A Casa das Sete Mulheres – A gravidez de Anita Garibaldi
“Só um filho me faria desistir de Garibaldi. Só uma
criança poderia nos separar”
Está tudo
bem se eu disser que eu perdi muito do interesse na história de Giuseppe
Garibaldi a partir do momento em que ele deixou Manuela no Rio Grande do Sul e
partiu para Santa Catarina? Em Santa Catarina, Giuseppe conheceu “Ana”, que ele
imediatamente passou a chamar de “Anita” e eventualmente se tornou “Anita
Garibaldi”, sua esposa. Anita é, como tantos percebem ao vê-los juntos, a
mulher ideal para Giuseppe: uma pessoa destemida que vai segui-lo e lutar ao
seu lado aonde quer que ele vá… isso não quer dizer que não seja doloroso
assistir ao sofrimento de Manuela, que tem um surto bem marcado quando lê uma
carta enviada a Perpétua, na qual Pedro fala sobre Giuseppe estar com Anita e
“eles serem feitos um para o outro”.
Inclusive,
isso gera uma das cenas mais emblemáticas de “A Casa das Sete Mulheres”, quando Manuela grita, pega uma tesoura
e ameaça se matar, e então Perpétua a “desperta” do surto com um tapa, pedindo
que ela se controle e perguntando o que é isso perto de uma morte de verdade, e então fala sobre o corpo que acabou de
chegar, e que só pode ser o tio Paulo…
toda a sequência de Ana tirando a bandeira e reconhecendo o corpo do marido é
uma das mais tristes da minissérie,
até porque Ana é uma das personagens mais
queridas, e vê-la sofrer é muito triste. Isso não impede Manuela de sofrer
por seu amor perdido, no entanto: ela diz a Perpétua que não tem mais vida, que
está morta e rasga todos seus diários, enquanto Giuseppe apresenta Anita como sua esposa…
Anita Garibaldi.
Depois de
“ver” Giuseppe dormindo com Anita (em uma cena na qual Giuseppe também consegue
vê-la de volta, curiosamente!), Manuela toma uma decisão tardia: ela vai embora da estância e partir para
Laguna, para reencontrar Garibaldi… furiosa, Maria quase bate nela dizendo
que ela não vai fazer isso, mas
Antônia a interrompe e diz que, se Manuela quer ir, que vá. Maria chama a
própria filha de prostituta por “estar partindo atrás de um aventureiro sem
pátria”, mas isso não impede Manuela: de fato, ela parte, despedindo-se das
irmãs e da prima e tomando coragem para chegar até Giuseppe… afinal de contas,
Anita já é uma mulher casada e não pode se
casar oficialmente com Giuseppe, mas ela pode – ao menos é o que Manuela
diz ao chegar.
Pedro faz de
tudo para convencer Manuela de não terminar o percurso até Laguna, mas Manuela
diz que desistirá de Giuseppe apenas quando ele olhar em seus olhos e dizer que não a ama. Manuela já perdeu
Garibaldi, mas agora ela está indo em busca do seu sofrimento e humilhação…
enquanto Manuela está, em suas palavras, “deixando de ser a flor de porcelana
que Giuseppe conhecera no Rio Grande do Sul”, Anita Garibaldi descobre que está esperando um filho de Giuseppe, mas
se recusa a contar isso para ele, porque sabe que, se fizer isso, ele não vai
mais querer que ela o acompanhe em batalhas. Por isso, Anita teimosamente
guarda esse segredo, diariamente postergando dizer a verdade a Giuseppe “para o
dia seguinte” e assim vai.
Em uma
batalha importante, coisas ruins acontecem… Garibaldi leva um tiro que pode lhe
custar a vida (Manuela, naturalmente, sente a sua dor assim que acontece),
enquanto Anita é capturada pelos inimigos. Curiosamente, é Manuela (!) quem
cuida do Garibaldi ferido e, enquanto ele está com febre e delirando, ele chama
o nome de Anita… a dor de Manuela ao ouvir seu amado chamar o nome de outra
pessoa é intensificado, em seguida, quando ela descobre que Anita está esperando um filho dele.
Depois de deixar uma lágrima escorrer, simbolizando sua dor, Manuela pergunta
um “O quê?” tardio, que representa a
destruição de todas as suas esperanças, porque ela sabe que apenas um filho a faria desistir de Giuseppe
Garibaldi…
E esse momento chegou.
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