Glee 3x17 – Dance With Somebody

“My love is your love”

WHITNEY HOUSTON! Exibido originalmente em 24 de abril de 2012, “Dance With Somebody” é o décimo sétimo episódio da terceira temporada de “Glee” e já começa profundamente emocionante com “How Will I Know”, uma música interpretada por Mercedes, Santana, Kurt e Rachel, em homenagem a Whitney Houston, que havia morrido recentemente – e aquilo mexe com Will Schuester porque ele não sabia que isso afetaria tanto assim os jovens do glee club… e é em uma conversa com Emma que ele entende toda a complexidade desse sentimento: com ela, foi com a Princesa Diana, a cuja morte ela se apegou durante 8 meses do seu último ano na escola porque não queria pensar nisso… não queria pensar que estava indo embora e que tudo ia mudar.

Em parte, é o que está acontecendo com o glee club, ou pelo menos com grande parte dele. Muitos deles estão prestes a se formar e deixar o McKingley High, que é o lugar onde eles viveram seus últimos quatro anos, dos quais três foram vividos ali, no New Directions. É natural que eles estejam com medo do que está por vir… nada mais será o mesmo, com a saída de casa, a vida adulta, a busca pelos sonhos, as incertezas inevitáveis – pensar na morte de Whitney Houston e prolongar o seu luto é a maneira perfeita de não pensar neles mesmos. Por isso, a tarefa proposta por Will para a semana é de traduzir em uma música da Whitney Houston suas próprias dores, medos e angústias… e, é claro, isso nos rende cenas musicais incríveis!

Gosto particularmente de “I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me)”, que é protagonizada por Santana e Brittany e uma referência direta ao clipe da cantora. Também gosto muito de “So Emotional”, que é um dueto quase inesperado entre Rachel e Santana, que rende uma boa conversa mais tarde… uma conversa na qual Rachel fala sobre o tempo que elas perderam brigando e se odiando quando podiam ser amigas e entregar duetos incríveis como esse, e a Santana torna a cena especial e hilária – como quando ela diz que acabou de perceber que vai sentir falta da Rachel e a manda falar algo irritante para que ela possa tirar esse pensamento da cabeça. Rachel até lhe dá um abraço, mas ela promete que “vai ser rápida”.

Também acompanhamos Quinn, que segue tendo dificuldade para se adaptar ao fato de que está em uma cadeira de rodas… e ela sente que as fisioterapias não estão surtindo o efeito esperado. Então, ela ganha a companhia e o apoio de Joe, que ela conhecera no Esquadrão de Deus, e algo começa a surgir entre eles, com direito a uma música que eles interpretam juntos no glee club – eu AMO a interpretação de “Saving All My Love For You”, e as expressões dos demais quando eles cantam a parte “We'll be making love the whole night through”. IMPAGÁVEL. Há algum drama, Quinn acha que Joe não quer nada com ela por causa da cadeira de rodas, Joe, por sua vez, está lidando com o fato de “sentir desejo”, que ele acha que é pecado…

Sam é MARAVILHOSO nos seus conselhos: talvez eles possam ser um tipo de cristão que ora e que faz o bem para os outros, mas que entende que algumas daquelas regras são antiquadas.

ÓTIMO!

Blaine e Kurt, por sua vez, parecem estar em crise… Kurt está pensando sem parar na sua audição para NYADA, e é o único assunto sobre o qual ele fala, e Blaine acaba declinando o convite de ir com ele escolher a música, a roupa ou qualquer coisa assim – Kurt falha em entender o que o Blaine está sentindo, e quando ele está em uma loja de discos pensando no que ele vai apresentar para os jurados de NYADA em breve, ele conhece Chandler, um rapaz excessivamente animado com quem o Kurt parece ter muito em comum, e que lhe pede o seu telefone. Kurt não apenas lhe dá o telefone, como ele passa os próximos dias trocando mensagens com Chandler o tempo inteiro, e são mensagens que claramente são flertes de ambos os lados.

Kurt não quer reconhecer que sua atitude não é das melhores, mas ele fica sorrindo feito um bobo apaixonado toda vez que lê uma nova mensagem de Chandler, e isso naturalmente é desconfortável para o Blaine. Gosto muito da cena que o Kurt tem com Rachel sobre isso, porque ela é quem começa a fazer o Kurt perceber que talvez isso seja traição… eu amo como ela termina a conversa perguntando se o Kurt mostraria essas mensagens para o Blaine, e quando ele responde que “é claro que não”, Rachel diz que “então não é tão inocente assim”. Eventualmente, o Blaine descobre as mensagens, porque o telefone de Kurt não para de vibrar, e isso abre portas para A MINHA PERFORMANCE FAVORITA DO EPISÓDIO, certamente uma das minhas favoritas do Blaine…

“It’s Not Right, But It’s Okay”

EU AMO ESSA PERFORMANCE DO INÍCIO AO FIM. O Blaine está provavelmente mais lindo do que nunca naquele terno todo preto, e eu adoro a intensidade e a raiva que ele coloca na sua apresentação, depois de dedicá-la “a todos que já foram traídos” (o comentário da Brittany!), e as expressões dos demais no coro, olhando para o Kurt, acrescentam muito à cena. Eu amo a música e a performance! E elas levantam aquela pergunta sobre a atitude de Kurt: foi ou não foi traição? Blaine parece achar que sim, porque ele estava claramente flertando com esse Chandler. Kurt, no entanto, diz que “são apenas mensagens”, e ele tenta trazer à tona o fato de que o Blaine também trocava mensagens com Sebastian… mas qual era o conteúdo das mensagens?

De todo modo, eu sinto que a resposta disso tudo começa a vir quando Kurt tem uma conversa com o pai sobre ir embora. É uma cena muito bonita, sincera e emocionante na qual o Burt fala sobre como não quer que ele vá… não que ele pretenda impedir nem nada, ele sabe que Kurt precisa ir para Nova York e que será a melhor coisa para ele, mas ele sentirá sua falta, porque sempre foram só os dois, e quando as coisas mudarem, no ano seguinte, elas nunca mais voltarão a ser as mesmas. É por isso, inclusive, que o pai não tem comparecido aos jantares de família ultimamente, ainda que não faça tanto sentido: ele não quer que isso acabe, então ele está se afastando. Kurt canta “I Have Nothing” depois disso, mas ele não entende que o que Burt está sentindo, Blaine também está.

O que Blaine está sentindo é exatamente o mesmo que Burt: ele vai ficar para trás quando o Kurt for para Nova York começar uma vida inteiramente nova, conhecer um monte de gente e crescer… ele estará ali, em Ohio, no McKingley High, exatamente como agora. Blaine e Kurt vão para uma imitação de “terapia de casal” com Emma Pillsbury, e é aqui que as coisas vêm à tona… é aqui que a sinceridade encontra um caminho. Com a voz quebrando, Blaine fala sobre como o Kurt só fala sobre Nova York e todas suas conversas terminam em NYADA, e é como se ele “não visse a hora de ir embora dali”. Ele pergunta como o Kurt acha que ele sente com isso… Kurt vai embora, vai ter uma vida nova, e ele vai ficar para trás. Assim como Burt, ele não quer impedir o Kurt… mas isso não quer dizer que não dói.

Por fim, temos o Will desesperado para adiantar o seu casamento com Emma para o fim de maio, e simplesmente não é viável… inicialmente, não entendemos o motivo da angústia, mas Will está vivendo o mesmo que os adolescentes: ele também está sofrendo com a despedida, ele também não quer que eles vão embora… esses jovens do New Directions mudaram a sua vida, e ele não quer que eles não estejam presentes no seu casamento. A Emma é maravilhosa aqui: enquanto Will chora e confessa que sentirá falta deles, Emma garante que ele se casasse daqui a 10 anos na lua, eles ainda assim estariam presentes – não perderiam por nada. Ao fim do episódio, ao som de “My Love is Your Love”, o New Directions se encontra no auditório porque eles não podem perder os seus últimos dias juntos…

E, ali, eles viram uma página.

 

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