Supernatural 1x05 – Bloody Mary

O segredo de Sam.

UM DOS EPISÓDIOS MAIS MARCANTES DA PRIMEIRA TEMPORADA! Exibido originalmente em 11 de outubro de 2005, “Bloody Mary” é o quinto episódio de “Supernatural”, e eu me lembro de que, na época, eu o considerava um primor. Gosto de como a série usa uma “lenda urbana” assustadora que se tornou uma “brincadeira de criança” presente em jogos de Verdade ou Desafio como a base para uma Bloody Mary de verdade… mortes estranhas estão acontecendo em Toledo, Ohio, e Sam e Dean Winchester precisam investigar a causa sobrenatural de tais mortes – e, com isso, Sam precisa enfrentar um segredo que está guardando há algum tempo, até do próprio irmão, e que tem a ver com os pesadelos recorrentes que tem com a morte de Jessica.

Não existe forma melhor de introduzir a Bloody Mary de “Supernatural” do que com um jogo entre garotas em uma espécie de festa do pijama… o estranho, no entanto, é que o fantasma não ataca a garota que a invocou dizendo “Bloody Mary” três vezes em frente ao espelho – quem morre é Steven Shoemaker, o pai da garota: o que é descrito como um derrame, no entanto, parece tudo menos um… os olhos foram liquefeitos, o sangramento foi muito além do normal… Sam e Dean precisam de uma história sobre como são estudantes de medicina (e um pouquinho de suborno com o dinheiro que o Dean ganhou pôquer) para conseguir ver o corpo, e depois eles vão até o velório – é aqui que a filha mais nova fala sobre ter invocado a Bloody Mary no espelho do banheiro.

Enquanto a Bloody Mary faz sua segunda vítima em Toledo (“You did it. You killed that boy”), Sam e Dean tentam entender se pode mesmo ser a “Bloody Mary” por trás das mortes: afinal de contas, crianças fazem essa brincadeira em frente ao espelho há anos e por todo o país… por que as coisas são reais ali e naquele momento? Existem várias versões da história da Bloody Mary, e o que elas sempre têm em comum é que 1) ela se chama Mary, e 2) ela morreu em frente a um espelho. Agora, os Winchesters precisam encontrar alguma história de caso não resolvido de alguma Mary que tenha morrido em frente ao espelho por ali… e, de quebra, talvez entender como ela está escolhendo as vítimas e por que nem sempre ela mata quem a invocou.

As investigações levam a alguns resultados… nenhum caso que se encaixe no perfil de Bloody Mary, mas Sam e Dean ouvem histórias… eles descobrem que Jill, a segunda vítima, estava dirigindo o carro que matou Gary Bryman, um garoto de 8 anos há alguns anos, mas ela guardou esse segredo; Steven Shoemaker, por sua vez, pode ter sido o assassino de Linda, a mãe de Donna, e isso nos dá um padrão: todas as vítimas atuais guardam um segredo que envolve responsabilidade pela morte de outra pessoa… essa Bloody Mary está punindo essas pessoas, com toda a simbologia de que não se pode mentir para o espelho. Donna, a filha da primeira vítima e quem o encontrou morto, é cética e rebelde, e ela invoca a Bloody Mary para “provar que não é verdade”.

E, assim, ela vem atrás de Charlie, sua amiga.

Charlie tem um segredo: quando ela terminou com o ex-namorado, ele ameaçou tirar a própria vida e, sem acreditar que ele o faria, ela o mandou “ir em frente”, e agora ela se sente culpada por essa morte… não é sua culpa, e o Dean sabe disso, mas Sam diz que houve uma morte e há um segredo, e “isso é bom o bastante para a Bloody Mary”. Como eles não encontram nenhuma informação em Toledo, Ohio, eles investigam casos do restante do país, e é assim que eles chegam até Mary Worthington, um caso não-resolvido em Fort Wayne, na Indiana: uma morte não resolvido há 35 anos, em que a vítima, chamada Mary, morreu em frente a um espelho e teve os seus olhos arrancados meticulosamente, com um cuidado que parece médico…

O suspeito? Trevor, um cirurgião que provavelmente foi seu amante e seu assassino: Mary Worthington escreveu em seu diário que pretendia contar sobre o caso com Trevor à esposa dele, e essa foi sua última entrada no diário… o corpo de Mary foi encontrado com as letras “TRE”, como se ela estivesse tentando escrever o nome do seu assassino – ela passou os seus últimos momentos de vida tentando expor os segredos dele. Então, TUDO SE ENCAIXA. O caso faz perfeito sentido! O seu corpo foi cremado, mas o seu espírito deve ter ficado preso ao espelho em frente ao qual ela morreu, espelho esse que foi devolvido à família e que foi vendido há uma semana… para um antiquário em Toledo, Ohio. É desse espelho que Sam e Dean precisam se livrar.

Naturalmente, a resolução não é tão simples, e é a complexidade emocional que ela evoca que torna o caso ainda mais interessante. Em termos técnicos, o que Sam diz é verdade: Mary pode se locomover por uma infinidade de espelhos e eles precisam atraí-la para o seu espelho antes de quebrá-lo, por isso ele está disposto a invocar Bloody Mary quando chegar a hora. É mais do que isso, no entanto, e Dean consegue entender porque conhece o irmão: ele vem tendo pesadelos noite após noite com a morte de Jessica, porque se sente culpado, e embora o Dean diga que ele não tem culpa, Sam diz que tem coisas que ele não contou nem para o irmão… ele tem um segredo que pode interessar à Bloody Mary, e ele não vai deixar que uma garota morra por sua culpa.

AMO a sequência toda do antiquário! Amo como tudo é sombrio, macabro, misterioso e tenso… a invocação de Bloody Mary dizendo seu nome três vezes em frente ao espelho é surpreendentemente enervante, e Dean é atraído para fora por policiais enquanto Sam é deixado para trás para lidar sozinho com o fantasma e os seus fantasmas. O espírito, na forma do reflexo de Sam do outro lado do espelho (!), fala sobre como é sua culpa que Jess está morta, enquanto os olhos do Sam sangram. O segredo de Sam? Ele teve esses pesadelos com a morte de Jessica desde antes de acontecer, mas ele fingiu que não era nada no seu desespero por ser “normal”. Dificilmente ele poderia ter impedido que a morte acontecesse, no entanto, ainda que soubesse…

De todo modo, é um segredo que Sam guarda consigo e que o atormenta… por isso é tão difícil dormir à noite, por isso é tão ruim pegar no sono. Bloody Mary ainda nos entrega uma boa sequência quando ela sai do espelho a la Samara, e Dean consegue vencê-la mostrando para ela um espelho, matando-a com sua própria arma: o seu reflexo no espelho fala de todas as mortes que ela causou. É um bom caso sobrenatural a ser resolvido e traz bons momentos para o Sam, que dá conselhos a Charlie sobre como ela não tem culpa pela morte do ex-namorado e como coisas ruins às vezes acontecem… um conselho que, como o Dean diz, é bom e serve para ele. A primeira temporada de “Supernatural” segue com um início consistente!

 

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