Interminable – Episódio 3

Gostaria que fosse menos moroso…

Talvez nunca o nome de uma série tenha feito tanto sentido com o seu conteúdo… minha impressão assistindo ao episódio é de que ele era mesmo “interminável”, e é uma pena. Esse terceiro episódio, com abertura, prévia, bastidores e créditos chegou a 63 minutos de duração, e eu me pergunto o que de importante de fato aconteceu durante o episódio – e a resposta é: quase nada. O visual da série é muito bonito, elogio também a trilha sonora e eu gosto demais dos atores protagonistas (foi por causa de Billy e de Babe que eu cheguei aqui!) e sei de todo o potencial que eles têm, mas infelizmente temos um texto moroso que não acompanha o restante da produção, e o visual, embora seja muito bonito, não vai além o suficiente para que a série se torne contemplativa.

Infelizmente, beira o tédio.

Em se tratando de roteiro, existe uma diferença entre “calma” e “morosidade”: comentei, inclusive, sobre a pressa descabida de um outro BL em exibição que começa a atropelar as coisas na ânsia de entregar outras; o que “Interminable” tem feito, no entanto, não é tomar seu tempo para desenvolver a trama, mas parece patinar e andar em círculos sem que vejamos avanços significativos – estranhamente, em nenhum dos dois tempos nos quais a trama se passa. Temos um novo flashback que nos leva a 1913 sem revelar muito além do que já conhecíamos, e um pequeno avanço na década de 1940 que consiste no fato de Kaew começar a enxergar Yai, mas nada que justifique um episódio com uma hora de duração… pouco acontecimento diluído em um tempo grande demais.

Reforço: o problema em si não é o tamanho do episódio, ainda que eu seja um grande defensor da duração entre 40 e 50 minutos para o episódio como ideal – mas não vou me contradizer no que já disse em outras ocasiões: é mais sobre o que você faz com o tempo que tem do que o tempo em si. E o terceiro episódio de “Interminable” fez muito pouco com muito tempo. O episódio começa com Yai enfraquecido pelo seu esforço de usar o corpo alheio para conseguir tirar Kaew de uma festa em uma crise de ciúmes, mas ele vai se fortalecendo enquanto fica escondido em uma parte da casa proibida a Kaew, e recebendo força dos méritos feitos diariamente pelos novos e antigos moradores da misteriosa “Casa Branca”, supostamente tão cheia de histórias.

A mudança na relação de Kaew e Yai acontece quando Kaew cai de uma escada bamba e Yai não consegue ampará-lo da queda, mas consegue ser visto por ele – então ele e os demais precisam inventar toda uma desculpa sobre como ele também mora na casa porque era amigo do antigo dono e estava em uma longa viagem de negócios e por isso “não tinha aparecido” até então. E, com isso, a dinâmica da casa muda… ou precisa mudar. Yai continua agindo como tem agido desde o retorno de Kaew, estando sempre por perto e o observando descaradamente – a diferença, no entanto, é que agora Kaew sabe que está sendo observado, e pode parecer um pouco estranho… assim como ainda lhe parece estranho que o homem que ele vê em seus sonhos esteja ali.

Aos poucos, ele tem que desvendar sua própria história e passado.

E se lembrar.

 

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