A Casa das Sete Mulheres – O romance de Mariana e João
“Tu conhece bem o gênio e a amargura de tua mãe,
Mariana”
Desde o
começo de “A Casa das Sete Mulheres”,
Mariana, a mais nova das filhas de Dona Maria, só quer uma coisa: SE CASAR. A
personagem, extremamente carismática, vê em cada homem um possível futuro
marido, e acaba entrando em uma espécie de namoro/noivado com Afonso Corte
Real, quando Rosário “o dá a ela de bom-grado”, como ela diz. Mas Corte Real,
embora um homem bom e gentil, nunca deixou de amar Rosário… então, Mariana
acaba descobrindo o que é se apaixonar
quando Bento Manuel envia um homem para ficar “de guarda” na estância, depois
daquele ataque brutal dos caramurus à família de Bento Gonçalves: e Mariana se
apaixona perdidamente por João Gutierrez, um indígena. Um romance que Dona Maria não aprova de maneira alguma.
Mas Dona
Maria está determinada a fazer cada uma
das filhas infeliz.
Então, ao
notar a aproximação de Mariana e João, Maria o expulsa da estância, e eu adoro
como João simplesmente não a obedece.
Com calma e propriedade, ele diz que Maria não é sua patroa e que está ali para
servir a Dona Ana… se a dona Ana não
estiver satisfeito com o seu serviço, então que ela o coloque para fora. Então,
Maria vai falar imediatamente com Ana para exigir
(!) que ela coloque João para fora, dizendo que, se não o fizer, ela vai embora
daquela casa… eu AMO como todas as mulheres ficam contra a Maria e as suas
sandices, e como Antônia se levanta contra ela, dizendo que “ela prefere as
filhas infelizes e trancafiadas” ou qualquer coisa assim. Ana também diz que
enquanto João não lhe der motivos para isso, ela não vai mandá-lo embora.
Maria
cumpre, então, sua promessa: manda Mariana arrumar suas coisas e diz que elas
estão partindo – “Eu não quero ir embora,
a minha mãe tá doida”. Manuela tenta defender a prima, Caetana fica contra
Maria, e Maria é a pessoa nojenta e amargurada de sempre, tentando calar
Caetana dizendo que ela devia ter cuidado de Perpétua e a xingando por ter se
casado com Inácio, então Caetana responde com um merecido tapa… algo que Maria
usa para dizer que, se antes tinha motivo para ir embora, agora ela “tem motivo
de sobra para nunca mais voltar”. É tão triste e tão revoltante, porque Maria é
uma pessoa infeliz e que impõe a sua infelicidade às filhas de toda maneira que
consegue, e causa muita angústia assistir à maneira horrenda como ela trata as
filhas.
Quando Maria
sofre um acidente partindo da estância, quem aparece para ajudá-la? Pois veja
só, ironicamente é a própria Perpétua! E quando Perpétua corre até a estância
para conseguir ajuda, quem é que carrega Maria de volta para casa? O João. Nada
disso, no entanto, faz com que Maria mude a sua atitude. Ingrata e
preconceituosa, ela trata João da pior maneira possível ao despertar e o
expulsa do quarto, e as coisas estão prestes a ficar ainda piores… como, depois
do acidente, Maria e Mariana voltam a ficar na estância, Mariana pode continuar
seu romance com João, e quando eles transam pela primeira vez, a noite deixa
uma marca de sangue no vestido de Mariana, o que é notado por Maria, que teria
feito o mesmo que fez com Manuela, se não fosse impedida a tempo…
Felizmente,
a Ana existe e aparece.
Fica cada
vez mais difícil acompanhar às cenas
de Maria, sinceramente. Sinto um asco e uma revolta tão grandes! Quando Maria
encontra Mariana beijando João, ela a arrasta para dentro de casa pelos
cabelos, gritando, e então a joga dentro da banheira e a esfrega violentamente
para “tirar as manchas do pecado”, enquanto fica repetindo que “ela está
imunda”. Quando Mariana vomita durante o banho, Maria percebe que ela deve estar grávida. Maria coloca
toda a culpa na companhia de Antônia (!), e diz atrocidades sobre como nas suas
três filhas “são três desgraças, três maldições”, e quando Antônia as defende e
diz que ela pode cuidar das três se ela as detesta tanto, Maria responde
dizendo que “elas a pertencem” (para fazê-las infelizes enquanto puder).
Com a descoberta
da gravidez, Maria tranca Mariana no quarto e não a deixa sair para nada, e ela
quase mata João com um tiro quando ele aparece na janela de Mariana, a
convidando para fugir com ele e para ir para algum lugar distante… felizmente,
o tiro acaba não acertando o João. Quando as demais mulheres se voltam
novamente contra Maria e dizem que “ele é o pai do seu neto” (!), Maria
responde que “esse bebê não vai nascer e que, se nascer, ela vai dar o
‘bastardo’ a qualquer pessoa que esteja disposta a levá-lo para bem longe”.
Todas estão em choque com o que e como Maria fala, mas as coisas estão piorando
muito e rapidamente! Agora, Maria está determinada a fazer com que Mariana perca o bebê que está esperando, porque
a única coisa que lhe importa é que elas sejam infelizes.
É muito
triste!
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