Exposição “CAZUZA: Exagerado”
“O tempo não para”
Uma viagem
pela vida, pela música e pelo legado de um dos maiores cantores de nosso país:
Cazuza. Em uma exposição inédita, organizada por Lucinha Araújo e apresentada
no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro/RJ, todo fã de Cazuza se sentirá em casa…
“CAZUZA: Exagerado” é uma experiência
impactante como é a obra do cantor, uma exposição que nos permite conhecer mais a seu respeito ao mesmo
tempo em que vivenciamos canções que nos marcaram e revivemos a sua perda –
como toda obra que retrata Cazuza, nosso “Caju”, essa exposição é grandiosa,
mágica e dolorosa, e saímos de lá com um nó na garganta, um aperto no peito e
lágrimas nos olhos, mas também saímos encantados e confiantes de que Cazuza
deixou sua marca em sua breve e intensa passagem por esse mundo.
Gosto muito
de como a exposição é organizada em diferentes espaços temáticos, e como somos
conduzidos em uma experiência sensorial e interativa que de fato nos torna mais
próximos da vida e da obra do cantor. Tudo é visualmente deslumbrante,
musicalmente envolvente e repleto de história.
São matérias de jornais, anotações da curadoria e escritos do próprio Cazuza –
escritos que vão além de sua obra musical, porque temos a oportunidade de ver
bilhetes que foram feitos para sua mãe Lucinha na época da escola, por exemplo,
um recado deixado para Ney Matogrosso e uma carta aberta ao público no qual ele
deixa claro seu tom crítico e transgressor. Os espaços nos trazem músicas,
entrevistas e até a experiência de seu show no Canecão.
O primeiro espaço da exposição nos traz vários elementos de sua vida antes da fama: roupas de sua infância, brinquedos guardados por Lucinha, cadernos e boletins escolares. Depois, entramos em um espaço dedicado ao Barão Vermelho, banda da qual Cazuza fez parte entre 1981 e 1985, antes de sair e iniciar sua carreira solo… o próximo espaço, dedicado à carreira solo de Cazuza, é talvez o meu espaço favorito da exposição toda. Caminhamos por sua obra em um espaço com fotos, itens e frases e somos convidados a entrar em seus álbuns. Todos eles estão disponíveis na íntegra ao lado de um disco da época e fones de ouvido através dos quais podemos escutá-los por quanto tempo quisermos… e “tubos musicais” nos permite literalmente entrar em uma música por vez.
É mágico e
maravilhoso!
Depois, passamos por espaços que nos lembram o sucesso e o impacto de Cazuza ainda em vida. O vemos em um programa do “Cassino do Chacrinha” no qual ele é questionado sobre sexo e no qual ele fala sobre a sua mãe, Lucinha Araújo; depois, um espaço grande repleto de fotos que é, talvez, o espaço mais bonito de toda a exposição; o camarim de seu último show, produzido por Ney Matogrosso, que aconteceu no Canecão; a oportunidade de “ver” o Cazuza se apresentar no Canecão, com “Codinome Beija-Flor” e a icônica e atemporal “O Tempo Não Para”, e aqui também temos a oportunidade de escutar ao seu álbum ao vivo, bem como ler a maravilhosa carta escrita por ele em 1988 sobre “ter cuspido na bandeira brasileira durante o show”.
Me pegou muito a entrevista na qual ele é perguntado sobre três desejos e ele fala sobre 1) a cura da AIDS, para que as pessoas possam transar em paz; 2) uma melhora para o país; e 3) que ele seja feliz. Tudo é muito sentimental e muito doloroso, e nesse momento eu já estava à beira das lágrimas. A exposição também valoriza o legado deixado por Cazuza, em espaços como aquele dedicado às novelas de cujas trilhas ele fez parte; aquele com o poema inédito “Cineac Trianon”, lido por atores que o interpretaram no teatro e no cinema (Daniel Oliveira em “Cazuza: O Tempo Não Para”, de 2004; Emílio Dantas em “Cazuza: Pro Dia Nascer Feliz”, musical com a primeira temporada em 2013; e Júlio Reis em “Homem com H”, de 2025); e o último repleto de fotos que mostram como sua obra viveu… eternizada.
Aqui, cada
cadeira é uma música do Cazuza.
Uma
exposição lindíssima, emocionante, forte e única. Todos os fãs de Cazuza vão
amar.










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