Anos Rebeldes – A tentativa de fuga de João e a ajuda de Heloísa e Maria Lúcia

“Por que você mentiu pra mim, João?”

Quando percebeu que os militares podiam estar se aproximando dele, João Alfredo resolve fugir, trocar de esconderijo e manter-se em segurança. Antes de fazê-lo, no entanto, ele telefona para a mãe para dizer que está tudo bem e para se despedir dele – e, desesperada, ela implora para vê-lo, e ele acaba cedendo eventualmente… e esse é o seu erro. Como o telefone de sua mãe estava grampeado, eles a seguem até o lugar marcado para o encontro e o identificam como João Alfredo, um dos tantos rostos que lutam contra a Ditadura Militar e que estão sendo caçados por todo o país. Ao invés de prendê-lo naquele momento, no entanto, eles sabem que observá-lo à distância pode fazer com que eles cheguem a “peixes maiores”.

A notícia de que a polícia está atrás de João Alfredo acaba chegando até Edgar e Maria Lúcia, e isso mexe com eles de alguma maneira… confuso, Edgar fala sobre como eles foram amigos e como conviveram por muitos anos, e ele não sabe se conseguiria não abrir a porta se ele aparecesse nesse momento pedindo ajuda. Tentando bancar mais dura do que realmente é, Maria Lúcia se mostra decidida a não abrir a porta se o João aparecer – naturalmente, sabemos que ela está dizendo isso da boca pra fora, e o roteiro de “Anos Rebeldes” vai fazer questão de comprovar isso, quando João corre perigo. Inadvertida da perseguição, Heloísa está levando João para a rodoviária quando eles são cercados, e aquilo vira um verdadeiro pandemônio.

João leva um tiro no braço, dá outro tiro que pode ter matado o cara que ele acertou e Heloísa dirige com destreza como uma verdadeira piloto de fuga, dizendo que eles “vão dar um jeito” mas sem saber direito o que fazer, porque todos os aparelhos médicos que conhece foram desativados. Heloísa consegue a ajuda de Madureira para colocar o carro para dentro do estacionamento de um prédio, para não chamar atenção, e é justamente o prédio no qual Maria Lúcia mora com Edgar… para quem disse com tanta certeza que “não abriria a porta” para o João se ele precisasse de ajuda, Lúcia se contradiz no momento em que vê o João ensanguentado. Ela fica firme e age com frieza, mas ela está preocupada e não vai deixar que ele morra.

Maria Lúcia consegue entrar em contato com o Gustavo, alguém de confiança que trabalha em uma clínica e pode ajudá-los, mas ela acaba se envolvendo ainda mais… ela sabe que eles devem estar sendo procurados e que o carro amassado chama atenção na rua, então manda Heloísa a ajudar a colocar o João Alfredo no seu carro – ela vai levá-lo até a clínica. A bala é retirada e o João deveria passar algum tempo em observação, tomando soro, mas ele não pode ficar ali, porque vai ser perigoso para ele assim que amanhecer… portanto, ele é mandado embora, e Maria Lúcia segue ajudando, porque Heloísa precisa de carona para levar o João para algum lugar seguro, e embora sua fachada seja fria o tempo todo, as atitudes de Lúcia mostram o quanto ela se importa.

Em um momento tenso, o carro com os três é parado pela polícia e tudo o que eles têm naquele momento é sorte… eles só conseguem sair porque Maria Lúcia mantém a calma, inventa uma desculpa sobre varíola para o estado de João e para não deixar que o policial pegue os seus documentos falsos, e então eles saem daquele momento de tensão e partem para o endereço indicado por Heloísa, o lugar onde ela acredita que João estará em segurança pelos próximos dias. Antes de entrarem, ela conta a Maria Lúcia o que ela precisa saber para entender o que está fazendo: ela teve uma filha, que ela pretendia entregar para a adoção porque a revolução era mais importante, mas ela não teve coragem ao ver a carinha da sua filha…

Por isso, ela está sendo cuidada por Zulmira. E por isso ela confia plenamente em Zulmira.

Mas o João não poderá ficar ali, infelizmente… já não é mais um lugar seguro. Heloísa reencontra a filha e descobre que Zulmira está de partida com a bebê, porque a polícia esteve ali há uma hora, procurando por Heloísa, e ela está com medo de continuar ali. Sem ter para onde levar o João Alfredo, Maria Lúcia sugere o sítio que ela e Edgar compraram há algum tempo, e ela pede aos pais de Valdir, que moram e trabalham lá, que eles não contem sobre isso para ninguém… nem para o Edgar e nem mesmo para o Valdir. Era para ser um lugar seguro para o João passar alguns dias enquanto se recuperava completamente do tiro que levou, mas parece que as coisas não serão assim… “Anos Rebeldes” prepara as suas tensões finais.

A reaproximação forçada de Maria Lúcia e Heloísa também traz uma revelação importante… quando Heloísa faz algum comentário sobre o Marcelo que deixa Lúcia intrigada, ela também conta que Marcelo é o pai da sua filha – a filha que tem um ano e meio de idade, e Heloísa conta que ela se conectou com Marcelo logo depois de sua separação. Meio perdida com a linha do tempo, Maria Lúcia comenta, então, que a “ligação” dela com João não durou muito, e Heloísa pergunta: “Ligação entre o João e eu? Você tá delirando?”. Afinal de contas, o João mentiu que tinha algo com Heloísa para afastar a Maria Lúcia, mas ele nunca contou isso para Heloísa… e Lúcia está descobrindo agora que foi tudo uma mentira. Heloísa pode lhe garantir isso.

Para ter certeza, Maria Lúcia pede que ela lhe conte o que exatamente aconteceu de concreto entre ela e o João Alfredo, e Heloísa pode dizer com sinceridade que nunca aconteceu nada… ela esteve com Marcelo esse tempo todo. Embora não seja difícil entender por que João fez o que fez, Maria Lúcia quer entender, quer tirar essa história toda a limpo de uma vez por todas… então ela vai conversar diretamente com ele: “Por que você mentiu pra mim, João?”. É um momento emotivo que nos conduz ao último capítulo de “Anos Rebeldes”. O momento em que Lúcia quer ouvir da boca de João os motivos pelos quais ele mentiu para ela (“Eu queria ver você feliz!”), e ainda precisaremos lidar com as consequências do Valdir observando tudo do lado de fora…

Vem aí uma traição sem tamanho?

 

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