Round 6 3x04 – 222
“Ainda tem fé na humanidade?”
Chega ao fim
o penúltimo jogo, e isso muda um pouco a dinâmica entre os jogadores, enquanto
o Anfitrião, responsável pela continuidade dos jogos e pelo “entretenimento”
dos VIPs, faz de tudo para que o jogo continue até o fim… “222” é um episódio de bons momentos, sinto que bastante coisa
aconteceu aqui. Começamos o episódio durante o quinto jogo, quando o 096
implementou sua própria estratégia, e seguimos com a despedida de mais uma
personagem querida, sua inusitada e injusta substituição, que garante a continuidade
da perversidade do jogo, e a busca incessante de Jun-ho, que não tem dado
nenhum retorno – e ele sabe que o tempo que tinha para salvar a vida de Gi-hun
e outras pessoas estão chegando ao fim…
Essa é a sua
prioridade, no entanto? Ou é encontrar o irmão ainda?
Se vou ser
inteiramente sincero, eu preciso dizer que o jogo do 096 não me fez ficar com
raiva dele. É frio, sim, mas racionalmente ele tinha um bom plano: ele poderia
empurrar todos que tentassem passar, ele e o 456 votariam com “X” pela interrupção
dos jogos na próxima votação e eles podiam dividir o prêmio e ir embora. É um
grande momento de eliminação essa penúltima prova, e vemos várias pessoas
morrerem, derrubadas pela corda do jogo e/ou pela canseira, pelo 096 aguardando
na linha de chegada ou até mesmo por quem ficou para trás quando uma jogadora
tenta retornar. O que mais me irritou aqui foi o fato de o 456 interromper o
jogo de 096 bem quando o 100, o jogador mais desprezível, era o próximo… ele
sendo o primeiro a se salvar depois dos dois… revoltante.
O jogo é
bastante intenso e entrega boas cenas! É bem cinematográfico o embate entre o
096 e o 456 quando o 456 está ajudando pessoas a passarem e o 096 pula sobre
ele e os dois terminam de volta na ponte – e, para salvar a própria vida, o 456
mata o 096 enfiando o dedo em seu olho e depois o jogando… não sei se foi
apenas para salvar a própria vida, no fim, porque não é a primeira pessoa que
Gi-hun mata com as próprias mãos, algo que ele não teria feito na primeira
temporada, e o jogo e as circunstâncias talvez o estejam corrompendo aos
poucos, o estejam tornando mais próximo da selvageria que sempre vimos em
tantos jogadores desse absurdo. Talvez
seja por isso que o In-ho lhe pergunte se ele anda tem fé na humanidade.
Tudo ao seu
redor leva a não ter mais.
O último a
atravessar a ponte é o Jogador 333, e Gi-hun está disposto a fazer o que ele
prometera que faria, que era retornar por Jun-hee para levá-la, mas isso
acabaria por matar a ambos – até porque ele só tem pouco mais de um minuto até
o fim do tempo, é praticamente impossível. Então, Jun-hee pede que ele não faça
isso, e lhe encarrega mais uma vez de cuidar do seu bebê… ele o levou em
segurança para o outro lado, não levou? Jun-hee, a antiga Jogadora 222, se joga
lá do alto para garantir que Gi-hun não retornaria por ela, e os VIPs discutem
o que fazer com a criança recém-nascida que sobreviveu, e fica decidido que ela
será incorporada ao jogo como uma jogadora, herdando o número, a
responsabilidade e o possível dinheiro da mãe: 222.
A
“substituição” da 222 é anunciada pelos guardas junto aos resultados dos jogos,
o que causa a revolta que In-ho e os VIPs estavam esperando. Quando tudo estava
quase “acertado” e havia a possibilidade de interrupção dos jogos, a revolta e
a ganância é fortalecida – a raiva que a maioria dos jogadores sente da Bebê
222 enquanto pedem pela sua “eliminação” é absurda… como manter a fé na
humanidade frente àquelas demonstrações? São cinco jogadores que caminham
ameaçadoramente na direção de Gi-hun, prontos para matar a bebê da 222 para
terem uma jogadora a menos e mais dinheiro no prêmio, mas os guardas impedem o
assassinato. Interessante os caminhos encontrados por “Round 6” para trazerem novas discussões à tona…
E escancarar
a crueldade, o egoísmo e a ganância.
Enquanto
isso, Choi Woo-seok está na delegacia depois de ser descoberto invadindo a casa
do Capitão Park, e embora ele tenha descoberto coisas que mostram que ele é um deles, ninguém quer lhe dar
ouvidos – toda a sequência da delegacia é desesperadora, quase sufocante,
enquanto Woo-seok tenta exasperadamente fazer com que sua história seja levada
a sério, sem sucesso. E é ainda mais angustiante o momento em que os policiais
ligam para o Capitão Park para falar sobre terem entrado na sua casa, e eles falam
também sobre “a história mirabolante que estão contando a seu respeito”, o que
eu acho que é falta de profissionalismo e acaba por garantir que as coisas
continuarão saindo como ele e In-ho querem. A
busca, por sua vez, sem esperanças de resultado.
Woo-seok
consegue fazer um telefonema a Jun-ho que acaba salvando a vida dele. Ele é
atendido e conta tudo o que descobriu o mais rápido que pode, enquanto corre
pela delegacia até ser encurralado e ter o celular tirado de si, mas é o
suficiente para alertar Jun-ho sobre o Capitão Park e para deixá-lo fora de
vista dele na primeira leva de pessoas que Park mata no barco. Parece quase
tarde demais, mas Jun-ho consegue sobreviver e atira em Park. Ele não consegue
a localização da ilha na qual os jogos estão acontecendo, uma informação que
Park tem e não vai querer passar para ele, mas Jun-ho pergunta por que ele salvou a sua vida, e o
Capitão Park diz que estava seguindo ordens quando o fez… as ordens eram de que
ele continuasse vivo.
Como
aconteceu da outra vez, um jantar de gala é oferecido aos jogadores que
chegaram à última fase, e é durante esse jantar que uma nova votação acontece…
como existe a chance de o “X” vencer, o Anfitrião decide dar a eles um motivo
para votar “O”, pela continuidade dos jogos, e os guardas anunciam que, no
próximo jogo, eles terão que escolher um mínimo de três jogadores para
eliminar, e os demais poderão sair
como vencedores… é quase estúpido acreditar em coisas assim e na possibilidade
de os outros cinco saírem com vida, porque eles
nem sabem qual vai ser o jogo, mas é o suficiente para que os olhos
cresçam, e eles votam “O”. O Jogador Nº 100, inclusive, nem deixa a última
pessoa votar, porque eles já têm a maioria de todo modo…
Ele só quer
continuar comendo e sair dali com o prêmio.
Eu vou
ficar muito bravo se o 100 sair dali com o prêmio!
Após a
votação, seis jogadores se reúnem e já decidem quem seriam os três que eles
eliminariam: o 456, a Bebê 222 e o 125. Naquela noite, então, In-ho manda os
guardas chamarem Gi-hun para uma “conversa” com ele, e ele tem uma “proposta”
para fazer. É quase irônico ouvi-lo falar sobre futuro, sobre salvar o bebê e
sobre “ajuda”, e então ele entrega uma faca para Gi-hun, dizendo que todos os
demais estão dormindo pesado depois de terem se empanturrado, e se ele os
matar, ele e a 222 podem sair dali com o dinheiro. Ele teria coragem de fazer isso? De todo modo, naquele momento o
456 tem uma pergunta mais urgente: por que ele está fazendo isso? Por que ele
está oferecendo aquela faca para ele? E é
um momento aguardado…
Esse é o
momento em que o Anfitrião tira a sua máscara em frente ao Gi-hun pela primeira
vez, revelando-se como o cara que entrou como Jogador 001 na temporada
anterior, e que Gi-hun considerou seu
amigo até acreditar em sua morte. É um momento tão intenso e que rende uma
cena tão boa que ela não precisa realmente de diálogos. Gi-hun não diz nada,
porque ele não tem o que dizer, mas tudo o que poderia dizer está em sua
expressão e sua postura no momento em que ele se levanta com a faca na mão e
poderia ter matado In-ho, mas isso não garantiria a interrupção dos jogos… a
respiração dele, a incredulidade, o sentimento de traição… tudo é muito forte.
Então ele retorna para o galpão onde estão os demais jogadores…
O que ele
fará, provavelmente nem ele mesmo sabe.
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Mentira
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