A Casa das Sete Mulheres – O casamento de Perpétua e Inácio

Casamento. Gravidez. Morte.

O casamento de Perpétua e Inácio é um grande evento de “A Casa das Sete Mulheres”, e nem necessariamente por causa da cerimônia em si, mas por causa de tudo o que é movimentado para que ela aconteça… além de ser um momento feliz e, quiçá, “tranquilo” no meio de tanta turbulência causada pela guerra, os preparativos do casamento dão às personagens uma “distração” em meio aos longos dias de tédio e de preocupação, e também vemos Manuela deixando para trás Giuseppe Garibaldi de uma maneira definitiva, a tempo de retornar para a estância e o casamento da prima, enquanto Maria vai ao convento para tentar buscar Rosário para que ela esteja presente na cerimônia, mas ela simplesmente “não quer ir embora do convento”.

Manuela tinha ido para Santa Catarina em busca de Garibaldi, achando que ainda tinha uma chance de lembrá-lo do amor que lhe prometera, mas descobrir que Anita está grávida fez com que ela entendesse que essa história ficou para trás… o que não quer dizer que ela não fique triste ou que não deteste a Anita, e ela não faz questão de esconder isso, porque Manuela é, acima de tudo, sincera. Eu gosto muito da sinceridade de Manuela e da maneira como ela confronta uma Anita insegura e cheia de exigências, querendo “se livrar” de Manuela a qualquer custo, e de como ela tenta ir embora sem se despedir de Giuseppe, porque sabe o quanto isso a machucaria, mas ele acaba a encontrando antes de partir, para perguntar se ela não pensava em se despedir.

Rosário, por sua vez, conta animada a Mariana sobre como “o Estevão veio ao convento com ela”, por isso ela se recusa a sair de lá, nem que seja apenas por alguns dias, porque “seu lugar é ali”. A notícia da recusa de Rosário de ir para o casamento de Perpétua é recebida com assombro e surpresa, mas assim que Bento Gonçalves chega, ele pede que Afonso Corte Real vá buscar Rosário e que diga à madre superiora que isso é uma ordem. O espírito de Estevão precisa “convencer” Rosário de que a sua partida é apenas por uns dias e, portanto, não tem problema, e então Rosário acaba aceitando que Corte Real a leve até a estância para ver a prima e as irmãs, mas ela deixa o convento falando com o ar e pedindo que Estevão fique ali e espere por ela, que em breve estará de volta.

O casamento em si é um grande e belo momento… muita emoção durante a entrada da noiva, e sorrisos apaixonados, emocionados e felizes de Perpétua e Inácio quando se encontram no altar. A festa em seguida, por sua vez, é grande, com direito a música, dança e uma surpresa, quando uma tropa de caramurus aparece, mas não é para guerrear, não naquele momento: eles escoltaram Manuela de volta para casa e pretendem conversar com Bento Gonçalves, em busca de um possível acordo de paz… a chegada de Manuela é um grande momento, porque embora ela não tenha chegado para a cerimônia, Perpétua a abraça feliz e emocionada porque chegou para a festa. Dona Maria, no entanto, não recebe Manuela com essa mesma emoção, alívio ou afeto…

“Tu não vais me dar um abraço de boas-vindas, minha mãe?”

“Tu não és mais minha filha. Tu morrestes para mim, Manuela”

Por ora, Perpétua é a única das jovens da estância que conseguiu encontrar a felicidade… ir embora com Inácio para morar na casa que ele dividia com Teresa é, no entanto, estranho e um pouco triste, porque a afasta de tudo o que ela sempre conheceu, e da companhia de sua família. Eventualmente, no entanto, ela retorna para não ficar sozinha enquanto Inácio está na guerra, e o seu retorno à estância já traz uma revelação: PERPÉTUA ESTÁ GRÁVIDA. Tristemente, isso é acompanhado por um pressentimento ruim de Manuela, que tem uma visão e anuncia que “um dos delas corre perigo” e, no fundo, Perpétua sabe que é o Inácio. Passei o tempo todo extremamente nervoso, pensando que, justo agora que as coisas estavam bem para ela, Inácio poderia morrer…

Perpétua e Manuela são levadas ambas para ver e ajudar Inácio, a pedido de Joaquim… e isso acaba trazendo algumas das cenas mais tristes que Perpétua protagonizou em “A Casa das Sete Mulheres”. Toda a sequência da conversa com Inácio é triste e emocionante, com direito a toques de alegria quando ela conta a respeito de sua gravidez, mas essa é uma felicidade que dura muito pouco, porque Perpétua acaba perdendo o seu bebê… talvez por causa da viagem e do nervoso que passou, não sei. Ainda com resquícios de culpa dentro dela, Perpétua acredita que isso é fruto de uma “maldição” de Teresa, que não abençoou o casamento deles como eles pensavam, e o seu retorno à estância traz um sofrimento constante e profundo por causa do bebê que não teve…

A felicidade dura muito pouco mesmo em tempos de guerra.

 

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