The Sandman 2x08 – Chapter 18: Fuel for the Fire
Despedidas e consertos.
Morpheus
está se despedindo… em seu retorno
para o Mundo das Fadas, ao lado de Cluracan que a obriga a usar o “glamour”
para falar com a Rainha, Nuala não tem outro interesse que não seja juntar
voluntários e montar um exército disposto a acompanhá-la ao Sonhar para
defender o Senhor Moldador, mas Sonho já não espera por nenhuma ajuda assim –
talvez ele não a queira. Ele sente que precisa
ser punido por ter “derramado sangue da família”, o que sempre foi
estritamente proibido, mas ele não se arrepende de o ter feito. Depois de
milênios de sofrimento, ele finalmente fizera o que Orpheus sempre pedira, e
proporcionara a oportunidade de seu longo antecipado encontro com a tia
Teleute… a Morte, como a conhecemos.
Sonho começa
o episódio no Reino de Desespero: é um lugar ao qual todos ou quase todos precisam ir e vão em algum momento, antes de conseguirem seguir em frente – ou
não. Eles podem não ser os irmãos mais próximos dos Perpétuos, mas Desespero o
recebe em seu Reino e conta que costumava visitar Orpheus sem que ele soubesse
e, quando o fazia, ele cantava para ela… em troca, ela respondia às perguntas
que ele tinha sobre o pai. Gosto
demais do universo de “Sandman” e de como as histórias se
conectam, como as transições acontecem… na conversa de Sonho e Desespero, ele
cita o nome de “Daniel Hall”, aquele que o substituirá quando ele não estiver
mais ali, e Desespero reconhece o nome, porque a mãe de Daniel Hall está sob os
domínios do seu Reino…
Desespero
mostra a Morpheus o que aconteceu a Daniel Hall: ele foi levado por Puck e
Loki, mas eles fizeram Lyta acreditar que quem o levou foi o Senhor dos Sonhos…
afinal de contas, não ajuda muito o fato
de ele ter dito que um dia o faria. As Bondosas visitam à neta para,
enigmaticamente, tentar falar sobre quem
a levou, e como ela já os vira, embora eles não estivessem com suas aparências
reais. Sonho, em paralelo, decide que ele precisa fazer alguma coisa, e ele pretende
ir ao Mundo Desperto para uma busca pessoal a Daniel Hall: ele não pode ficar
confinado ao Sonhar, prisioneiro em seu próprio Reino, tampouco pode deixar que
algo aconteça com Daniel. Quando Lucienne sugere pedir a ajuda de uma mortal, Sonho sabe exatamente quem buscar…
Quem melhor
que Johanna Contantine? Ela é tão boa
quanto Lady Johanna Constantine.
Sempre gosto
de ver Johanna Constantine em “The
Sandman”, e a dinâmica dos dois é interessante e mais complexa do que
julgamos inicialmente. Sonho oferece o diário de sua antepassada como
recompensa, e o primeiro passo é “visitar a cena do crime”: eles precisam ir
ver Lyta, a mãe de Daniel Hall, na mesma casa onde está Alex Burgess, filho de
Rodrick, aquele que Sonho condenou ao
sono eterno por o ter mantido aprisionado por tanto tempo. Agora, Johanna
Constantine o aconselha… talvez ele deva entrar novamente na casa e pedir
desculpas a Lyta e despertar Alex Burgess porque, no fim das contas, ele não é
o principal culpado, e apenas continuou o que o pai começara. Não é difícil perceber que Sonho fez
inimigos pelo caminho…
Johanna
Constantine também percebe outra coisa: Morpheus não está ali realmente para
salvar Daniel Hall… ele está ali em uma missão suicida, porque cada minuto que
passa no Mundo Desperto ele corre o risco de ser encontrado pelas Bondosas, e
ela não quer ser parte disso. Ela devolve o diário de Lady Johanna Constantine
e pede que ele o leia novamente, para que ele perceba que o filho não o culpava
por nada e que ela diria o mesmo que ela está dizendo se estivesse ali. Ela foi
contratada para encontrar Daniel Hall, e vai fazer isso, desde que ele volte
para o Sonhar e permaneça lá. Sério,
não tem como não AMAR Johanna Constantine quando ela nos entrega cenas tão
perfeitas quanto todo aquele diálogo com Morpheus.
Antes de
retornar para o Sonhar, o que ele pretende, sim, fazer, Sonho tem despedidas. A
primeira delas é com Hob Gadling, talvez o seu amigo mais antigo – e eu gosto
muito de todas as cenas que os dois compartilham, na HQ e na série. Gosto da
relação que eles construíram com encontros esporádicos nos séculos de vida de
Hob, e como Sonho precisa falar com ele e avisar que aquela é a última vez. Hob
está inclinado a não acreditar, ele já dissera coisas assim antes e sempre
retornara, mas Sonho garante que dessa vez é verdade: e, se é mesmo o último
encontro, eles precisam sentar, beber e conversar. É um diálogo bonito e
triste, profundamente sentimental e sincero, que nos ajuda a perceber o quanto Sonho evoluiu nos últimos anos.
Depois, ele
segue o conselho de Johanna Constantine: ele retorna para o Sonhar e, de lá,
ele desperta Alex Burgess, que inicialmente não sabe se o que está acontecendo
é real ou se ele está sonhando. Ele pede desculpas a Morpheus, e Sonho responde
dizendo que ele também sente muito –
algo que ele nunca diria algum tempo atrás. Então, Sonho oficialmente o libera,
e Alex Burgess desperta e chama pelo nome do homem que ama, Paul, que o abraça
surpreso, emocionado e feliz… é um caminho lindíssimo para o final da série,
porque Morpheus, o Senhor do Sonhar, está se despedindo das pessoas com quem se
importa e corrigindo erros que ainda podem ser consertados. Ele vai partir,
porque é sua hora, mas ele vai deixar tudo arrumado para trás.
Mas Daniel
Hall corre perigo… Puck parece se afeiçoar demais à criança, como se eles
fossem ficar com ela para sempre, mas Loki não o vê como mais do que um peão que eventualmente vai ser tirado do
tabuleiro. Se passando pelo próprio Morpheus, Loki consegue que Puck o
entregue a criança quando Puck tenta fugir com ele para mantê-lo em segurança,
e ele o entrega ao “Sonho” sob a promessa de que Sonho libere Loki de seu
acordo e sua obrigação. Loki é mais perverso do que Puck/Robin Goodfellow e, ao
levar Daniel Hall, não há nenhuma garantia de segurança para a criança. Ele
coloca o bebê no fogo e, depois, procura Lyta como suposto investigador,
mostrando a foto de uma criança incinerada… Lyta perdeu o filho e Sonho o seu
sucessor?
Para mais
postagens de “The Sandman”, clique aqui.

Comentários
Postar um comentário