10 Things I Want to Do Before I Turn 40 – Ep. 11

“É melhor que não nos vejamos mais”

Penúltimo episódio de “10 Things I Want to Do Before I Turn 40” e as coisas não vão realmente bem para Suzume Tojo e Keishi Tanaka. A fala de Keishi sobre como “não sairia com Tojo mesmo que fosse gay”, ainda que não fosse verdade, fez com que Suzume repensasse suas atitudes e, agora, ele precisa de um tempo para descobrir quem ele é e acha melhor que eles não continuem se vendo depois do trabalho. Keishi tenta uma reaproximação, em vão, e sabe que mudanças de atitude de Suzume, percebidas por outros, têm sua raiz no que houve entre eles. O “Bom dia” seco de Suzume Tojo ao passar por Keishi e nem olhar para ele é como um soco no estômago.

Assim como aconteceu nos últimos episódios, Keishi e Suzume estão bastante afastados. Toda a magia, beleza e fofura da lista de “10 coisas que eu quero fazer antes de completar 40 anos” cede lugar a dramas mais complicados e que envolvem mais elementos do que se pode colocar em uma lista, e embora a série não figure dentre as melhores do ano para mim (infelizmente), eu gosto de como ela explora a psique desses personagens e vai além do romance: existem cicatrizes pessoais que impedem o bom desenvolvimento do romance, e cada um está lidando com isso de alguma maneira… muitas vezes através da observação de eventos que ocorrem ao seu redor.

Keishi, por exemplo, tem uma conversa franca com Tanaka na qual ele não fala qual foi o problema de sua suposição no dia em que tudo começou a dar errado, e ele o coloca para pensar no momento em que diz que aceitará o seu pedido de desculpas apenas a partir do momento em que ele souber pelo que está se desculpando. Suzume, por sua vez, está de volta a uma vida bastante solitária na qual restam apenas as memórias que construíra com Keishi, e que seguem materializadas na sua própria casa através dos passarinhos de pelúcia, por exemplo, ou da máquina que eles compraram no dia em que Keishi começou a riscar itens de sua lista com ele.

Memórias do quanto ele era feliz ao lado de Keishi.

Também considero bastante importante toda a sequência de Keishi jogando tênis com os seus antigos colegas de faculdade. Primeiro porque essa se tornou uma atividade que o remete a Suzume, e as memórias o inundam; depois, porque talvez ele precise de uma conclusão para uma história do passado. Ele conversa com o colega hétero por quem fora apaixonado, e esse colega pede desculpas por ele ter “fugido” e/ou o “evitado” ao descobrir sobre seus sentimentos, porque ele não merecia isso… é um diálogo importante que se torna completo eventualmente quando Keishi fala sobre como, com Suzume, ele consegue imaginar um futuro com alguém pela primeira vez.

Por isso, ainda que com ressalvas, reconheço a qualidade da construção da história, porque o episódio constrói todos os elementos necessários para encher de significado o diálogo que acontece entre Keishi e Suzume no fim do episódio, quando Keishi aparece trazendo bolo para Suzume… Suzume o deixa entrar, e confessa que se sentia feliz ao seu lado e que “se deixou levar”, mas ele anuncia que, agora, eles precisam terminar o que tinham, porque ele pensa em tudo o que Keishi pode perder por estar com ele e ele “não pode se responsabilizar por seu futuro” – é uma decisão, no entanto, que ele toma sozinho, e Keishi fala sobre isso. Qual sua participação nisso? Ele não tem voz?

A separação dói em ambos, de maneiras diferentes e intensidades similares.

Uma bela preparação para a conclusão no episódio seguinte!

 

Para mais postagens de “10 Things I Want to Do Before I Turn 40”, clique aqui.
Visite também nossa Página: Reviews de BLs

 

Comentários