I’m the Most Beautiful Count – Episódio 1

“This is me!”

Em resumo: EU ESTOU ENCANTADO. “I’m the Most Beautiful Count”, estrelado por Nut Supanut Lourhaphanich, estreou no último dia 01 de agosto de 2025 e vem chamando a atenção por vários motivos – dentre eles, destaco alguns com base no primeiro episódio: o tom certo e cativante da comédia; o elenco lindíssimo que é capaz de nos fazer suspirar; e a possibilidade de encaixar temas um pouco mais sérios no meio de uma trama predominantemente cômica. Tem algo de satírico que funciona muito bem, e repito o que disse: eu estou encantado. A história de um artista queer do século XXI que é enviado centenas de anos ao passado, para uma época ainda mais conservadora, e que descobre que a pessoa que “substituiu” tem uma série de pretendentes…

E que pretendentes, diga-se de passagem!

A série é de comédia e eu não me importo que seja majoritariamente sobre isso, mas não se engane: o primeiro episódio dá mais do que dicas de temas que conversam com a comunidade LGBTQIA+ e que, trazidos ao primeiro plano ou não, possibilitam reflexões. Prince é o que chamam de “idol”: ele é um cantor famoso que acaba de lançar o seu novo single, e ele é um homem gay afeminado muito seguro de si mesmo, mas que enfrenta uma legião de pessoas que o odeiam e que fazem “protestos” contra ele pelo simples fato de ele ser gay. Eu poderia passar horas falando sobre como uma parte do público de BLs se acha desconstruído, mas não apoiam em nada a comunidade LGBTQIA+ de fato e, muitas vezes, reproduzem discursos que nem sabem que são homofóbicos…

Mas não estou com disposição para mexer nesse vespeiro… agora.

Por isso, é tão legal ver alguém como o Supanut, que é um gay afeminado na vida real, dando vida a um gay afeminado em uma produção e, mais do que isso: como o protagonista em torno de quem a história gira, e não como um personagem secundário, geralmente sem par. Eu destaco a maneira como a segurança do personagem Prince é uma escolha, mas quando ele caminha através dos haters até o carro de cabeça erguida, seus olhos dizem muito. E isso casa perfeitamente com a cena revoltante mais próximo ao fim do episódio, quando dois policiais vão até o hospital no qual Prince está internado e eles não poderiam se importar menos com ele… e não fazem questão nenhuma de esconder a LGBTfobia quando escancaram o motivo pelo qual não se importam.

Sério, deem atenção ao texto dessa série!

Depois de um show importante e de uma “visita ao Paraíso”, Prince acorda misteriosamente em um lugar bastante diferente, e ele não sabe o que está acontecendo… ele se pergunta se terminou a noite na casa de algum homem, vê em Jade um acompanhante em potencial e se assusta com as roupas nas quais foi colocado. Gosto de como a série brinca, aqui, com suas duas facetas: me divirto com como Prince se pergunta se aquilo é um reality show, parcialmente surpreso por todo o trabalho que os envolvidos parecem ter tido para tornar aquilo real, e o admiro por sua confiança ao se apresentar naquele cenário sufocantemente conservador, e então ele começa a perceber que talvez não seja uma encenação quando ele apanha do pai homofóbico que o considera uma vergonha.

Prince assumiu o lugar do Conde Worradej, um homem que foi considerado morto depois de ter tomado veneno por um coração partido. E, agora, ele quer descobrir mais a fundo essa história. Por quem Worradej estava apaixonado? Quem partiu seu coração? E, curiosamente, ele tem a ajuda de Jade, o seu criado fiel (e muito, muito bonito, diga-se de passagem!) que parece um raio de sol no meio do que poderia ser um pesadelo. Gosto da ambientação, gosto de todas as possibilidades que colocar um personagem queer nesse cenário abre, e gosto de como o roteiro do episódio é conduzido. Jade fala abertamente sobre os boatos de queo Conde Worradej tinha um caso com o Lorde Kosol, então Worradej percebe que ele não tem outra alternativa a não ser encontrar esse Kosol

A jornada de Prince/Worradej e Jade até a casa de Kosol traz suas surpresas… enquanto atravessam a floresta, Worradej ajuda um homem a capturar um ladrão, que acaba se revelando o Rei Chaiyached, em uma reviravolta bacana, e o grupo é atacado por homens que foram enviados exclusivamente para matar o rei. É no meio desse caos que surge o belíssimo Lorde Kosol pela primeira vez: ele aparece sacando espadas das costas para lidar sozinho com aqueles que os atacaram, e não me admira que Prince suspire por ele assim que ele descobre quem é… quer dizer, ele realmente causa uma primeira impressão marcante! Aos poucos, lembrando-se de uma aula na faculdade, Prince vai se dando conta de que ele está bem no meio de um momento histórico importante.

Toda uma trama de trono sendo roubado, rei sendo atacado…

O Lorde Kosol é meio-irmão do Rei Chaiyached, que é o jovem “ladrão” que Prince encontrara na floresta, e ele está armando para roubar o trono – armar para matar o irmão, no entanto, não parece ser o caso. E, no meio disso tudo, existe a relação que Kosol tinha com Worradej antes de sua “morte” e que Kosol ainda não é capaz de entender por completo… mas eu me divirto com os exageros da série e com como não posso julgar o Prince quando o Kosol sobe sobre ele e o beija na cama para “ajudar a sua memória a voltar” e ele diz que ainda não lembrou de muita coisa e “precisa de mais ajuda”. A dinâmica da relação que Kosol tinha com Worradej ainda é incerta, no entanto: Prince presencia mudanças de humor que o deixam bastante confuso…

Ele vai ter que “investigar” a fundo.

Preso no quarto e vigiado por um tigre de estimação enquanto Lorde Kosol conversa com o meio-irmão, Prince não vê motivo algum para não aceitar o convite do homem misterioso que está jogando pedrinhas em sua janela… quer dizer, ele não sabe quem é, mas ele tampouco sabe muito sobre Kosol, não é? Então, ele pula a janela, cai sobre outro homem lindo – os óculos de Banjong o tornam ainda mais fofo, sério! –, e compartilha um passeio de barco enquanto é levado de volta para casa pelo mesmo homem que encontrara Worradej morto depois de tomar veneno… também tem um quê de mistério ali, e essa é uma das coisas de que mais gostei em “I’m the Most Beautiful Count”: o fato de ter tanto que eu não sei e que eu não vejo a hora de explorar.

Esse conceito, esse cenário e esses personagens prometem!

Estou empolgado!

 

Para mais Reviews de BLs, visite nossa página.

 

Comentários