Uma Escola Atrapalhada (1990)
“Viu que que dá… entrar no filme dos outros?”
Dirigido por
Del Rangel, com roteiro de Luís Carlos Góes, “Uma Escola Atrapalhada” é um filme brasileiro de 1990 que, embora
faça parte da coleção d’Os Trapalhões, não foi protagonizado por eles. Didi,
Dedé, Mussum e Zacarias aparecem em papeis pequenos, deixando que o
protagonismo seja vivido por jovens como Angélica, Supla, Selton Mello e o Grupo
Polegar, em uma aventura escolar que tem a cara da Sessão da Tarde. É o
primeiro filme d’Os Trapalhões que assisto desde que eles foram adicionados ao
catálogo da Prime e, infelizmente, o tratamento dado a eles com Inteligência
Artificial atrapalha e muito a experiência… em vários momentos, eu estava mais
incomodado com os problemas notáveis do que conseguindo prestar atenção ao
filme.
A história
se passa na Escola Matheus Rose, uma escola tradicional que está sob a ameaça
de ser demolida por uma imobiliária, embora a Diretora Alma e os alunos não
queiram abrir mão do lugar tão repleto de memórias e histórias. A trama
acompanha um ano letivo na vida desses estudantes, com encontros, desencontros,
romances e até um sequestro… afinal de contas, existe algum vilão que está passando informações que
podem ajudar a imobiliária a conseguir a escola – e a direção precisa descobrir
quem é o traidor dentre os alunos ou
funcionários da instituição. É um filme simples, não necessariamente voltado
para a comédia e que conversa com a juventude do fim dos anos 1980 e início dos
anos 1990, que eram o público-alvo do filme.
Os
Trapalhões desempenham papeis bem pequenos no filme e não estão presentes em
mais do que algumas poucas cenas. Mussum aparece como o “Mago Mumu”, um vendedor
de cachorro-quente mediúnico sempre em frente à escola; Dedé e Zacarias
aparecem em uma única sequência, como “caçadores de bomba”, quando a diretora
recebe um telefonema sobre a ameaça de uma; e Didi é um zelador amado tanto
pelos alunos quanto pelos funcionários da Escola Matheus Rose, que anseia por
deixar tudo para trás e perseguir o seu sonho de se tornar um astro de cinema e
ver o seu rosto na telona… sonho esse que ele realiza ao fim do filme, em uma
cena que não faz o menor sentido – quer
dizer, como ele poderia ser confundido com um mendigo com toda a equipe de
produção que era impossível não ver ali?
Enfim…
Há pouco de,
de fato, “atrapalhada” na escola – o título vem apenas da participação d’Os
Trapalhões, que ajudaram na comercialização do filme. O fio condutor da
narrativa são os romances que acompanhamos: de um lado, a paixão de Isabela e
Ricardo, que precisam lidar com o ex-namorado da garota, Renan, que não
consegue aceitar o fim do relacionamento; de outro, a estranha relação de
Carlão e Tami, que vem de provocações, brigas constantes, mal-entendidos e
segredos, até que eles encontrem uma maneira de ficar juntos. Esse segundo
romance também entrega a possibilidade do lançamento de dois videoclipes: o
primeiro de “Angelical Touch”, da Angélica,
que interpreta a Tami; o segundo de “Pisa
em Mim”, do Supla, que interpreta o Carlão.
O filme
conta com uma possível gravidez na adolescência, que acaba sendo alarme falso,
e com a discussão da relação de Tami e Carlão enquanto os dois são mantidos como reféns. Eles descobrem Anselmo, que é o
grande vilão do filme, e que chega a ameaçar jogar Tami do alto do prédio da
escola. Ao fim, tanto Tami quanto a Escola Matheus Rose são salvas, e Carlão
tem a possibilidade de bancar o herói… no fim, todos descobrem o segredo de
Tami: ela não é pobre, como todos pensaram, e o cara com quem Carlão a vira
antes é seu irmão; os dois são órfãos e ricos, porque herdaram uma grande
fortuna. Acho que o filme queria falar um
pouco sobre gostar de alguém, como namorado ou como amigo, independentemente de
quanto dinheiro ele tem…
“Uma Escola Atrapalhada” levou mais de
2,5 milhões de espectadores ao cinema, e talvez não seja o melhor filme d’Os
Trapalhões, mas é um filme adolescente divertido, cheio de rostos que fizeram parte
da juventude dos anos 1980 e 1990, então o fator nostalgia bate forte quando
assistimos novamente ao filme! Depois de toda a confusão de vende/não vende a
escola e “vamos salvar a vida da garota que está quase sendo jogada do alto do
prédio”, os jovens se reúnem para o 1º Concurso de Bandas da Escola Matheus
Rose, que conta com uma apresentação do Grupo Polegar ao som de “Sou Como Sou”, e assim como o Didi
conseguiu realizar o seu sonho e se tornar um
astro de cinema, aparentemente eles também conseguem uma carreira na
música!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
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