Glee 3x20 – Props

“Oh my God, I’m Rachel Berry!”

Exibido originalmente em 15 de maio de 2012, “Props” é o vigésimo episódio da terceira temporada de “Glee”, e é o episódio que nos prepara para as NACIONAIS que estão por vir… e há um pouquinho de desespero. Aparentemente, o sucesso de Unique pode resultar em mais uma vitória do Vocal Adrenaline, e Sue Sylvester tem ideias descabidas para levar o New Directions a essa vitória em Chicago, seja colocando o Kurt para se vestir de mulher – algo que ele se recusa veementemente a fazer –, ou abusando de acessórios que não se juntam à coreografia, mas se tornam a apresentação por inteiro. Enquanto isso, Rachel canta uma versão linda de “I Won’t Give Up” e decide fazer algo sobre NYADA: e se Carmen Tibideau viesse assisti-la nas Nacionais?

Parte do episódio dá destaque à Tina Cohen-Chang, e é bem verdade que a Tina foi absurdamente ignorada durante essas três temporadas, sempre à margem, tendo sido ela uma das integrantes originais do New Directions. Então, enquanto Will Schuester e Rachel falam sobre o próximo grande solo de Rachel Berry que os levará à vitória, supostamente, Tina se cansa, se levanta e fala sobre como ela é tratada como nada – faz três anos que ela está no fundo enquanto os demais estão cantando solos… quer dizer, ela estava cantando “Sit Down, You're Rockin' the Boat” em uma época em que o Finn e o Puck ainda jogavam raspadinhas na sua cara, isso é justo?! E posso dizer? A sua reclamação faz total sentido, então eu estou do lado dela.

Mas Tina tem uma experiência curiosa… que nos rende um ótimo momento de comédia. Enquanto ela compra os tecidos para fazer o figurino do New Directions para as Nacionais, porque essa é sua missão, ela fica exaltada novamente pelo mesmo assunto, tropeça no shopping, cai dentro de uma fonte (!) e bate a cabeça no chão da fonte. E, quando ela se levanta, ela simplesmente é Rachel Berry. Mas não apenas Tina se tornou Rachel Berry como a antiga Rachel se tornou a nova Tina e todos os demais “trocaram de lugar” com algum outro membro do New Directions… e QUE SEQUÊNCIA HILÁRIA! Temos o Finn e o Puck sendo Kurt e Blaine, bem apaixonadinhos, temos o Artie sendo a Santana, com rabo de cavalo e tudo, temos Sue e Will invertidos…

E a Quinn de Sugar, QUE É UM ESPETÁCULO. Ela nem diz nada, e é um dos destaques!

Eu poderia passar muito mais tempo do que passamos naquele “universo paralelo” ou alucinação de Tina Cohen-Chang, e essa troca nos mostra o quanto a Tina é mesmo INCRÍVEL – não que não soubéssemos disso, porque Tina brilhou na chance que teve de fazer alguns solos, mas “Because You Loved Me” é um momento maravilhoso no qual ela está no palco, cantando com todos os trejeitos de Rachel Berry, e recebe aplausos em pé, como ela queria sentir e como a Rachel sente o tempo todo… mas a experiência está ali para fazer com que Tina repense a sua atitude recente e entenda que cada um tem seu papel dentro do New Directions e que a Rachel realmente se esforça muito para ter o destaque que ela tem… então, ela retorna para a sua vida.

Em seu retorno, Tina vai conversar com Rachel para dar a ela o conselho que a Tina/Rachel do outro universo lhe dera: falar pessoalmente com Carmen Tibideaux e não aceitar um não como resposta… e ela pode levá-la até lá. É bonita a cena na qual Rachel reconhece que o que Tina dissera antes é verdade, e na qual Tina se mostra uma grande amiga. A Sra. Tibideaux é dura (mas justa, eu diria) dizendo a Rachel que ela está fazendo com que ela perca tempo de outros pupilos e perguntando por que ela merece atenção especial, mas a determinação de Rachel também é notável e merece ser apreciada, e Tina ajuda quase como a Chiquinha defendendo o Seu Madruga, mas ela diz exatamente o que a Madame Tibideaux precisava ouvir naquele momento…

Tina fala sobre como a Rachel é mesmo uma chata e inconveniente, mas ela é incrível, e a Sra. Tibideaux deveria lhe dar uma chance de mostrar isso. O convite para as Nacionais em Chicago está feito, e mesmo que a Sra. Tibideaux não apareça, Rachel deixa claro que a verá novamente no próximo ano e em todos os anos seguintes, até ela conseguir entrar em NYADA, e é essa determinação o que a diferencia dos demais… inclusive, ela cita que a própria Sra. Tibideaux fez audições quatro vezes para entrar em Juilliard, não fez? O episódio não confirma que veremos a Sra. Tibideaux nas Nacionais, mas fica bastante implícito que Rachel Berry terá uma nova chance – e realmente não tem como não se impressionar com o que está por vir na próxima competição!

Em paralelo, acompanhamos Santana, Brittany e Mercedes indo falar com Beiste sobre ela ainda estar com Cooter, e então retomamos uma história apresentada há alguns episódios, na qual Beiste tem sofrido violência doméstica com um marido abusivo do qual ela não consegue abrir mão – até que o Puck inesperadamente a ajude. A cena de Beiste com Puck é surpreendentemente bonita, porque é o momento em que Puck coloca todas suas angústias e seus medos à mostra, e Beiste se reconhece nele, porque ele é do tipo “durão” que age como se as coisas não o machucassem… mas machucam. E é com essa força que ela encontra inesperadamente que Beiste consegue deixar Cooter (uma cena fortíssima), arrumar suas coisas, ir embora e se voluntariar para ir às Nacionais com o New Directions.

Muitas vezes não sabemos como nossas atitudes influenciam na vida de outra pessoa… Beiste foi uma pessoa importante para Puck quando o impediu de fazer besteira do lado de fora da escola, e foi o ombro de que ele nem sabia que precisava quando ele finalmente desabou por causa da família, do seu futuro, da formatura… e Puck também não imagina o quanto ele ajudou Beiste em uma história que talvez ele nem conheça. Os dois têm uma versão bonita de “Mean” no auditório do McKingley High, e então Beiste conta que conversou com a professora com quem ele está reprovando e ele poderá fazer a prova novamente… e ela pretende ajudá-lo. É tão, tão bonita toda essa história! E eu fico muito feliz por Beiste ter conseguido escapar do seu relacionamento abusivo.

Por fim, o episódio faz uma pergunta: QUAL É O FATOR UNIQUE DO NEW DIRECTIONS? Se o Vocal Adrenaline tem a Unique arrasando, eles também têm as suas qualidades… e o “Fator Unique” deles não é o Kurt ou o Puck vestido de mulher, nem o esforço e a voz da Rachel. É a Rachel quem percebe, enquanto vê o Sam conversando com os demais e os fazendo rir, que o “Fator Unique” do New Directions é o fato de eles serem tão diferentes e tão unidos – é o fato de, no meio de todas essas diferenças, eles encontrarem espaço para entender uns aos outros e se amar. É assim que ela e Tina encerram o episódio cantando “Flashdance… What a Feeling”, que é uma música clássica e deliciosa, e eles entram no ônibus rumo às NACIONAIS em Chicago.

Um momento histórico para “Glee” vem aí!

 

Para mais postagens da minha revisita a “Glee”, clique aqui.

 

Comentários