Chosen Home – Episódio 3

“Nice to meet you. I’m her dad”

QUE EPISÓDIO LINDO, QUE SÉRIE MARAVILHOSA! “Chosen Home” tem sido uma deliciosa surpresa. O cuidado e a sensibilidade dessa série a tornam tocante de uma maneira que cada episódio é um soco e um afago, simultaneamente. Nesse terceiro episódio, exibido em 26 de outubro de 2025, demos passos importantes com revelações – não para a audiência, mas para os personagens – que eu esperava, mas não queria, que viriam só muito mais tarde… estou profundamente feliz com essa guinada e com como tudo aconteceu, com aquela sequência linda na qual Hatano “assume a paternidade” de Hotaru não mais como uma mentira regida por um contrato, mas como uma escolha… meu amor por “Chosen Home” segue crescendo a cada episódio!

O pai biológico de Hotaru, aquele mesmo que a abandonara depois do divórcio com sua mãe quando ela tinha 7 anos de idade, é uma figura constante desse episódio – e ele não se faz presente porque de alguma maneira se importa com a filha… ele está ali porque ele acredita que a ex-esposa deixou com Hotaru o dinheiro que ela está sendo acusada de roubar, e ele o quer. Não há nenhum afeto ou intenção de cuidado na presença sufocante desse “pai”: apenas o interesse nu e cru. Ela sabe disso. Hotaru nunca pôde contar com o pai, e ele não faz questão de esconder o que busca… ele tenta invadir a sua casa quando ela não está, por exemplo, e só é impedido pela dona da casa que a aluga para Hotaru, e depois fica esperando pela filha até às 2 horas da manhã…

Enquanto isso, Hatano segue se envolvendo com Sakuta de alguma maneira. Ele se importa com ele porque, como entendemos em menos de três episódios, Hatano é do tipo que se importa. É só por isso que ele aceitou fingir ser pai de Hotaru em situações como uma reunião de pais e uma conversa com a polícia, e ele quer mesmo que Sakuta fique bem. Talvez em algum momento ele tenha querido promover a reconciliação de Sakuta com o ex-namorado – agora, no entanto, ele já percebeu que pode ter se apaixonado pelo professor –, e agora ele quer que Sakuta encontre um lugar para morar… então, ele o apresenta a um conhecido que trabalha com imóveis, e é muito curioso ver Sakuta e Hatano saírem juntos para procurar e escolher apartamentos.

Como se fosse para os dois.

Não é, e não sei se Hatano pensa nisso conscientemente, mas ele se faz presente e talvez uma parte no seu íntimo profundo imagine uma vida ao lado de Sakuta em um apartamento que eles escolherem juntos. Achei interessante, inclusive, como algumas coisas vêm à tona discretamente… quando eles são levados para conhecer um possível apartamento a alugar, por exemplo, o dono do lugar os toma automaticamente como irmãos e, quando eles dizem que não são irmãos, como “amigos”. Hatano faz uma reflexão a respeito disso em voz alta, mais tarde, quando ele e Sakuta veem um homem e uma mulher e ele fala sobre como as pessoas veem um homem e uma mulher e automaticamente supõem que eles sejam um casal, mas nunca pensam nessa possibilidade ao ver dois homens.

Há certa melancolia e muita verdade ali.

Quando Hatano e Sakuta voltam para casa depois dessa “busca por apartamentos com direito a uma pequena reflexão”, eles se deparam com alguma coisa acontecendo ali… Hotaru está sendo ajudada pela proprietária contra o pai que tenta invadir sua casa para vasculhá-la em busca do dinheiro da mãe. E aquele é o cenário prefeito para que tudo venha à tona – e vem. Há um quê de caos e de confusão que deixa Sakuta perdido, e eu fiquei me perguntando se a série insistiria na mentira contada a ele, mas o caminho tomado é inteligente e bonito. Quando Sakuta pergunta quem é aquele homem, ele diz que é o pai de Hotaru e, por algum momento, Sakuta não sabe reagir. Depois, Hatano enche o peito de orgulho para se apresentar a esse senhor…

E se apresenta como O PAI DE HOTARU.

É, provavelmente, o momento mais lindo de “Chosen Home” até o momento. Como eu disse, Hatano não diz isso como uma mentira, mas como uma decisão: a paternidade de Hotaru é uma posição que ele escolheu assumir, e ele tem sido mais pai dela nesses poucos dias do que o outro foi em todos esses anos! Adoro acompanhar as reações… a dele mesmo, a surpresa e a emoção de Hotaru (muito fofa!), e o choque de Sakuta enquanto vai entendendo tudo. E o pai de Hotaru ri de Hatano em um ato de homofobia ao agir como se ele não pudesse ser pai por ser gay… felizmente, Hatano não abaixa a cabeça para isso, tampouco qualquer um dos outros presentes, e isso torna a cena um pouco mais grandiosa, e quando Hotaru chama alguém de “pai”, ela está se referindo a Hatano.

Hotaru permite que o pai biológico entre na sua casa e vasculhe em busca do dinheiro, até porque ele não está ali, enquanto mostra a Sakuta o contrato que fizera com Hatano e que explica o fato de ele ter mentido. A cena de Sakuta com Hotaru é surpreendentemente bonita, porque ele pede desculpas por a ter feito mentir, e então ele conta sobre como também mentiu por muito tempo, porque também não tem pais e é gay. É um momento simples, mas cheio de significado, porque Sakuta está se abrindo… ele fala sobre não esconder quem é e sobre “escolher para quem conta”, e naquele momento ele escolheu contar para ela. Talvez ele também seja eventualmente bem-vindo à família que ela está criando com Hotaru por vontade mútua.

Depois de saber de toda a verdade, Sakuta também conversa com Hatano, em busca de tentar entender… ele não está bravo por causa da mentira, e eu amo a série por não ter investido em algo assim, mas ele quer entender por que ele fez o que fez – e chega a perguntar se foi por causa do dinheiro. No fundo, no entanto, ele sabe que não foi. Gosto de como os sentimentos – e todo tipo de sentimento – aflorou depressa em “Chosen Home” sem que parecesse apressado ou fora de tempo. Acredito na relação de pai e filha que Hatano e Hotaru estão construindo, bem como acredito no despertar do sentimento romântico de Hatano por Sakuta, e fui novamente surpreendido com o Hatano escolhendo contar isso para ele… a confissão pega Sakuta de surpresa, mas é um passo importante.

E Hatano é, provavelmente, o homem mais fofo do mundo ao se declarar.

“I like you”

 

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