Mystique in the Mirror – Episódio 4
“Being
alive and existing are not the same thing”
QUAL É A
DIFERENÇA ENTRE EXISTIR E ESTAR VIVO? “Mystique in the Mirror” tem sido uma experiência curiosa… sinto
que ela tem sido mais dramática e melancólica do que, de fato, uma série de
suspense, e o investimento em mistérios parece ser quase que exclusivamente ao
personagem principal e não necessariamente à audiência, uma vez que várias
coisas já parecem óbvias – como o fato de que Win não existe além do que Alan
pode vê-lo. E é aí que se encontra a parte curiosa
que mencionei anteriormente: ainda assim, a série é envolvente e me prende a
ponto de eu estar ansioso para o
desenrolar dos próximos episódios… não é tanto sobre saber o que vai acontecer, mas sobre saber como as coisas vão acontecer. Ainda
assim, sei que posso ser surpreendido.
E cá entre
nós: eu espero ser.
O romance
entre Alan e Win, que eu temi que pudesse destoar
do tom inicial da série, agora parece plenamente justificado pela ideia de que
Win só existe para Alan… note a
maneira como Pete reage ao nome de Win sem reconhecimento algum. Na noite em
que Alan fala sobre Win para Pete e vai dormir com seu nome em mente, ele tem um sonho erótico que é a confirmação
– como se ele precisasse de alguma – das coisas que está sentindo. É simples,
breve, mas quente o suficiente para
que Pete experimente uma polução noturna graças aos beijos em seu corpo que, em
sonho, ganhara de Win, e ele desperta precisando
correr ao banheiro e lavar as calças… calças essas que precisam ser
“escondidas” de Win quando ele surge no seu quarto logo pela manhã.
A dinâmica é deliciosa.
A série já
abandonou qualquer sutileza em relação a Win, propositalmente – não é mais para
que não percebamos seus
desaparecimentos repentinos que beiram a impossibilidade ou a sua falta de
interação com qualquer outra pessoa que não seja o Alan. Com Pete foi algo
talvez menos evidente, mas quando Si se aproxima de Alan e um tabuleiro de
xadrez e pergunta se pode se sentar com ele, sua reação à menção de Win é
bastante clara, ainda que ela escolha fingir que também conhece o Win porque “está há muito tempo ali”. Durante a
conversa, Win desaparece sem avisar
ou deixar vestígios, e a força da cena está no diálogo no qual Si incentiva
Alan a falar sobre estar se apaixonando
e fala sobre não deixar a oportunidade escapar quando ela surge.
Sinto que Si
sabe/percebe mais do que parece.
No início da
série, achei que teríamos mais idas e vindas entre “homem” e “borboleta”, e
tenho certeza de que a série ainda está preparando algo, mas, no momento, somos
convidados a ver Alan como paciente em um hospital psiquiátrico… após exames
pedidos pelo Dr. Nil, ele fala sobre como não há nada de errado com ele fisicamente, mas a animação de Alan com
a crença de que isso signifique que talvez ele pode ir embora se esvai depressa
quando o Dr. Nil demonstra que ele ainda
não está pronto para isso ao mostrar-lhe um espelho. Alan se encolhe e vira
o rosto rapidamente, ainda com medo da superfície refletora, mesmo que faça
algum tempo que ele não veja o reflexo do velho… aquele que pede que ele “se lembre”.
(E que eu
tenho para mim que é ele mesmo)
O “Hospital
dos Esquecidos”, como Win o chama, é um cenário curioso… coisas estranhas acontecem ali, e não temos certeza da realidade de todos os eventos. Alan e
Win compartilham momentos estranhos como o do quarto C02 e momentos bonitos, como a visita ao cemitério,
onde Win parece estar contando a verdade a Alan, mas ele não percebe… aqui, Win
fala sobre como “estar vivo” e “existir” são coisas diferentes, e como uma
pessoa existe enquanto estiver na memória
de alguém – sem perceber, Alan confirma todas as suspeitas anteriores ao
dizer que “Win não pode desaparecer porque vive em sua memória agora”. É um
conceito bonito e verdadeiro o de as
memórias fazerem com que as pessoas continuem existindo…
Mas Alan não
se dá conta ainda da extensão do que
ele descobrira.
Estou
curiosíssimo pelo futuro!
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