Desaparecidos, Livro Três – Esconderijo Perfeito (Meg Cabot)

Um serial killer de líderes de torcida?

Jess Mastriani tem um trabalho a fazer… mas como fazê-lo sem entregar para o FBI que ela não perdeu os seus “superpoderes”, depois de ter feito de tudo para convencê-los de que os perdera? Dessa vez, a ação está mais perto do que nunca de Jess, e ela e a família estão correndo um perigo que nunca correram antes: quando uma líder de torcida da Ernest Pyle High School é encontrada morta boiando na “região dos poços”, Jess Mastriani talvez esteja mais próxima do assassino do que poderia esperar. “Esconderijo Perfeito” é o terceiro livro da série “Desaparecidos”, lançado em 2002, e, em mais um livro repleto de mistério, bom-humor e um pouquinho de “sobrenatural”, Meg Cabot nos encanta com a sua narrativa fluída e divertida de sempre.

Naturalmente, Jess Mastriani não tem nenhuma culpa da morte de Amber Mackey… quando uma das líderes de torcida mais populares da escola é brutalmente assassinada, no entanto, as pessoas querem encontrar culpados – e o fato de a “Garota Relâmpago” ter estado indisponível quando parecia que todo mundo da escola estava ligando para pedir sua ajuda para encontrar Amber (ninguém leva a sério mesmo a história de que “ela perdeu os seus superpoderes”) parece o suficiente para que uma galera se volte contra ela… bem, as coisas nunca foram fáceis para Jess Mastriani na Ernest Pyle mesmo, e ela visita com regularidade a sala do Sr. Goodhart, o orientador, mas as pessoas estão empenhadas em tornar sua vida ainda mais difícil.

Justo agora que ela estava tentando “começar de novo”!

Esse terceiro livro da série é, no entanto, um livro importante para Jess Mastriani – em termos de popularidade, talvez? Quer dizer, parece que ela está começando a chamar a atenção… além de despertar o interesse do irmão da sua melhor amiga e ser oficialmente convidada para sair por ele (!), Jess também parece estar chamando a atenção de uma pessoa totalmente inesperada: Mark Leskowski, o namorado de Amber Mackey. É interessante como o livro trabalha com o mistério e o suspense e como nos perguntamos se podemos ou não confiar em Mark, porque aquela aproximação é suspeita, mas o livro tenta nos despistar no momento em que Mark convida Jess para sair e, enquanto eles estão no Mastriani’s, outra líder de torcida desaparece…

Quer dizer, se ele tinha um álibi sólido e um monte de testemunhas, não poderia ter sido ele… poderia? Quando Heather Montrose desaparece também, Jess sabe que essa é a sua chance de a) limpar a sua barra com a escola que está brava com ela por não salvar a Amber; e b) salvar a vida de uma garota de quem ela pode até não gostar, mas a quem não deseja mal. Gosto de como os “poderes” de Jess parecem cada vez mais intensos, e de como temos excelentes sequências nesse livro, como quando Jess acorda no meio da noite porque Rob está do lado de fora da sua janela, e ela está desperta no momento em que “recebe uma de suas visões” ou algo assim. É assustadoramente intenso quando Jess está consciente e “está no lugar de Heather” por alguns momentos…

O salvamento de Heather Montrose é uma sequência eletrizante: há algo de sufocante na maneira como Jess sente o que Heather está sentindo e é paradoxal o alívio que ela sente por Heather ainda estar viva, mas Heather está em uma situação tão ruim, em estado de choque, que ela poderia morrer a qualquer momento… e certamente ela não será mais a mesma. O resgate de Heather Montrose em uma casa nojenta na estrada para a região dos poços e algumas “perguntas” que Jess Mastriani começa a fazer pela escola, no entanto, chamam a atenção de quem quer que esteja por trás disso tudo, e ela começa a receber ligações com ameaças à sua vida e, para “passar a mensagem”, alguém incendia o Mastriani’s, o restaurante principal da sua família.

No meio disso tudo, Jess ainda está completamente apaixonada por Rob Wilkins e tudo o mais… quer dizer, ela já está rendida! Ela gosta da atenção de Mark e tudo o mais, mas é a Rob que seu coração pertence, e os dois compartilham alguns momentos importantes – como quando o Rob aparece na sua janela e os dois partem juntos em uma missão de resgate de tirar o fôlego ou quando ele aparece na escola depois dos acontecimentos para “saber se está tudo bem” e todo mundo o vê conversando com ela… além disso, a mãe de Rob também está trabalhando no Mastriani’s, o que parece o suficiente para que o pai dela diga que “o Rob é um bom garoto”, mesmo que, na verdade, ele não o conheça. E Rob parece menos determinado a manter a distância…

Quer dizer, vide a cena do relógio de presente!

A resolução do caso começa a surgir graças a Claire Lippman – não é necessariamente uma grande surpresa, mas eu sinto que as pontas são bem amarradas dentro da proposta da narrativa. Claire tenta falar com Jess na escola (enquanto Jess está tentando conseguir um novo teste para as cadeiras da orquestra, já que esteve ausente por um motivo bem justificável, com o incêndio em um dos restaurantes da família e tudo o mais), mas seu rosto se enche de medo quando ela vê Mark Leskowski e, então, ela sai correndo e desaparece pelo restante do dia. Demora um pouco para cair a ficha de Jess, mas quando ela finalmente se dá conta de tudo, ela sabe onde encontrar Claire: tanto pelo suéter que Claire deixou cair quanto por dedução lógica mesmo…

Claire está no porta-malas do carro de Leskowski. E é a sua próxima vítima.

No fim das contas, o culpado era, provavelmente, a pessoa mais suspeita o tempo todo, mas Meg Cabot faz um bom jogo com os leitores e, depois, reúne as peças: os diálogos que ele tem com Jess sobre os “planos para o futuro” são importantes para entendermos tudo, especialmente quando descobrimos que Amber estava grávida (!), e o seu álibi no sequestro de Heather Montrose foi pensado justamente para tentar livrá-lo de qualquer suspeita… com o cerco se fechando, no entanto, ele acaba se descuidando, sendo descoberto e sendo preso (embora seja necessário que adolescentes o capturem, porque o FBI não conseguiu chegar nele), enquanto Jess tenta voltar à vida normal. Quer dizer, tão normal quanto pode ser a vida da Garota Relâmpago…

 

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