Truque de Mestre (Now You See Me, 2013)
“The closer
you think you are, the less you’ll actually see”
UM DOS MEUS
FILMES FAVORITOS NA VIDA. Dirigido por Louis Leterrier, “Truque de Mestre” chegou aos cinemas em maio de 2013 e deu início
a uma franquia de sucesso que, nesse ano, contará com a estreia de sua terceira
entrada e nos apresentou a esse universo de mágica, vingança, sociedade secreta
e infiltrados no FBI… grande e audacioso, o filme nos apresenta aos Quatro
Cavaleiros, um grupo de quatro “mágicos de rua” que são convertidos em grandes
nomes da mágica após serem reunidos por uma figura misteriosa, e agora eles
seguem ordens em shows grandiosos sendo parte de algo muito maior do que eles. A organização conhecida como “O Olho” pode
até ser o objetivo deles, mas quem
está mexendo os pauzinhos nos bastidores tem outra missão…
Eu amo o
filme! Acabei de o assistir novamente enquanto me preparo para a estreia de “Truque de Mestre: O 3º Ato” e eu não
poderia estar mais feliz: eu adoro os números de mágica, eu adoro a
complexidade do plano que precisa ser visto de
longe para fazer sentido, e eu adoro o plot
twist que ainda funciona, mesmo depois de já ter visto o filme tantas
vezes! A riqueza de detalhes em uma história preocupada em amarrar suas pontas
rende um filme excelente. Você passa por duas experiências vendo “Truque de Mestre” ao longo da vida: ou
você está vendo pela primeira vez e é surpreendido pelas reviravoltas,
explicações e peças se encaixando; ou você já sabe quem está por trás de tudo e
qual é o objetivo, então você percebe com mais clareza as dicas e explicações
espalhadas pelo filme.
Gosto demais
de um filme que pode mudar a sua
experiência dependendo de quantas vezes você o vê! “Truque de Mestre” é ambicioso, mas competente, e isso se deve não
apenas ao roteiro, que eu adoro (!), mas também à direção e à atuação – os
Quatro Cavaleiros são vividos por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher
e Dave Franco, enquanto Mark Ruffalo dá vida a um agente do FBI que está
determinado a “capturar” os mágicos e ladrões, com Mélanie Laurent como sua
parceira da Interpol, enviada diretamente da França após um “assalto ao banco”
em Paris (ou em Las Vegas), e Morgan Freeman como um ex-mágico cético que se
dedica a expor truques na internet e destruir a beleza da mágica e carreiras em
troca de visualizações e dinheiro.
A sequência
de abertura é excelente: é a apresentação e o recrutamento daqueles que se
tornarão os Quatro Cavaleiros. J. Daniel Atlas é um ilusionista que faz truques
na rua, e o conhecemos fazendo um truque com cartas, com um quê de
grandiosidade; Merritt McKinney é um mentalista que trabalha com hipnose e
outros truques, e sua apresentação nos dá uma boa ideia de sua personalidade,
usando seu dom para arrancar dinheiro de
um babaca em um restaurante; Henley Reeves é uma escapista apresentada em
um truque com um tanque de água, correntes, piranhas e um quê de sadismo; por
fim, Jack Wilder é também um ilusionista, mas com facilidade para pegar
carteiras e abrir fechaduras. Talentos
curiosos, que se tornam imensos ao serem reunidos.
Os Quatro
Cavaleiros são recrutados através de cartas que são um convite: um ano depois,
eles têm um show inteiramente montado para eles, e é assim que os encontramos
ainda nos primeiros minutos de filme. Daqueles quatro mágicos “pequenos”, eles
se tornaram uma força poderosa prestes a chamar
a atenção em escala nacional – quiçá mundial –, apenas um ano depois de
terem se reunido. Seu “show” é dividido em três atos, que ocupam o filme todo,
aproveitando-se dos conceitos da mágica e inteligentemente nos distraindo enquanto a mágica está acontecendo “em outro lugar”.
Inicialmente, pode parecer alguns truques
independentes, mas eles são todos parte de um só show, com um só objetivo…
e é lindo ver como isso vai se desenhando.
Mágica,
assalto, perseguição, mistério, investigação.
FILMAÇO!
O “Primeiro
Ato” envolve um suposto “capacete de teletransporte” para um assalto a um banco
em Paris, e é aí que eles começam a chamar
a atenção… quando milhões de euros desaparecem, supostamente, de um cofre
em Paris e esse dinheiro é jogado para a plateia de seu show em Las Vegas, os
Quatro Cavaleiros conseguem não apenas a atenção de um público que vai se
tornando fiel, mas da polícia. Investigados pelo FBI e pela Interpol, eles são
levados presos para interrogatório, mas a verdade é que eles sabem que não há como mantê-los ali… a não ser que os federais
queiram admitir que “acreditam em mágica de verdade” e tudo o mais. Eu ADORO
toda a sequência do interrogatório dos quatro, a aparente raiva de Dylan
Rhodes, o agente do caso, e as explicações posteriores.
É grandioso
e tudo o mais, talvez bastante improvável, mas eu gosto de como o filme se preocupa em dar explicações sobre como seria possível fazer o que eles fizeram
– todo o assalto ao banco não é explicado com “mágica de verdade” ou
“teletransporte”, mas com um plano elaborado que faz sentido e poderia
funcionar… mas talvez elaborado demais?
Por que esse cliente? Por que esse banco em específico? São perguntas que vão
aos poucos se acumulando conforme novos detalhes são descobertos, e as peças
são colocadas no tabuleiro para que, mais cedo ou mais tarde, façam sentido. O
roteiro nos conduz de maneira natural por explicações que vão além da mágica,
mas envolvem também injustiças de uma seguradora e a morte trágica de um mágico
no passado…
O “Segundo
Ato” dos Quatro Cavaleiros acontece em Nova Orleans, e eles têm uma plateia diferente. Além de um teatro
cheio de pessoas empolgadas e curiosas, eles também têm a presença de Dylan,
representando o FBI, Alma, representando a Interpol, e Thaddeus Bradley, o
ex-mágico que só quer desmascará-los… gosto de como o segundo número é tão bem
bolado quanto o primeiro, mas tem um quê a mais de deboche, e eles tinham consciência de que, daquela vez, escapar
seria algo mais físico. O número que
“transfere” da conta de Tressler, o investidor deles e dono da Seguradora
Tressler, às pessoas na plateia altas quantias em dinheiro para cobrir gastos e
danos que a seguradora não cobriu quando
deveria tem algo de muito catártico.
Amo a
“explicação” deles a Tressler sobre como conseguiram acesso à sua conta…
E amo como
eles “seguram” o Dylan com a hipnose de antes de Merritt.
Dali em
diante, tudo parece muito mais urgente, arriscado e o filme entra em um ritmo
frenético que é delicioso de se acompanhar! Aquela ideia de “ser a pessoa mais
inteligente na sala” tem tantas camadas e é um jogo intricado que ganha ainda mais complexidade quando, por fim,
entendemos tudo o que estava envolvido… gosto muito do combate corpo-a-corpo de
Dylan e Jack, e da suposta morte na ponte que é uma distração importante para o terceiro e último ato, que só é capaz
por causa de outro conceito básico da mágica: muitas vezes, a “assistente” está fazendo todo o trabalho enquanto o
mágico está distraindo a plateia. Os Três Cavaleiros sobreviventes são a
distração, nesse momento, enquanto Jack Wilder está brilhantemente por trás de
tudo…
O “Ato Final”
dos Cavaleiros acontece no 5 Pointz, em Nova York, e envolve o roubo de um
cofre de Elkhorn cheio de dinheiro, uma plateia alvoroçada e um show de luzes e
distrações que possibilita uma fuga magnífica, bem como a conclusão de um plano
que culmina na prisão de Thaddeus Bradley e, por fim, algumas respostas… dali,
Danny, Merritt e Henley escapam para o Central Park, onde são recebidos por
Jack Wilder e conseguem se juntar a’O Olho, ao qual são recebidos pela pessoa
por trás disso tudo desde o início, o “Quinto Cavaleiro”: DYLAN RHODES. Eu amo
o fato de o agente do FBI responsável por caçá-los e que aparentava estar sempre um passo atrás ser a pessoa dando
as cartas, no fim… ele é “a pessoa mais inteligente na sala”, e enganou
Cavaleiros, FBI, Interpol, Thaddeus, audiência…
Gosto de
como o filme é fechadinho, de como ele era a história de Dylan Rhodes e a sua
vingança por causa da morte de seu pai, Lionel Shrike, e de como os detalhes
foram inteligentemente apresentados durante o filme, para que o quebra-cabeças
se organizasse ao fim: Lionel Shrike era um mágico talentoso que teve a
carreira arruinada por Thaddeus Bradley e, para tentar se reerguer, tentou um
número de escapismo e morreu por causa de um cofre mal produzido por Elkhorn; a
sua família, que incluía um Dylan de apenas 12 anos, não recebeu o seu seguro
de vida, negado pela Seguradora Tressler, cuja apólice foi assinada pelo banco
em Paris… tudo se encaixa em uma questão de minutos e você precisa olhar o
plano de longe para que tudo esteja no lugar.
Quanto mais perto você olha, menos você
realmente vê.
É um
filmaço! “Truque de Mestre” é um
daqueles filmes que faz com que eu me
apaixone mais a cada vez que vejo. Eu gosto de sua ambição e da maneira
como ela é administrada na construção de uma obra que é complexa além do
roteiro… temos um elenco grande e de nomes fortes que divide muito bem seu
tempo de tela, por exemplo, com a história permitindo que todos eles brilhem de alguma maneira, além de ser um entretenimento
e tanto, que também conta com ótimos visuais e trilha sonora! “Truque de Mestre” vale pelos números de
mágica, pela ação, pelo assalto elaborado, pela trama de vingança e/ou justiça…
tudo se alinha para a construção de uma obra marcante, um daqueles filmes que é sempre um prazer imenso poder assistir!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
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