Mystique in the Mirror – Episódio 1

“Remember!”

A premissa me interessa bastante e o primeiro episódio teve altos e baixos, mas com um saldo final positivo que me faz querer continuar… há muito espaço para bom desenvolvimento, gosto do suspense e do mistério, e estou curioso para ver como todas as peças se encaixarão no fim. Com Tou (Sedthawut Anusit) e Pentor (Jeerapat Pimanprom) nos papéis principais, “Mystique in the Mirror” estreou no dia 22 de outubro de 2025 trazendo a história de um homem se dividindo entre duas “realidades”: uma na qual ele está internado em um hospital psiquiátrico; outra na qual ele está em casa, morando com o pai e sendo constantemente assombrado pela visão de um homem mais velho que aparece no espelho ou outras superfícies refletoras.

Preciso ser sincero e dizer que eu gosto muito da sensação primária de não saber bem o que está acontecendo. O campo de possibilidades que se abre a partir disso é sensacional. A introdução do episódio nos apresenta a Alan em uma sequência frenética de fuga e descoberta que culmina nele sendo capturado e dopado. Gosto bastante de filosofia, e a narração inicial do episódio nos leva a Chuang-Tzu, um filósofo taoista chinês do século IV a.C., que tem uma das melhores histórias possíveis para se falar sobre a relatividade de nossa realidade: o homem que sonhava que era uma borboleta; ou, quem sabe, a borboleta que sonhava que era um homem. Foi mais ou menos naquele momento em que eu fiquei vidrado na tela e não pude mais parar.

O conceito do homem que dorme e a borboleta que acorda e vice-versa em um ciclo constante que questiona o que é realidade e o que é ilusão e/ou sonho rege o episódio de “Mystique in the Mirror” e dá a ele o tom gostoso de mistério que ainda precisamos desvendar. Depois de ser dopado no hospital e despertar de novo em “sua vida”, o que ficou para trás é tratado como um mero sonho – um sonho que o pai o incentiva a escrever em detalhes em seu diário para que ele possa lembrar dele e lembrar a si mesmo de que aquilo foi apenas um sonho. A estranheza proposital das cenas, no entanto, nos faz questionar de imediato… a relação de Alan com o pai, a insistência tanto em relação ao diário quanto aos remédios e, é claro, o reflexo no espelho.

Alan é tratado, aqui, como uma pessoa com demência, cujo cérebro está lhe pregando peças e fazendo-o esquecer-se de coisas – é, supostamente, por isso que ele está tomando todos aqueles remédios em horários específicos. Me chamou a atenção, no entanto, a cena na qual ele está se despedindo de um amigo e há algum destaque para o número de sua casa – que pode muito bem ser o verdadeiro número do seu quarto no hospital? De todo modo, nessa “realidade”, Alan é atormentado pela visão de um homem mais velho no espelho, e por mais assustador que seja, ele parece estar querendo fazer com que Alan se lembre de algo. Ainda assim, suas aparições rendem bons momentos de suspense, sustentado exclusivamente pelas expressões de Alan e a trilha sonora.

O episódio cria e sustenta bem o seu tom e sua proposta.

A aparição desse “fantasma” no espelho durante a sua hora do banho acaba desencadeando uma discussão séria entre Alan e o pai, porque ele não gosta da maneira como o pai parece nunca o levar a sério sobre o que ele está vendo – como se fosse apenas uma alucinação ou como se ele estivesse inventando. Tal qual o homem que adormece e sonha que é uma borboleta ou a borboleta que dorme e sonha que é um homem, no entanto, Alan desperta em outra realidade diferente daquela em que estava há pouco, e ele não sabe se ele está sonhando agora ou se agora está acordado e estava sonhando, na verdade, quando achou que estava em casa, de volta com o pai. Agora, ele está em um hospital psiquiátrico e tem uma única companhia…

Win.

Nesse momento, Win é uma incógnita. Com o primeiro episódio voltado a Alan, não sei dizer o que acho de Win, tampouco consigo ter certeza de que ele é real – embora eu acredite que a realidade seja a do hospital, Win pode não estar incluso no meu conceito de “realidade”. Há um quê de conexão e flerte com o Win dizendo que, se ele acha que está sonhando, então “ele é o homem dos seus sonhos”, mas eu ainda não estou preparado para comprar esse romance, porque o episódio não foi construído com esse objetivo… no momento, estou muito mais investido nas dúvidas e possibilidades, e quero ver como isso será abordado. Se o primeiro episódio mostrou mais o Alan em casa, eu imagino que o segundo deve virar esse jogo e mostrar mais de Alan no hospital…

Vamos conferir!

 

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