A Casa das Sete Mulheres – Manuela conhece Giuseppe Garibaldi

“Minha terra é onde eu luto por liberdade!”

Manuela sabia que um estrangeiro chegaria e mudaria a sua vida para sempre… a chegada de Giuseppe Garibaldi à estância é um dos grandes momentos desse início de “A Casa das Sete Mulheres”. Há algo de “predestinação” que vai além do “amor à primeira vista”, porque Manuela o ama imediatamente, mas porque estava a vida toda esperando por ele… e sabia como ele era. O sorriso que toma conta dela quando o vê pela primeira vez ecoa no sorriso do próprio Giuseppe Garibaldi, e é necessário dizer: o sorriso do Thiago Lacerda é um dos sorrisos mais lindos do Brasil – quer dizer, como ela não se apaixonaria? Toda interação, ainda distante, de Manuela e Giuseppe é marcada por sorrisos que estão tanto nos lábios quanto nos olhos, e é lindo de se assistir!

Antônia oferece um jantar de boas-vindas em sua estância naquela noite, e Giuseppe Garibaldi conquista rapidamente a simpatia e a admiração de quase todo mundo, enquanto conta histórias e diz que “sua terra é onde ele luta por liberdade”. Nos dias seguintes, Manuela encontra toda e qualquer desculpa possível para “ir visitar a Tia Antônia” – e, bem… eu não posso culpá-la. A primeira conversa real entre Manuela e Giuseppe acontece durante a festa do batizado do filho de Luzia, quando Manuela está na fonte da estância e Giuseppe se aproxima dela, comentando sobre como ela também se sente atraída pela água… diferente dele, no entanto, ela nunca viu o mar, mas ele ama o mar, porque ele pode levá-lo para qualquer parte do mundo…

E para um grande amor.

Então, eles se beijam pela primeira vez!

Gosto de como as coisas se desenvolvem de maneira apaixonada e quase fantasiosa, embora no fundo Manuela saiba que Giuseppe Garibaldi é um guerreiro e um aventureiro, que pode eventualmente ter que ir embora – “Que me importa se Garibaldi veio para ficar ou está de passagem? Eu sei que irei atrás dele quando se for daqui!” Manuela vive intensamente cada momento ao lado de Giuseppe, correndo ao encontro de seu sorriso quando ele joga pedrinhas na janela do seu quarto durante a noite, por exemplo, e eles compartilham uma primeira noite de amor delicada e apaixonante, na qual ele a beija com tanto cuidado, carinho e amor. Eles acordam banhados pelo sol na manhã seguinte, envoltos em contentamento e realização de forma inexplicável.

Naquela manhã, o assunto de “um dia ter que ir embora” vem à tona, e Giuseppe fala sobre eles se casarem antes de ele ter que partir, e então ela pode ir embora com ele, mas Manuela não tem certeza de seu lugar na guerra, e tampouco sabe se quer pegar em uma arma – e esse é um diálogo importantíssimo para o futuro da relação deles. Um futuro que está ameaçado, e que começamos a entender por que rapidamente, quando Anselmo é ferido em batalha e, à beira da morte, ele pede a Bento Gonçalves que ele cuide de Maria e de suas gurias, e que ele prometa que “vai casar Manuela com Joaquim”. E é aí que surge um “empecilho” com Garibaldi, porque Bento gosta dele, mas vai querer honrar a promessa que fizera ao amigo moribundo no campo de batalha…

Dona Maria compactua do pensamento de Anselmo, e pede a Bento Gonçalves que ele “afaste o italiano de Manuela para que ela se case com Joaquim, como era o desejo de Anselmo”. Curiosamente, essa conversa entre Maria e Bento acontece enquanto, do lado de fora, Giuseppe Garibaldi está conversando com Manuela e se preparando para entrar e pedir a sua mão em casamento ao tio… quando o faz, Bento explica, com algum pesar, que Manuela está prometida a Joaquim, e que ele prometeu ao seu compadre que sua vontade seria atendida e “não pode contrariar o desejo do falecido”. Naturalmente, isso deixa Manuela estarrecida – “Isso não pode ser verdade. Eu não acredito que meu pai fez isso comigo”. Giuseppe entende que sua reputação de “homem do mundo” não está a seu favor…

Mas ele pretende convencer Bento de que ele está enganado e ama Manuela de verdade.

 

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