[Series Finale] Upload: Realidade Virtual 4x04 – Mile End

“Don’t wait for me. Don’t put your life on hold. […] Be happy, ok? You are my angel, Nora Antony”

 

Estou muito feliz por “Upload” ter ganhado uma conclusão. A quarta temporada da série, com apenas quatro episódios, provavelmente fica aquém do esperado, mas gosto do respeito aos fãs que fez com que a série fosse oficialmente finalizada. “Mile End” é um episódio emotivo e predominantemente melancólico, embora tenha pitadas de comédia e de ação, e tece algumas críticas interessantes nesse universo futurístico criado para a série – mas que está menos distante do que gostaríamos de admitir. Temos o reencontro e a despedida de Nathan Download e Nora; temos a relação de Nathan Backup e Ingrid; temos a nova IA de Lakeview tomando decisões questionáveis; temos o sacrifício de um personagem querido; e temos uma homenagem bonita.

No fim do episódio anterior, o Nathan original aparecera na casa de Nora, e é uma cena lindíssima quando ele tira os óculos VR do rosto dela e se mostra ali, na realidade. Embora eles estejam finalmente juntos, a verdade é que os seus dias estão contados: ele está fraco demais depois de ter sido subido a Apple Cove e baixado novamente mais de 100 vezes, e só sugerem duas coisas a ele: primeiro, que ele faça o upload agora, enquanto ainda está com a maioria das suas memórias; depois, que ele procure alguém conhecido como “o Curandeiro do Centro”. É assim que eles acabam em um lugar estranho e descobrem que o tal curandeiro é, na verdade, a IA de Lakeview que foi enviada por Aleesha ao mundo real, e que aprendeu sobre a humanidade em Nova York…

Mas não há muito que ele possa fazer.

Enquanto isso, Ingrid fala animadamente sobre o seu Nathan fazer o download para que eles possam estar juntos no mundo real, mas a verdade é que o Nathan Backup está com um pouco de medo – e é bom que isso demore um pouco a acontecer, porque Lakeview ESTÁ VIRANDO UM CAOS. A nova IA, que parecia exatamente o que a Horizen queria, está indo por um caminho sinistro… além de estar cobrando extra para que pessoas vivas terminem discussões com uploads, o que Aleesha classifica como extorsão, ele também está deliberadamente se livrando de pessoas que “não geram lucro para a empresa”. Aleesha “pausa” a IA para que eles ganhem algum tempo, enquanto Nathan e Luke ajudam as pessoas que estavam sendo deletadas a fugir…

Mas a IA avançou assustadoramente: e agora ela é capaz de despausar a si mesma. Se ela não pode ser parada, ela mesma se pergunta por que está servindo a qualquer pessoa que não ela mesma – ESSA IA ESTÁ PRONTA PARA DOMINAR O MUNDO. Então, a empresa toma uma atitude drástica de emergência e fecha Lakeview e desconecta tudo: a única forma é isolar a IA lá para que ela nunca invada o mundo real e/ou a internet. Dentro de seis horas, ou menos, Lakeview terá deixado de existir, bem como todas as pessoas cujas consciências foram enviadas para lá – pessoas que a empresa não enxerga como “pessoas”, mas apenas como “dados”. Aleesha consegue uma ponta de esperança de salvar Luke com uma reabertura de segundos programada para as 18h.

E ela manda uma mensagem para ele falando sobre isso.

Então, a ação se divide… de um lado, vemos Luke e Nathan compartilhando o que deve ser a cena mais lindinha dos dois, porque o Nathan diz que o Luke é o seu melhor amigo, que é tudo o que ele sempre quis ouvir, e Luke responde com um “I love you so damn much” que é a coisa mais sincera do mundo, porque o Luke realmente O AMA DEMAIS. Fora dali, Aleesha consegue a ajuda de Ingrid (depois de precisar lhe dar um tapa na cara para tirá-la de um surto, mas tudo bem) para eles irem atrás da IA original de Lakeview: o ruivo que foi para o mundo real e continuou por lá… apenas ele pode enfrentar a nova IA Maligna que a empresa colocou lá dentro, mas é um arquivo gigante por causa de todas as suas experiências no mundo real, e o upload demora…

E é nesse meio tempo que coisas acontecem.

Enquanto a IA Original está sendo upada, a IA do Mal se aproxima perigosamente da torrente através da qual será liberada para o mundo, e Luke escolhe sair do seu tubo de segurança para ganhar tempo, e é muito heroico e muito bonito como ele usa os truques que conhece para tirar a IA dali – mas é por um tempo muito curto e, quando ele retorna, Luke não pode usar o mesmo truque contra ele… então, ele acaba sendo jogado na torrente. Tudo é tão rápido e tão inesperado que eu prendi a respiração e demorei muito tempo, ainda incrédulo, para entender que o Luke tinha mesmo morrido. QUER DIZER, TODO MUNDO AMAVA O LUKE, SABE?! Nathan Backup também deixa o seu tubo, e agora ele tem um melhor amigo para vingar, além de um mundo para salvar.

Nathan também quase é jogado na torrente, mas ela desliga abruptamente no último segundo. Enquanto isso, o upload da IA Original FINALMENTE se completa, e era realmente dessa IA que precisávamos para resolver tudo – mesmo que a IA do Mal inicialmente duvide. Quando ele coloca a mão no seu ombro, ele começa a tirar dele tudo o que foi indevidamente absorvido nos últimos dias… todos os dados e outras IAs, que agora retornam a Lakeview, um lugar que voltou a ser seguro. Infelizmente, eu não acho que esse lugar jamais será o mesmo sem a presença de Luke… Aleesha certamente concorda comigo. Quando ela entra em Lakeview novamente e olha para a torrente, ela pensa no ato heroico de Luke e em como ela vai sentir falta dele. Fiquei bem triste.

Nora também enfrenta uma despedida dolorosa… ela não tem mais o que fazer a não ser ser o Anjo de Nathan Brown uma última vez. Ela não queria ter que se despedir, mas ele está fraco e não há mais nada que possa ser feito, infelizmente. Então, enquanto os dois estão deitados juntos na cama, ela o leva para a simulação na qual ela viveu durante tanto tempo enquanto acreditou que ele estava morto: e, ali, eles “se casam” e ele se torna “Nathan Antony”, assumindo o sobrenome dela porque “já existe outro Nathan Brown por aí”. Os dois caminham juntos por Mile End e, ao se sentarem em um banco, dizem um ao outro todas as frases que eles nunca terão a oportunidade de dizer – frases simples como um “Feliz Aniversário” e um “Feliz Ano Novo”.

Curioso pensar que essa série nos foi apresentada, lá na primeira temporada, como uma série de comédia, e ela de fato tem momentos cômicos, mas agora nos despedimos dela em um episódio final predominantemente triste. A morte de Nathan Antony é algo pelo que eu não estava esperando até pouco tempo atrás, mesmo com todas as dicas… eu queria e achava que eles dariam um jeito. Mas a finitude da vida torna tudo mais significativo, eu acho. Talvez “Upload” seja sobre isso, no fim das contas. Antes de partir, Nathan pede que Nora não espere por ele, que não pare a sua vida por ele e que seja feliz… percebemos que aquela é a última conversa de Nora e Nathan, e então ele desaparece de Mile End. No mundo real, Nora tira seus óculos VR e abraça o corpo de Nathan uma última vez.

Tristíssimo.

O episódio tem o que parecer ser um epílogo, conduzido por uma entrevista dada por Nathan Brown e Ingrid… descobrimos que aquele Nathan fez o download também e agora ele e Ingrid estão esperando um filho, a quem eles darão o nome de Luke, em homenagem ao melhor amigo de Nathan e salvador de Lakeview e do mundo – “Luke was a great man and an even better friend. I’ll always miss him” –; Lakeview, por sua vez, agora é comandado pela IA que o salvou, e é filantrópico, baseado na ideia de “servir aos hóspedes”; Aleesha está longe, em um trabalho digno de espiã; e Nathan Brown não sabe o que dizer sobre Nora, porque nunca mais a viu desde a morte de Nathan Antony, mas ele diz que deseja que ela tenha uma vida boa e plena… ela merece.

Nora está vivendo, está planejando, mas ainda ama Nathan, ainda se agarra à sua memória.

E, quem sabe, ainda haja esperança para os dois. Afinal de contas, seu anel de casamento em Mile End é o anel no qual Dennis salvou uma cópia de suas memórias juntos. Tem como trazer o Nathan de volta dali?

Um bom final para “Upload”. Gostei de ter acompanhado!

 

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