe, as diferenças aleatórias criadas para esse outro universo), e a cena vai ganhando camadas conforme o episódio avança e vamos entendendo o porquê de ele ficar tão emocionado, olhando para a família de Tun e para os seus novos amigos daquela maneira… quando ele está sozinho com Talay, mais tarde, e eles estão conversando sobre tudo o que estão vivendo e sobre voltar para casa, Puen diz algo que está em sua mente há muito tempo: e se ele não quiser voltar?

Acredito que admitir aquilo a Talay exigiu coragem, e Talay não entende – ele acha que “Tun” está sendo egoísta por querer “viver a vida de outra pessoa”, e ele nem sabe se o verdadeiro Tun está feliz no outro universo vivendo a vida dele… a maneira como o clima pesa naquele momento, como Talay se decepciona e pergunta “onde está o cara que prometeu que voltaria com ele”, e como eles se separam é doloroso. Não é uma briga/separação oficial tipo término de namoro, mas é algo triste tendo em vista que tem a ver com as coisas nas quais a pessoa acredita. Talay está inevitavelmente decepcionado por pensar em Tun como uma pessoa egoísta que roubaria a vida de outra pessoa. Eventualmente, no entanto, ele tenta entender que tipo de motivos poderiam levá-lo a não querer voltar para o seu próprio universo… e ele vai em busca de respostas.

Talay conversa com Pang, a mulher que conhece Puen do outro universo, e embora ela não possa contar o verdadeiro nome de Puen, ela pode falar um pouco sobre ele e sobre como, no seu universo, “Tun” não tem amigos e ele perdeu sua família quando ainda era muito jovem… ela entende perfeitamente por que ele escolheria ficar naquele lugar, onde ele encontrou o amor e o acolhimento de uma família, que ele não tem há muito tempo, e bons amigos. Ele percebe, então, que ele não pode julgar a dor e a escolha do outro baseado na sua própria vida e na sua própria dor, então ele vai atrás de Puen, que “desapareceu” porque foi para uma ilha deserta ou algo assim – mas é menos dramática do que parece, e os dois compartilham bons momentos quando se encontram a caminho da ilha e Puen ajuda Talay a atravessar um banco de água.

Esse foi, para mim, um dos momentos mais sinceros, intensos e íntimos que Puen e Talay compartilharam desde o início de “Vice Versa”, e fiquei bastante feliz por isso! É interessante ver Talay conversar com Puen sobre o mesmo assunto de que conversaram no aniversário de Tun, mas agora com outra visão porque ele aprendera algumas coisas, e é visível como eles se entendem, de certa maneira… no fundo, Puen sabe que Talay tem razão e que ele não pode viver a vida de Tun para sempre, mas ele tem medo de voltar para a sua realidade e de estar sozinho novamente – dessa vez, no entanto, ele não estará sozinho, porque Talay estará lá com ele. Lindíssimo o momento em que Puen diz que teme acordar e “não ter ninguém esperando por ele”, e então pede que Talay seja essa pessoa… ele não precisava nem pedir, Talay sempre esteve disposto a ser…

Em paralelo, o episódio desenvolve um pouquinho um possível casal secundário – talvez seja um pouco tarde para isso, tendo em vista que já estamos no nono episódio de “Vice Versa”, mas Aou e Fuse compartilharam alguns momentos bacanas. Aou leva Fuse até a clínica veterinária do Dr. Mix (mais uma participação especial de um ator de BLs do canal!), para que ele possa aprender um pouco mais sobre a profissão que vai interpretar no novo filme dos Friend Credits, como o Dr. Wayu. A química dos dois é interessante, gostei de como eles se provocam, de como brigam, mas de como existe um possível romance nascendo, e acho que teria sido muito legal ter apostado em algo assim com antecedência… de qualquer maneira, toda a sequência valeu, os dois se conectaram graças ao cachorro acidentado, e o Fuse sem camisa e de avental é a coisa mais fofa do mundo.

E, falando em fofura, eu adorei a última parte do episódio e para onde o roteiro nos levou: PUEN DESCOBRE QUEM É O TALAY NO SEU UNIVERSO. Os Friend Credits estão trocando presentes, e o presente de Talay a todos é um chapeuzinho estilizado por ele mesmo: o que idealizou para Puen é exatamente igual àquele que ele dera para Puen no banheiro, no primeiro episódio, com a alpaca desenhada… e foi lindo ver todos os detalhes da cena. É como se parte de Talay talvez soubesse que “Tun” é Puen, uma parte de si que ele não entende, é claro, e Puen percebeu, assim que recebeu o presente, que já conhecia aquele chapéu, mas ver a sua expressão conforme a identidade de Talay ia ficando mais e mais clara foi perfeitamente adorável, e então eles dizem que estão apaixonados um pelo outro e se beijam novamente… o melhor episódio para o casal, na minha opinião.

Agora, será hora de voltar para casa?

 

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