Star Trek: Strange New Worlds 3x06 – The Sehlat Who Ate Its Tail

Capitão Kirk.

UM EPISÓDIO COM JAMES T. KIRK COMO CAPITÃO! O universo de “Star Trek” é riquíssimo e estamos em um momento excelente da franquia no qual ele pode se expandir, com a série “Starfleet Academy” anunciada para o próximo ano, por exemplo, mas a força que a tripulação original da USS Enterprise tem é inegável. “Strange New Worlds” é um retorno interessante a um estilo que fez parte da Série Original, ainda que seja cronologicamente anterior a esta, e a série já nos apresentou a um jovem James T. Kirk antes de ele se tornar capitão. A bordo da USS Farragut e entediado, as habilidades de liderança de Kirk são “testadas” quando a nave é atacada por algo tão imenso que é uma famosa história de terror contada para crianças e tida como uma lenda.

James T. Kirk nunca foi de “seguir as regras”. Ele sabe que as coisas seriam diferentes se ele tivesse escrito essas regras. O ataque à USS Farragut é inesperado e coloca a nave e a tripulação em perigo. Kirk assume o comando quando a Capitã V’Rel é gravemente ferida e vai para a enfermaria, e a USS Enterprise chega para ajudar, com Uhura, Spock e La’An descendo à Farragut. A fonte do ataque foi algo monstruosamente gigante, um devorador de naves chamado em diferentes lugares de nomes como “Astrovore” e “Chach-ka”, e que acaba de devorar a USS Enterprise… as comunicações são cortadas e a capacidade de energizar de uma nave para a outra também, não sem antes La’An partir de volta para a Enterprise e de V’Rel ser levada para lá.

Enquanto a Enterprise está dentro da barriga da besta mecânica, precisando encontrar uma maneira de escapar, James T. Kirk assume a posição de Capitão da USS Farragut, acompanhado de uma equipe que se assemelha bastante à da USS Enterprise em “The Original Series”, onde tudo começou em 1966: ao lado de Kirk, temos o Spock, a Uhura, a Chapel e o Scotty. Kirk ainda não tem a experiência necessária e é capaz que duvide de si mesmo sob pressão, mas ele tem uma característica importante que será essencial para o sucesso de uma missão inesperada como essa: ele não age conforme as regras, e é disso que precisamos agora… de alguém que pense fora da caixa. Kirk está disposto a fazer qualquer coisa para salvar a Enterprise e as pessoas lá.

E eles têm duas missões: fazer os motores e as armas da Farragut funcionar.

A USS Farragut corre contra o tempo do lado de fora, porque eles precisam resgatar a USS Enterprise de dentro da fera mecânica que a devorou e salvar um planeta que não pode ser avisado do perigo porque ainda tem tecnologia pré-dobra, enquanto a tripulação da Enterprise também está incansavelmente tentando resolver o problema do lado de dentro… eles estão presos por um cordão umbilical ao Aniquilador de Naves, com toda a sua energia sendo drenada, em breve eles não terão o suficiente nem para escapar: eles precisam soltar o cordão e voar para fora imediatamente… sem a tecnologia com a qual estão habituados, eles contam com os conhecimentos e as relíquias de Pelia, que viveu os anos 1980 na Terra… a cena dos telefones e os controles de Atari!

Gosto de como Kirk é imperfeito como Capitão, e de como, em algum momento, nem sabemos se ele vai dar conta – porque ele é um grande Capitão de “Star Trek”, mas que não “nasceu pronto”. Desafios são sempre novidades. Com a pressão e o medo, Kirk quase não sabe como agir, porque ele precisa pensar e ter ideias, e quando ele deixa a ponte e se isola, o grupo restante reage de maneiras distintas… Scotty está pronto para tentar tirá-lo do cargo e colocar alguém que julgue mais competente, no lugar, por exemplo, enquanto Uhura confia nele porque sabe que ele vê nas pessoas coisas que nem elas veem em si mesmas. Então, fica combinado que alguém vai tentar conversar com ele – e como ele está agitado, alguém como o Spock é o ideal.

Gosto muito de o Spock chegar para conversar com Kirk e ele estar arrumando um tabuleiro de jogo de xadrez 3D, porque AQUILO É MUITO O KIRK E O SPOCK DA SÉRIE CLÁSSICA (!), e aquela sequência toda mostra o porquê de eles serem uma dupla tão incrível. Spock sabe conversar com ele e tirar o seu melhor, e então ele retorna para a ponte, e não só isso: ele tem um plano. Um plano inusitado, inesperado, que ninguém nem sabe se vai dar certo, mas que é a única opção que eles têm. De um lado, o plano da USS Farragut do lado de fora, desligando, ainda que temporariamente, a fera mecânica; de outro, o plano da USS Enterprise do lado de dentro, que precisa desconectar o cordão umbilical e escapar. É uma sequência maravilhosa, um clímax e tanto!

A USS Enterprise consegue escapar de dentro da fera e a USS Farragut explode o inimigo. O sucesso da missão, no entanto, acaba sob a sombra dos 7.000 sinais de vida que eles captam e, eventualmente, descobrem se tratar de humanos. Ali estão os últimos humanos originais da Terra e seus descendentes, que escaparam para as estrelas em busca de um novo lugar para viver depois da destruição da Terceira Guerra Mundial: o melhor que a humanidade tinha a oferecer, não monstros a serem eliminados… a dicotomia do episódio é importante e ajuda a colocar Kirk “no lugar”: ele não sai vitorioso ou excessivamente confiante, e se sente culpado pelas vidas perdidas e por ele não ter visto até ser tarde demais, mas Pike também o faz ver que ele não errou e não tinha como saber.

Um Capitão em construção… mas um capitão com grande potencial.

“Good night, Captain Kirk”

 

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