It: Welcome to Derry (It: Bem-Vindos a Derry) 1x03 – Now You See It

“It’s… a clown”

Stephen King pode até ter prometido que “esse episódio elevaria o horror ao máximo” ou qualquer coisa assim antes da exibição, mas a verdade é que “Now You See It”, exibido no dia 09 de novembro de 2025, não é o grande exemplo de horror em “It: Bem-Vindos a Derry”. Estou AMANDO a série e esse terceiro episódio é excelente e funciona como ponte para algum entendimento da criatura por parte das crianças que agora parecem ter se firmado como protagonistas, mas o episódio não tem nenhuma sequência de horror tão bizarra quanto a introdução do primeiro episódio com Matty, tão frenética quanto o massacre do cinema ou tão traumatizante quanto o tormento a Ronnie no episódio anterior. A do cemitério não passa nem perto.

Mas a mitologia da série está sendo explorada e definida, e esse é o grande destaque da série para mim. A Criatura, que nos habituamos a ver na forma de Pennywise nos dois filmes de “It”, ataca a cada 27 anos, e temos vislumbres dos dois ciclos anteriores… se essa temporada de “Bem-Vindos a Derry” se passa em 1962, ouvimos falar sobre as mortes que ocorreram em 1935, por mais de um personagem, e nos concentramos parcialmente no ciclo de 1908, nas figuras de Francis e Rose. Flashbacks nos mostram o pequeno Francis Shaw, aos 12 anos, em um circo itinerante e, depois, fugindo da criatura na floresta, com a ajuda de Rose – uma garota que ele reencontra agora, 54 anos depois, quando retorna a Derry encarregado de escavações que podem dar muito errado…

E o personagem de Francis Shaw é usado para reintroduzir na série algo que ficou muito claro em “It: Capítulo 2”, de 2019, que é a maneira como a memória sobre o que acontece em Derry funciona… Rose explica para Francis sobre como quanto mais longe se está, menos se lembra – não quer dizer, no entanto, que o que aconteceu em Derry não fique registrado de alguma maneira dentro da pessoa. Com o retorno de Francis a Derry, tantos anos depois, toda a sua memória retorna, do tempo que passara com Rose na cidade, do seu “contato” com a criatura… e Rose quer impedir que as escavações continuem antes que algo de muito ruim aconteça. Gosto da introdução de uma personagem como Rose, que esteve presente no ciclo de 1908, 1935 e, agora, de 1962…

Outra menção ao ataque de 1935 acontece na base onde Dick Hallorann está sendo usado como uma “bússola humana” em busca da “arma que causa medo debilitante” que o exército pretende usar a seu favor… como eu disse em minha review anterior: estupidamente. O Major Hanlon e o Capitão Russo são colocados para trabalhar com Hallorann e obedecer às suas indicações, porque ele e seu poder psíquico são colocados a serviço da busca por essa “criatura” que eles não entendem, mas que almejam utilizar… Dick Hallorann tem uma experiência singular durante o voo, na qual ele percebe que ele é visto pela criatura – que quer saber quem ele é. Não era essa a intenção, não era para a criatura saber que eles estavam ali, que eles estavam buscando…

Eles não viram nada… eles foram vistos.

Lilly Bainbridge é rapidamente liberada de Juniper Hill e o seu retorno à “vida normal” de Derry conta com o seu desejo de consertar as coisas com Ronnie de uma vez por todas – a prisão de Hank Grogan, no entanto, parece difícil de ser revogada… a não ser que elas tenham alguma prova do que viram no dia do massacre no cinema. Afinal de contas, Lilly sabe que ninguém acreditaria nela se dissesse o que viu de verdade naquela sala, mesmo antes, e agora que ela foi mandada novamente para Juniper Hill ainda menos… por isso, ela e Ronnie se propõem a tentar conseguir alguma prova de que existe uma força maligna por trás daquele ataque e, para isso, elas convocam a ajuda de Will e de Rich. Inicialmente porque Will pode ajudá-las a revelar umas fotos…

Rapidamente, no entanto, os meninos se tornam parte de tudo isso!

Gostei do grupo formado por Ronnie, Lilly, Will e Rich, e quase me diverti com toda aquela coisa de “invocação da criatura no cemitério”, com algum ritual que Rich conhece apenas por cima. A experiência quase patética do grupo, no entanto, acaba se tornando uma grande perseguição da criatura que ataca na forma de “fantasmas” das crianças que morreram anteriormente (ou algumas delas), mas não é uma grande sequência de horror, no fim das contas… confesso que eu esperava bem mais a partir de toda a premissa de invocação e tudo o mais. Mas as crianças parecem conseguir um pouco do que eles querem: FOTOS QUE PROVAM O QUE ELES VIRAM. Will Hanlon, agora, acredita no que Ronnie e Lilly disseram… e a última foto, tirada por ele, revela algo sinistro…

Um palhaço.

Bem… bem-vindos a Derry!

 

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