Vice Versa, Episode 8 – Cloudy Gray

“Eu gosto de você”

Sinto que eu vou terminar “Vice Versa” sem deixar de lado meu sentimento controverso em relação à série: oito episódios, e ainda tenho a sensação de que estou assistindo algo que não é ruim, mas que tampouco é bom… com um roteiro muito mais simples do que o que prometeram (não tem os esperados toques de ficção científica e parco desenvolvimento da trama dos “universos”), “Vice Versa” é um BL bem genérico – o que não é necessariamente algo ruim, mas não é o que eu esperava… sinto que essa história poderia muito bem ter sido contada no “nosso universo” e isso não faria diferença alguma ou pouquíssima diferença (na verdade, impediria comentários como “Eu nem sei qual é seu rosto, mas eu gosto de você do mesmo jeito”, mas nada mais do que isso, convenhamos), tendo em vista que o centro da narrativa está na produção de filmes.

“Cloudy Gray” gira quase que inteiramente em torno de mais uma tentativa dos Friend Credits de emplacar um filme – o que está se tornando cansativo. Seguindo nas críticas a “Vice Versa” (porque embora parte de mim goste da série, eu não posso deixar de fazê-las se é o que eu sinto enquanto assisto), continuo com a sensação de que os episódios são longos demais para o que acontece… mais de uma vez me pego verificando o tempo para descobrir quanto falta para acabar o episódio – e, nesse embalo, aproveito para dizer que 12 episódios é coisa demais para um BL com a trama de “Vice Versa”. 10 episódios seriam suficientes… 8 seria o ideal (comentei isso lá no início, temendo não haver história o suficiente para os 12 episódios, e o medo se concretizou). E será que, dessa vez, a declaração e o beijo vão significar algo na relação dos protagonistas?

Porque a série adora andar em círculos.

A empresa do pai de Tess anuncia que não vai produzir mais o projeto dos Friend Credits, e como ele e Puen não querem aceitar o dinheiro que o pai está disposto a investir do próprio bolso para financiar o filme, os quatro amigos começam a planejar coisas como “vender roupas de grife” ou “vender um barco da família”, e começam a produzir um filme sozinhos, com razoável facilidade – deve ser legal ser rico e ter contatos, eu não sei dizer… Talay e Puen conseguem os 15 milhões de que precisam e começam a escalar o elenco e a procurar um diretor – e é aí que a série traz Mek, um novo personagem colocado para estremecer (ou impulsionar) a relação de Talay e Puen: um cara chato que se parece com o primeiro amor de Talay, na época da escola, e que foi apaixonado pelo verdadeiro Tess no Ensino Médio, antes de eles brigarem por causa de um projeto…

Mek é insuportável – e não de um jeito legal de se acompanhar. Em novelas, eu tendo a gostar muito de vilões (o que seria de “Maria do Bairro” sem Soraya Montenegro ou de “A Usurpadora” sem Paola Bracho, por exemplo?), mas vilões carismáticos não são a regra… mal escrito e forçado, Mek é um imaturo que adora fazer birra e exigir coisas sem sentido, sempre dizendo que, se não for do seu jeito, “ele não vai mais dirigir o filme” – o que, a meu ver, nem fez sentido… como se ele fosse o único diretor possível em toda a Tailândia! Nem fez sentido Puen e Talay continuarem com ele depois de ele ter abertamente falado sobre querer sabotar o projeto, mas o roteiro insistiu nisso porque queria gerar tensão entre os protagonistas, e fazer com que Puen se sentisse enciumado com a proximidade dos dois… e ele de fato fica incomodado.

O único avanço significativo de “Cloudy Gray”, então, está no fato de Talay finalmente reconhecer seus sentimentos – chega de medo de sentir. Percebendo as reações de Puen, e ouvindo ele falar abertamente sobre temer que Talay se apaixone por Mek conforme eles passam mais tempo juntos, Talay diz, pela primeira vez, QUE GOSTA DE “TUN”, e então eles se beijam de verdade pela primeira vez… como estará o relacionamento deles no próximo episódio, depois de uma declaração oficial e um beijo apaixonado? Espero que o roteiro leve isso a sério e mostre alguma mudança na interação deles! Sobre o beijo, não vi motivo para todo o estardalhaço que acompanhei de algumas pessoas na internet: é um beijo decente, sim, e melhor do que o que víamos em BLs alguns anos atrás, mas também não é suficientemente extraordinário para tanto.

 

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