Mystique in the Mirror – Episódio 2

Realidade ou ilusão?

Talvez eu tenha gostado mais do segundo episódio de “Mystique in the Mirror” do que do primeiro, e não necessariamente pela mudança de cenário, porque eu os vejo como complementares – e a proposta é que sejam –, mas porque senti que nos aprofundamos mais na história de Alan com poucas certezas, mas com espaços para teorias que vão ser confirmadas ou desmentidas no decorrer dos próximos episódios… o universo se expande, novas perguntas são levantadas, novos personagens dão as caras, e a natureza da situação de Alan continua enigmática, e eu gosto da ideia de não saber em quem podemos confiar, ou mesmo em quem existe de verdade e quem é apenas uma alucinação. Espero por boas reviravoltas!

O conceito de “Mystique in the Mirror” nos foi apresentado sob a influência taoista do filósofo chinês Chuang-Tzu – se no episódio anterior o Alan era um homem que sonhara ser uma borboleta, nesse Alan é uma borboleta que sonhara ser um homem… e a certeza da realidade versus a ilusão é inexistente. Ainda não consigo captar o nível de complexidade do roteiro e, portanto, saber se o que eles estão nos entregando são pistas da verdade ou elementos calculados para nos confundir. Não acho que a teoria dos mortos do “Hospital dos Esquecidos” vá de fato a algum lugar, já a sensação de que o homem mais velho que Alan vê no espelho pode ser ele mesmo é algo que eu sinto começar a se concretizar dentro de mim… por ora, aguardemos.

Alan está em um hospital. Depois de deixar para trás a realidade na qual estava em casa com o seu pai como se ela fosse um sonho, ele se encontra em um ambiente quase metamórfico que é uma junção de diferentes elementos… pode ser uma grande casa antiga e luxuosa, um hospital psiquiátrico ou uma prisão de segurança máxima, e eu gosto de como essas facetas se misturam e nos entregam sequências em consultórios, na cozinha ou no inusitadamente bizarro refeitório… destaque para a cena de Alan com o seu médico, o Dr. Nil, na qual ele parece em negação e cogitando a possibilidade de o médico e o pai terem inventado juntos uma história para enganá-lo. Sua reação, que parece anteceder um possível surto, é recebida de maneira distinta por diferentes profissionais…

Pete é muito mais duro do que o Dr. Nil.

Já que mencionei a cena do refeitório, trago-a de volta para comentar a sua estranheza proposital na qual vivem dicas que eu ainda não parei para processar. É Win, o jovem que apareceu no seu quarto quando ele acordou, quem conduz Alan pelo lugar e o apresenta a coisas e pessoas, e ele tenta fazer com que Alan compartilhe as anotações que ele faz em seu diário pessoal – Alan só se rende a deixá-lo ler depois que ele também compartilhar suas histórias pessoais, e Win conta sobre suas visões e sobre como e por que foi mandado para aquele lugar. Tudo é bastante cênico aqui, e as reações dos demais pacientes à mesa à história de Win ou aos comentários de Alan podem causar desconforto e eventuais calafrios. Uma experiência… curiosa.

Não consigo deixar de lado a sensação de que Win é apenas uma alucinação de Alan – embora pareça muito óbvio para ser isso, é isso o que o episódio sugere, de maneira não tão sutil, mas ainda assim inteligente. Alan é a única pessoa com quem Win parece interagir, e ele “desaparece”, com uma desculpa ou outra, toda vez que alguém que poderia vê-lo se aproxima. Se ele o faz no início do episódio para não ser descoberto no quarto de Alan e isso parece uma desculpa plausível, o seu sumiço rápido para “ir ao banheiro” quando o Dr. Nil está chegando para falar com Alan no refeitório nos faz levantar a sobrancelha… ele também não parece estar no banheiro mais tarde, e ele precisa “se esconder” de novo, agora embaixo da cama, quando alguém vem ao quarto de Alan buscá-lo…

Estou gostando da criação da narrativa, curioso pelo restante!

 

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