De Volta Para o Futuro – Contratempo Contínuo: Parte II

Bem-vindos a 2035!

“De Volta Para o Futuro” sempre soube como brincar com diferentes tempos e possibilidades. A publicação em quadrinhos permitiu trazer de volta os personagens que já amamos, com o carisma que conhecemos, enquanto eles exploram novos lugares, novos tempos e, é claro, novas aventuras. Marty McFly estava entediado em 1986, meses depois de seu retorno de 1885 e depois de ver o Doc Brown partir em um Trem do Tempo com a esposa e os filhos, mas agora o Doc precisa de ajuda – pelo menos é o que diz uma carta enviada por Clara de 1893 e entregue para Marty na primeira semana de março de 1986, na escola, depois das últimas aventuras que eles tinham compartilhado… Marty precisa salvar o Doc e, provavelmente, o contínuo de espaço-tempo.

A terceira edição do arco “Contratempo Contínuo” nos leva a 13 de agosto de 1893, o dia em que Doc Brown partiu do Velho-Oeste rumo ao futuro… e se perdeu por lá. Sua mais nova invenção é um “Carro do Tempo a Vapor”, uma espécie de máquina do tempo “descartável”, porque ele sabe que não sobreviverá ao impacto do fluxo do tempo – e, portanto, ele sabe que ele precisará de proteção extra, o que justifica o traje de mergulho com o qual Marty e Jennifer o encontraram em 1986. O plano do Doc era viajar ao futuro em busca das últimas coisas que faltava para a conclusão do Trem do Tempo e retornar dentro de segundos, mas embora Clara, Júlio e Verne estivessem esperando por ele, ele não retornou… foi então que ela decidiu escrever a carta a um amigo.

No dia 04 de março de 1986, Marty está tendo que lidar com um Needles bravo enquanto ele tenta recuperar o novo veículo do tempo do Doc Brown, e o “roubo” do Carro do Tempo a Vapor é uma sequência eletrizante de pura ação, enquanto a memória do Doc vai voltando aqui e ali… e falhando aqui e ali também. A aventura também revela que o Doc tinha mais uma invenção, uma espécie de “Paraquedas do Tempo”, e é com ele que eles vão fazer a próxima viagem… mas não é de volta a 1893: Marty não quer mandar o Doc de volta para o passado com a memória dele do jeito que está, tampouco quer que ele vá embora sem terminar o que quer que ele tenha vindo fazer no futuro. Portanto, se os circuitos do tempo dizem que ele esteve em 2035, é para lá que eles vão.

Gosto da ideia de explorar 2035. O presente da história continua sendo a década de 1980, por causa dos personagens, e 2015 já foi explorado em “De Volta Para o Futuro II”, além de que já sabemos que, na realidade, ele não é como foi mostrado na ficção… por isso, precisamos ir além. É assim que a narrativa se volta a 2035 e, mais uma vez, tem a liberdade para brincar com elementos, com gírias, com espaços… a chegada de Marty e Doc a 2035 segue o padrão das viagens no tempo que vimos nos filmes de “De Volta Para o Futuro”, conforme conhecemos a nova Hill Valley. Dessa vez, descobrimos que o antigo Lone Pine Mall, o shopping em cujo estacionamento foi feita a viagem, se transformou no Lone Pine Aeródromo. E tem um evento acontecendo ali.

Tudo é bizarro, moderno e futurístico num estilo ficção científica dos anos 1980… é muito peculiar e muito característica a maneira como se explorava o futuro nessa época. Depois do Lone Pine Aeródromo e uma possível denúncia à polícia, Marty e o Doc terminam na lanchonete local – o Bistrô 2015, como descobrimos –, e as coisas parecem diferentes de tudo o que eles conhecem… os banheiros, as comidas… mas o Marty ainda consegue tomar a sua Pepsi de sempre. Não só isso: Marty continua arrumando suas confusões de sempre. Dessa vez, não vemos nenhum McFly no Bistrô 2015, mas vemos um rosto conhecido: Griff Tannen, o descendente de Biff que nós já tivemos o (des?)prazer de conhecer em “De Volta Para o Futuro II”.

Então, ganhamos outra sequência de ação enquanto Marty é perseguido pela cidade pelo Griff Tannen, e ele está usando um hoverboard – embora o nome já não seja mais esse. E, como todas as vezes, ele consegue escapar e se dar bem… e, no meio do processo, ele leva o Doc Brown com ele e uma pancada na cabeça faz com que a sua memória retorne por completo. Pelo menos agora teremos o Doc de volta para terminar o que ele estava fazendo e, quem sabe, retornar para 1893? Mas também temos o Griff Tannen do lado de fora, e ele não vai deixar barato… uma coisa é certa: Marty McFly etá VIVENDO. Tristinha a cena dele falando no Bistrô 2015 como sentiu a falta de Doc Brown e como sentiu a falta de tudo isso… de quando ele se sentia vivo.

Bem, Marty. Bem-vindo de volta à ação!

 

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