[Season Finale] Murderbot (Diários de um Robô-Assassino) 1x10 – The Perimeter

“Dr. Gurathin… I need to check the perimeter”

QUE FINALIZAÇÃO FANTÁSTICA! Com “The Perimeter”, exibido no dia 11 de julho de 2025, a primeira temporada de “Murderbot” chega ao fim, mas não é a última vez que veremos o Robô-Assassino interpretado por Alexander Skarsgård, já que a série já foi renovada para sua segunda temporada pela AppleTV+, dando continuidade na adaptação dos livros escritos por Martha Wells. A temporada se encerra exatamente no mesmo ponto de “Alerta Vermelho”, o primeiro livro da série “Diários de um Robô-Assassino”, mas tem uma finalização mais rica e mais emotiva do que a obra na qual se baseia, e eu gostei muito disso… gostei da forma como a série conseguiu enriquecer a história, e esse episódio final é provavelmente o meu favorito na temporada!

Aqui, as coisas são mais complexas do que no livro, e é uma jornada e tanto! As memórias do Murderbot estão sendo apagadas enquanto a Dra. Mensah e o restante da PreservationAux estão conversando com a Corporação porque querem saber onde está a sua UniSeg. Eles o veem como uma pessoa, como um companheiro, enquanto a empresa o trata como uma peça de equipamento e mais nada, e limpam sua memória, instalam um novo módulo regulador e o colocam para trabalhar novamente, sem vontade própria. Gosto de ver que as coisas não são fáceis de atingir, porque não é nenhuma novidade que a empresa é uma filha da p*ta, e é curioso como é o Gurathin quem dá a ideia de comprar a licença do Murderbot… e eles precisam negociar.

É triste demais a ideia de que o Murderbot pode ter sido “apagado de existência”. A Corporação informa à PreservationAux que toda sua memória foi apagada e um novo módulo regulador foi instalado, e o fato de Ratthi o encontrar no corredor e ele não o reconhecer é a prova de que a UniSeg se tornou apenas mais uma UniSeg… não é mais a UniSeg deles. Eles percebem, então, que eles precisarão fazer alguma coisa para “resgatar” a UniSeg que eles conhecem e, por que não?, amam. Enquanto eles pensam no que fazer, o Murderbot é enviado com outras UniSegs para conter manifestantes que estão protestando em frente à empresa, mas toda a violência faz com que ele se lembre do que aconteceu em sua missão antes da PreservationAux…

E ele falha.

A “falha” do Murderbot pode lhe custar a vida. Uma vez que a empresa vê que não pode controlá-lo nem com um módulo regulador novo, eles decidem que podem descartá-lo por completo – e por isso ele é levado para uma sala onde pretendem derretê-lo, e ainda que saibamos que isso não vai acontecer, eu prendi a minha respiração até o momento em que Ratthi e os demais finalmente entram e conseguem resgatá-lo… ainda que ele não esteja agindo como ele mesmo e não se lembre de nenhum deles (“It may look like our Sec Unity but it’s not”). A sequência é muito triste, com o olhar perdido e inexpressivo da UniSeg que realmente não se lembra de nenhuma daquelas pessoas, e a maneira como todos eles de fato se importam…

De fato o querem de volta.

A maior prova disso talvez seja o Gurathin. Quer dizer, ele vai a extremos para trazer a UniSeg de volta, e se até ele se afeiçoou ao Murderbot, é porque eles realmente o amam! A PreservationAux sabe que, com tudo o que aconteceu no planeta e que a empresa vai querer investigar, eles não apagariam a memória do Murderbot – no máximo a tirariam dele, mas passariam para algum outro lugar, não? Então, Gurathin vai em busca dessas memórias, e as encontra ao buscar por “The Rise & Fall of Sanctuary Moon”, o que É UM MÁXIMO! Ele baixa todas as memórias para ele mesmo, e então ele tem a solução quando reencontra o Murderbot e todos estão lamentando que ele não seja a UniSeg que eles estavam esperando que fosse.

AMO a cena do Gurathin devolvendo as memórias para o Murderbot. Além de a montagem ser muito bonita e conferir mais significado e emoção à jornada do personagem, é muito bom como a primeira coisa que o Murderbot diz ao “voltar a ser ele” é que “estão faltando vários episódios de ‘The Rise & Fall of Sanctuary Moon’”. Ele nem precisa dizer mais nada para que eles entendam que ele está de volta… ele está confuso, atordoado, não entende o que está acontecendo, mas ele está de volta. E, então, o grupo explica para o Murderbot: a Dra. Mensah comprou sua licença permanente e ele pode voltar para Preservation com eles, onde ela será sua guardiã e ele será livre para ser e fazer o que quiser, e ele não precisará de sua armadura…

Lá, ninguém vai atirar nele.

Esse diálogo é maravilhoso! Eu me emocionei na leitura do livro e me emocionei novamente assistindo à série. Agora, o Murderbot ganha roupas normais, e tudo ainda é muito estranho para ele: era a armadura que mostrava para todo mundo que ele era uma Unidade de Segurança – agora, ele pode caminhar pela base como se fosse um humano modificado. Parece um final feliz, um final perfeito… a equipe da PreservationAux está feliz porque estão todos a salvo, inclusive a UniSeg, e a narração do Murderbot reconhece como eles abriram a casa deles para ele, como eles o convidaram para ser um deles… mas ele está mais perdido do que eles conseguem entender. Naquela noite, ele acorda e tenta sair escondido, mas Gurathin o vê.

Não é um trecho que temos no livro, mas é A MELHOR CENA DO EPISÓDIO! É uma adição tão bem-vinda e que confere tanta sensibilidade à partida do Murderbot. Eu gosto da sutileza da cena… de como o Murderbot não olha para Gurathin inicialmente, porque ele nunca gostou de contato visual, mas como ele vai passando a olhar para ele no decorrer da cena, até que, no fim, ele esteja não apenas mantendo contato visual, mas demonstrando emoção em olhos quase cheios de lágrimas; Gurathin é atencioso e gentil com Murderbot como nunca foi antes, e fala sobre como ele vai ser feliz, como ele vai se acostumar e como ele o entende agora, mas o Murderbot diz que “precisa verificar o perímetro”. Inicialmente, Gura não entende, mas ele repete…

Ele precisa verificar o perímetro.

O Murderbot não está dizendo que precisa verificar o perímetro naquele momento, talvez, mas ele precisa verificar o perímetro. Ele não sabe o que ele vai fazer em Preservation, não sabe se terá algo a fazer, e está confuso e com medo, e tudo isso está em uma frase tão simples e dita tantas vezes por ele sobre como “ele precisa verificar o perímetro”. Talvez esteja no tom de sua voz, talvez no contato visual firme que ele mantém, talvez nos olhos tristes, mas Gurathin o entende, por fim… e quando o Murderbot vai embora, Gurathin o respeito porque não há nada que ele pode fazer, e seus olhos estão cheios de lágrimas ao dizer um “Obrigado” que ele sabe que o Murderbot não vai ouvir, mas que ele quer deixar registrado, porque sentirá sua falta.

A FORÇA DESSA CENA É MARAVILHOSA!

Então, o Murderbot parte, como partira no livro… ninguém olha duas vezes para ele, ninguém nota que ele é uma Unidade de Segurança, e ele pega carona com um robô de carga, que ele descobre que também gosta de entretenimento – e ele tem muitas horas baixas que pode compartilhar. Não é ingratidão, nem não querer ficar perto dos humanos, dentre eles a sua humana favorita: ele ainda não sabe o que quer fazer agora que é livre e não quer que outras pessoas tomem essas decisões por ele. A cena fica ainda mais bonita e mais triste por, em paralelo ao que escutamos o Murderbot dizer, vermos a Dra. Mensah chorando ao entender que ele se foi… mas também é emocionante, porque existe um sorriso querendo escapar dos lábios do Murderbot…

Se é a decisão certa ou não, não sei, mas ele tem certeza dela e está feliz.

É isso o que importa.

 

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