Olympo 1x07 – Se llaman tácticas

Até onde a Olympo pode ir?

QUE EPISÓDIO ESPETACULAR! “Se llaman tácticas”, o sétimo episódio da primeira temporada de “Olympo”, é um episódio intenso, angustiante e competente que entrega o melhor gancho possível para o primeiro Season Finale da série – e antes mesmo de concluí-la, eu preciso dizer: que temporada de tirar o fôlego. Gosto muito de como toda a trama foi apresentada com calma nos primeiros episódios e de como as coisas foram crescendo depressa nos episódios seguintes e, em pouco tempo, nos importamos com os personagens, com suas tramas, com o seu futuro… estou angustiadíssimo por Amaia, por exemplo, e queria poder protegê-la de todo o mal da Olympo, e agora também fico angustiado por Roque, graças a toda essa sequência final alarmante.

No episódio anterior, Zoe descobrira Núria em uma espécie de ala hospitalar de uma sede da Olympo para a qual ela também tinha sido levada. Agora, no entanto, Núria está de volta ao C.A.R. Pirineos como se nada tivesse acontecido. Amaia a encontra nadando na piscina, e eu não ignoro as possíveis pinceladas de inveja e remorso que podem estar em suas palavras, mas eu também acredito que a sua preocupação com Núria era real… Núria, no entanto, nega ter estado mal, nega ter sido vista por Zoe e ainda diz que trapaças só acontecem quando você é descoberta – se não, são chamadas de “táticas”. O discurso fabricado pela Olympo é nojento e nos incomoda, enquanto todos parecem preparados para sair impunes, e Amaia fica à parte, como uma das poucas que percebe o problema.

Gosto da junção quase inesperada de Amaia e Zoe. Zoe tinha sido drogada, sim, mas ela sabe o que viu Núria na ala hospitalar daquele espaço da Olympo, e quando Núria mente sobre nunca ter estado lá, ela sabe que Núria tem algo a esconder… e, por isso, vai conversar com Amaia. Esse é um momento importantíssimo para ambas as personagens e, ironicamente, talvez elas construam a relação mais sincera da temporada, depois das brigas e provocações. Zoe dá o braço a torcer e fala sobre como Amaia sempre a irritou, mas a sua confiança e determinação fazem com que ela a respeite, e Amaia precisava ouvir palavras de apoio, porque ela está em sua pior fase possível… ver a Amaia chorar naquele quarto enquanto a Zoe coloca o braço em volta dela significa muito.

Então, Zoe diz que elas precisam denunciar a Olympo.

É uma boa união contra a Olympo, é o início de algo que pode dar em algo. Embora não agora… Zoe confronta Núria com o gravador no celular ligado, dizendo que a injetaram com algo e que quer saber o que foi, e Núria a tranca em um banheiro para dizer que ela está bem e é isso o que importa, e que ela não precisa se preocupar, porque o que a Olympo dá é “indetectável nos exames antidopings”. Era um ótimo primeiro passo, mas as câmeras que Jana mandou instalar por todo o Centro de Alto Rendimento Esportivo Pirineos, que o converteram em um Big Brother, permitem que eles vejam a Zoe colocando o celular para gravar… ela só precisa de um pequeno “esbarrão” depois para que o celular de Zoe caia na água…

Nota: mande primeiro para a nuvem.

Para não dizer que tudo isso não serviu de nada – embora não tenha servido para quase nada –, ao menos agora tanto Zoe quanto Amaia sabem da verdade, e não fica mais parecendo que é algo da cabeça de Amaia… a conversa que Zoe e Amaia têm mais tarde sobre isso tudo é um dos melhores diálogos de “Olympo”. Amaia sente de verdade quando ela diz que ela está ali naquele C.A.R. há 14 anos, treinando sem parar, sem nunca ir para festas, sair para viagens ou ter amigos normais… sua vida inteira é aquele lugar e os treinamentos, e para quê? Para vir a Olympo e de repente qualquer um ser melhor do que ela só porque injetaram coisas? É realmente absurdo, revoltante, e Zoe entende o que Amaia está dizendo. Uma cena muito, muito boa!

E eu acho que isso tudo que está acontecendo no rúgbi, do Cristian “se tornando” melhor do que o Roque é a exemplificação do diálogo de Amaia e Zoe… com a diferença de que Roque também foi “pego” pela Olympo. Depois daquela conversa com Hugo no episódio anterior, Roque agora está com aquela mão horrível, mas ele não sente dor nenhuma e acha que pode retornar para o campo – a responsável por seu tratamento no C.A.R. lhe diz que isso não é normal, e o que houve com Núria tampouco… mas a Olympo não se importa. Na condição de nova diretora do C.A.R. Pirineos, Jana promove a demissão de todos os funcionários que ela julga que estão “baixando o nível do ‘seu’ C.A.R.”. Agora, eles estão inteiramente sob o controle da Olympo.

Por fim, temos toda a trama de Roque, que é um destaque magnífico desse sétimo episódio. É muito gostoso o romance que está acontecendo entre Roque e Sebas… a maneira como eles acordam juntos, como os mindinhos se encontram e se acariciam discretamente no campo de rúgbi enquanto uma confusão está acontecendo, e o beijo que eles trocam furtivamente ali é rápido, mas intenso e bonito. Na mesma hora, no entanto, sabemos que será um problema, porque essa história toda da Olympo “gravar um documentário” coloca câmeras por todo lado, e o beijo é registrado e, mais tarde, colocado no trailer do documentário, para compor a narrativa que eles querem contar, nessa tentativa incessante de “limpar” a imagem do C.A.R. Pirineos.

O documentário é uma narrativa sensacionalista e oportunista, e a primeira reação de Roque é dizer que ele precisa conversar com o Sebas para perguntar se está tudo bem antes da divulgação desse trailer e, consequentemente, desse documentário, mas o que Roque não entendeu ainda é que ele não tem opção… e a Olympo deixa isso muito claro aqui: Hugo lhe diz que se ele quer ficar na equipe e jogar o mundial, o beijo fica. Roque está a um passo de perder o Sebas justamente quando eles estavam mais próximos, mais íntimos, mais apaixonadinhos… é tão triste ver a maneira como eles estão felizes juntos, sabendo que isso tem um prazo de validade, e quando o trailer é apresentado na televisão da academia, o caos se instala.

E QUE CENA DE TIRAR O FÔLEGO, HEIN?!

As expressões vão mudando conforme o trailer é exibido… Sebas está imóvel, em choque, sem saber reagir… Charlie começa a bater palmas debochadamente e agride Sebas, perguntando se ele resolveu “colocar a bandeira gay para ficar famoso”… o Roque parte para cima de Charlie para defender o Sebas… é tudo muito intenso, muito grave e escalona depressa. A raiva que Roque está sentindo quando ele bate em Charlie exaustivamente não vem só daquele momento, e Charlie termina ferido, quase inconsciente; Roque, por sua vez, está fraco, machucado por um pedaço do espelho quebrado e sangrando demasiadamente, e então ele desmaia. A última coisa que vemos é o Sebas correndo para ver se está tudo bem com Roque. É uma sequência trabalhada na urgência e na intensidade.

E é, como eu disse no início, ESPETACULAR.

 

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