A Casa das Sete Mulheres – Os anos de Perpétua
Encontro na cachoeira.
Bem… parece que todas as mulheres estão fadadas
a sofrer por amor em “A Casa das Sete Mulheres”. Das mulheres mais velhas e
casadas, ou elas estão em casamentos infelizes e sem amor, como é o caso de
Maria, ou, quando são felizes com os homens que amam, estão fadadas a perdê-los
na guerra, como é o caso de Ana; das jovens, desilusões e esperas são constantes…
Rosário viveu um romance breve e intenso com um oficial caramuru e, agora, fica
esperando pelo seu retorno; Manuela se apaixonou por um estrangeiro herói de
guerra que não consegue ficar em um só lugar e partiu para Laguna; Mariana está
só esperando alguém que esteja
disposto a se casar com ela; e Perpétua, por sua vez, se apaixonou à primeira
vista por um homem que não sabia que era casado.
A primeira
cena de Perpétua e Inácio é quase cômica,
se você me perguntar. Sem qualquer conversa, os dois ficam se olhando
prolongadamente enquanto Perpétua está na cachoeira, e então Inácio se
aproxima, os dois se beijam e fazem sexo – eu não sei se alguma palavra foi trocada nessa cena toda! Pouco depois, enquanto
Perpétua já está toda “iludida” porque acha que está apaixonada por esse homem
misterioso que encontrou na cachoeira, Inácio aparece na Estância da Barra com a sua esposa – “Não pode ser, ele não
podia ser tão baixo!”. Quando descobre o nome de Inácio e descobre que ele é casado, Perpétua se sente horrível,
e a verdade é que ele é quem estava
errado desde sempre. Afinal de contas, Perpétua não sabia que ele era casado.
Mas Inácio
foi um cretino!
(Bem que
Manuela vira “um homem casado” no futuro dela)
O pior de
tudo talvez seja o fato de que Inácio não só é casado: a sua esposa está muito
doente, e a esposa, Teresa, está tão desesperada para ter uma amiga que ela “escolhe” Perpétua como “sua melhor amiga de
toda a vida e para o (curto) resto da vida”. Que situação. Enquanto isso, Perpétua tenta “escapar” de Inácio,
mas eles são constantemente colocados um perto do outro, como quando o Giuseppe
Garibaldi pede que Inácio desenhe Perpétua cuidando de um homem ferido de
batalha, como “registro da guerra”, porque Inácio é um artista… Perpétua gostou
de verdade de Inácio, mas ela se sente a
pior pessoa do mundo por ter sentimentos, e agora ainda sente que está
traindo Teresa, porque Teresa realmente a vê como uma amiga, como quando vai ao
seu aniversário.
Teresa,
inadvertidamente, ainda parece querer aproximar
mais ainda Perpétua e Inácio – como se a tivesse escolhido para
“substituí-la” quando sua morte, próxima, chegasse. Quando ela presenteia
Perpétua com um colar, por exemplo, ela pede que Inácio o coloque nela, e
quando Perpétua diz que “nem sabe como agradecer”, Teresa responde prontamente:
“Dançando com o meu marido”. Que
Teresa escolheu Perpétua para Inácio é óbvio, e que ela vai pedir que ela
“cuide” do seu marido depois da sua morte eu também sei… a minha dúvida,
assistindo novamente agora, é se Teresa sabe ou não que já existe algo entre Perpétua e Inácio. De todo modo, Inácio e
Perpétua dançam juntos na festa de aniversário de Perpétua, para a satisfação
de Teresa.
Eventualmente,
ainda antes da morte de Teresa (!), Perpétua e Inácio acabam se reencontrando na mesma cachoeira em que se conheceram,
algum tempo antes… afinal de contas, é um local com memórias para ambos, e
que ambos visitam. Tomados pelo desejo e pela saudade, eles se beijam
novamente, mas não mais do que isso, porque Perpétua é corroída pela culpa e se
afasta de Inácio, dizendo que “isso não pode acontecer” e que “é um pecado
imenso com a Teresa definhando a cada dia”. Eu não acho que a Perpétua esteja
errada em se afastar de Inácio, pelo menos por enquanto, mas a maneira como a
sua religiosidade faz com que ela sinta a necessidade de se penitenciar por
“ter reincidido no pecado” é algo que me causa bastante desconforto…
Assisto com o mesmo choque e tristeza de
Manuela.
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