Goddess Bless You From Death – Episódio 2

Tom.

Ainda não cheguei a cogitar abandonar “Goddess Bless You From Death”, porque eu gosto da série, mas existem problemas no tom que claramente não serão consertados, e a minha principal queixa é o fato de a série não conseguir encontrar naturalidade no desenvolvimento do romance. Há um tom claramente dicotômico e não necessariamente proposital nas diferentes “partes” da trama, sem a fluidez que outras séries do gênero conquistaram… não é apenas uma questão de equilíbrio, mas uma questão de coesão. O maior exemplo para mim de série BL que se saiu incrivelmente bem ao desenvolver o romance de maneira convincente, envolvente e sem perder o tom e o ritmo de sua atmosfera de investigação é “Manner of Death”.

Se em “Manner of Death” o romance tomou seu tempo no meio de toda a investigação e surgiu e se desenvolveu com naturalidade evidente sem perder de vista o restante, sinto que em “Goddess Bless You From Death” existe um quê de afobação. Não há sutileza na transição de intenções narrativas e percebemos a interrupção da investigação para apresentar uma cena de romance ou vice-versa – não há casamento e fluidez entre as diferentes partes da narrativa. A série parece ignorar a necessidade de não se ter pressa e eu sei que o faz propositalmente, porque a produção quer ser vendida aos fãs do shipp PoohPavel. Desse modo, o flerte, as provocações, os toques, os sorrisos, os diálogos… tudo indica falta de organicidade em um elemento tão importante da série.

Como e por que eles estão tão interessados um no outro? Não pode ser mais do que atração física ou “amor à primeira vista”, eu acredito. E nas brechas encontradas entre o toque em uma tatuagem protetora e uma conversa com amigos sobre interesse em seu hóspede, a série se debruça sobre a investigação do assassinato de sete pessoas cujos corpos foram pendurados de uma árvore em um shopping. A investigação nos leva à morte de uma mulher trans e outros casos similares que aconteceram no passado sempre em intervalos de cinco anos. Thup pode ser um elemento importante da investigação devido à sua habilidade, ainda questionada por Singha ocasionalmente, de ver fantasmas… Singha pretende protegê-lo desses espíritos em troca de ajuda na investigação.

Até porque Singha parece mais interessado em resolver esse caso da maneira correta do que grande parte da polícia, que parece com pressa de conseguir uma solução – ou um bode expiatório. O que importa é que o caso seja arquivado. Foi assim que o Inspetor King foi trazido para liderar a investigação, trazendo à tona uma relação conflituosa com Singha devido a acontecimentos de dois anos antes, quando discordâncias resultaram na morte de uma pessoa inocente… há culpa e rancor envolvidos na relação de Singha e King. Ao menos o passado com King ajuda a justificar (ou funciona como desculpa para) o fato de Singha ter acolhido Thup dentro de sua casa e sob o seu olhar atento: ele não quer que o mesmo que aconteceu há dois anos aconteça novamente.

 

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