Além da Ilusão – Ventre Maldito

A radionovela do “Alô, alô, Campos”

UMA DAS MINHAS PARTES FAVORITAS DE “ALÉM DA ILUSÃO” ATUALMENTE. O núcleo de Arminda, surpreendentemente, se tornou uma parte muito interessante da novela, e seu romance com Inácio é uma delícia de se acompanhar… agora, no entanto, estamos entrando em uma fase que eu estou adorando: a rádio de Campos decidiu produzir uma radionovela, e o resultado é incrível, com direito a uma história bizarra e exagerada, comédia na medida certa e, ainda, a perspectiva de um romance gay que já está me fazendo suspirar. A dinâmica de Arminda e Leopoldo, desde que ela descobrira que ele era gay (eu não o julgo por ter ficado babando pelo Inácio sem camisa… eu faria/faço o mesmo), funciona muito bem. É triste ele recorrer a um romance falso para esconder sua sexualidade, mas se algumas pessoas fazem isso até hoje, quem dirá na década de 1940?

E eu sinto que “Além da Ilusão” tratará sobre o assunto aos poucos, mesmo que com bom-humor e leveza – mas prevejo a novela dando um final feliz e digno a Leopoldo, com um tonzinho esperançoso que é tudo o que eu quero ver nesse momento! Até porque as coisas estão caminhando bem para ele: ele vai até ganhar um possível par! Leopoldo e Arminda decidem produzir uma radionovela para a “Alô, alô, Campos”, com direito à Marina e uma risada diabólica e hilária interpretando a vilã da radionovela, uma “assassina de maridos” que é a mãe da mocinha da história… e, para protagonizar a novela ao lado de Margô, a “Alô, alô, Campos” consegue um grande nome das radionovelas: Plínio Rivera, um galã seguido por uma legião de fãs aonde quer que vá… um homem bonito, sedutor, e que faz de tudo para esconder um segredo.

O núcleo e o ritmo ao redor de “Ventre Maldito”, o nome dado à novela, são leves e divertidos, por isso é tão gostoso de se acompanhar. E o romance gay, é claro, é um plus que me fascina! Quando Plínio aparece pela primeira vez (interpretado pelo lindo do Nikolas Antunes), Leopoldo fica totalmente encantado, até meio sem ar… e é divertido e fofo vê-lo suspirar com olhinhos apaixonados quando Plínio lhe dá qualquer tipo de atenção (novamente, não dá para julgá-lo, eu também faria o mesmo) – seria desesperador, na verdade, se o Plínio fosse hétero, porque tudo o que Leopoldo não precisa é ficar suspirando por homem hétero, mas eu fiquei muito feliz pelo fato de “Além da Ilusão” ter transformado a sua relação com Inácio em uma amizade sincera e saudável, e dar dado a Leopoldo a chance de viver um grande amor de verdade! Quem não sonha com isso?

As reuniões sobre a radionovela, com Leopoldo, Arminda, Plínio, Margô, Mariana e Inácio são sempre ÓTIMAS. Na primeira delas, eles decidem o nome da novela: “Ventre Maldito”. Nas demais, vemos ensaios cada vez mais caóticos que me arrancam risadas sinceras e sorrisos verdadeiramente encantados: adoro ouvir a locução de Leopoldo, adoro ouvir a história se desenrolando, sempre rio com a risada de Mariana e os sustos de Inácio, ou as trapalhadas de Inácio na sonoplastia… quando “Ventre Maldito” finalmente estreia na rádio, tudo o que eu conseguia pensar era em como eu adoraria um spin-off no Globoplay só com o núcleo da rádio, enquanto escrevem, ensaiam e colocam no ar “Ventre Maldito”… bem, não custa sonhar, não é mesmo? Não seria a primeira novela a ganhar um spin-off no serviço de streaming com um núcleo cômico.

Já a trama de Plínio Rivera se desenvolve quando, durante uma entrevista, o repórter pergunta sobre ele e Margô “levarem o romance da novela à vida real”, e ele não desmente isso, o que a deixa furiosa… afinal de contas, ela está noiva do pai de Leopoldo! Então, em uma briga com Plínio, Margô diz que, se ele estragar o seu noivado, ela vai “contar para todo mundo que ele é um invertido”, que é a primeira oficialização em cena de que Plínio é mesmo gay… ele se desespera, porque ela percebeu seu segredo, mas Margô acaba o abraçando e o acolhendo, dizendo que só disse que contaria às pessoas da boca para fora, e que o seu segredo está a salvo com ela. Quando a matéria sai no jornal, no entanto, e um escândalo se anuncia, Margô faz com que Plínio fale alguma coisa, pelo menos para o pai de Leopoldo, para que possa esclarecer o mal-entendido.

EU SURTEI COM A CENA DO PLÍNIO DIZENDO QUE ERA GAY – o Leopoldo chega a cair sentado, totalmente chocado e meio sem ar. As primeiras interações mais diretas de Leopoldo e Plínio vêm logo em seguida, quando Plínio ainda está atordoado porque “seu segredo veio à tona”, e eu gosto da seriedade da novela, mesmo em um tom leve e bem-humorado, quando Plínio fala sobre preconceito, sobre ser considerado uma “aberração” pela maioria das pessoas, sobre como é difícil ter que, o tempo todo, fingir ser o que não é… porque essa é a dura realidade pela qual tantos de nós já passamos. E ele fala sobre isso tudo com Leopoldo, dizendo que ele “não entenderia”, porque é mais fácil para ele, sendo um homem bem-sucedido e “dentro dos padrões de masculinidade”. Percebemos a vontade que Leopoldo sente de contar a Plínio que também é gay, mas ele não consegue… não ainda.

Mas, eventualmente, ele contará.

E, nesse momento, o romance futuro de Plínio e Leopoldo é o que mais quero ver na novela!

Ansioso para ver como isso se desenvolve…

 

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