A Tale of Thousand Stars | 1000 Stars – Episode 3

“Eu vou te ensinar a sorrir”

QUE EPISÓDIO MAIS LINDO! Eu estou amando “1000 Stars” desde o início, mas talvez tenha sido nesse terceiro episódio que eu pensei, de uma vez por todas: “Tá bom, eu estou apaixonado nessa série”. O terceiro episódio de “1000 Stars” traz as consequências que Tian tem que enfrentar depois de Kalae ter quase se afogado na cachoeira sob a sua supervisão, mas como ele está decidido a não ir embora, o vemos começar a se importar com as crianças e com os demais moradores, encarando a aldeia como sua nova casa… como sua nova família. O episódio se divide muito bem entre esse crescimento pessoal do Tian (culminando em uma cerimônia de boas-vindas lindíssima que me fez chorar!) e os primeiros indícios mais concretos de um romance entre Tian e Phupha, com cenas perfeitas que me fizeram ficar com um sorriso bobo no rosto.

Em flashback, retornamos brevemente para um momento da vida de Tian muito antes de ele receber o transplante e decidir ir para Pha Pun Dao: quando ele descobriu que estava doente e que eventualmente precisaria de um coração novo. Ele está fazendo planos de ir em uma viagem aos Estados Unidos com o melhor amigo quando passa mal e desmaia durante um jogo de tênis, e então o médico fala sobre o seu problema no coração… é uma cena fortíssima e triste na qual vemos Tian atordoado, sem ouvir muito do que o médico está explicando para ele e para os pais, e ele só tem uma pergunta no fim: quanto tempo de vida ele ainda tem? É interessante acompanharmos essa versão do Tian de antes do transplante e compará-lo à versão atual, essa que vemos crescer tanto em Pha Pun Dao, essa por quem nos apaixonamos um pouco mais a cada episódio.

Na aldeia, o xamã e o médico visitam Kalae para saber como ele está depois de quase se afogar, e Tian faz o que tinha que ser feito, que é pedir desculpas à família de Kalae – nesse momento, não há muito mais do que ele pode fazer. De qualquer maneira, ele está lá, ele reconhece seu erro e ele ainda ajuda a convencer Kalae a tomar os comprimidos que ele está se recusando a tomar, o que faz com que Phupha olhe para ele com certa admiração e satisfação, um sorriso lindo no rosto… mas um sorriso que ele ainda não permite que o Tian veja com muita frequência. Como comentei na minha review do episódio passado, eu gosto muito de Phupha e eu acho incrível que ele seja um personagem tão enigmático no sentido de que nunca sabemos exatamente o que ele está pensando… mas, a meu ver, ele está completamente encantado por Tian.

As crianças não aparecem para a próxima aula de Tian, e eu fiquei bastante angustiado e triste por ele, de verdade… mas essa é outra incrível oportunidade de crescimento para o Tian, para aprender o que realmente importa para ser um bom professor para aquelas crianças. Phupha aparece na escola vazia para conversar com Tian, perguntando o que ele acha que é “um bom professor”, e Tian o define como alguém que fala e as crianças entendem, mas então Phupha pergunta se, caso as crianças entendam o que ele diz, mas não saibam aplicar, ele ainda seria “um bom professor”. Então, quando Tian pergunta o que Phupha considera um bom professor, Phupha diz que ele é um – e isso é o suficiente: Tian sai, determinado a “resgatar” as crianças, mas não apenas levá-las de volta para a sala de aula, mas conhecê-las e entender o que elas precisam…

Assim, vemos Tian se envolver mais com a aldeia, mesmo que pouco ainda, ocupando o pequeno espaço que lhe permitem… mas o vemos ajudar um dos alunos que está cuidando das galinhas que a família cria, o vemos disposto a aprender bordado junto à mãe de outra aluna que a está ensinando, o vemos ajudar na colheita do chá. E é aqui que as coisas ficam difíceis. Durante a venda do chá da família do aluno mais velho e líder da turma, ele percebe que nem ele nem os pais sabem o que é um “quilo”, por exemplo, e confiam nas anotações que os compradores fazem durante a pesagem – mesmo que a balança marque 5 quilos e meio e eles marquem apenas 4, por exemplo. Então, ele expõe os trambiqueiros para defender os aldeões, mas embora suas intenções sejam boas e justas, ele não tem preparo para isso e causa uma grande confusão.

Ele acaba machucado, o chá acaba todo no chão, os compradores vão embora sem levar nada.

Naquele momento, eu fiquei muito triste pelo Tian, porque eu sabia que a aldeia se voltaria contra ele – felizmente, eu estava enganado, surpreendentemente. Tian é inteligente e pode ajudar essas pessoas, mas ele vai ter que aprender como fazê-lo… e eu também não precisava ficar triste pelo Tian porque ele passa uma noite inteira com o Chefe Phupha e, bem… quem não queria, não? As cenas de Tian e Phupha são PERFEITAS e me fizeram suspirar. Ele aparece, sem avisar, na casa de Tian durante aquela noite, mas não para dar uma bronca, como Tian inicialmente acha que é sua intenção, mas para perguntar se ele está machucado e para passar remédio nas suas feridas… a tensão que existe entre eles quando eles se aproximam é palpável e deliciosa.

Phupha se voluntaria para passar a noite com ele, caso aqueles caras voltem por “vingança”, e eu fiquei todo bobo com as cenas dos dois deitados lado a lado embaixo do mosquiteiro, com o Phupha tentando puxar assunto – mesmo sem saber muito como, ele queria conversar, e eu gosto de conhecer mais desse Phupha, que não é tão “rígido” como Tian parece acreditar… quer dizer, ele cedeu o cobertor ao Tian e ainda o cobriu para que ele não passasse frio – não que Tian o tenha aceitado todo para si, porque ele também cobriu Phupha e pediu que “ele não congelasse”. Destaco o momento que fez o meu coração (e o de muita gente, acredito eu) saltar, que foi quando Phupha discreta, mas deliberadamente, aproxima a sua mão da de Tian, embaixo do cobertor, e faz com que o seu dedo encoste no de Tian… a maneira como Phupha quer olhar para ver sua reação, mas não olha diretamente, a maneira como suspira.

QUE CENA!

No dia seguinte, eles ainda compartilham uma série de pequenos momentos interessantes… Phupha prepara o café-da-manhã para Tian, por exemplo, e quando Tian percebe que não tem mais roupas limpas para usar, Phupha oferece uma sua – outra cena que fez o coração saltar. Embora eu não goste da história de “esposa”, quando Tian percebe que aquela é uma camiseta de oficial e pergunta se “não é ilegal” usá-la, Phupha responde, com um sorriso sugestivo, que “todas as esposas de oficiais usam”. Essa foi uma direta e tanto, não foi? O PHUPHA JÁ ESTÁ QUERENDO O TIAN E NÃO TÁ SABENDO COMO DIZER ISSO. Depois, ele acompanha Tian até a cachoeira novamente para que ele possa lavar a roupa, e eu adorei a maneira como eles ficaram se provocando ali, apesar de que achei uma crueldade (divertida, mas crueldade) o Phupha o derrubar na água.

Amando esses dois.

Naquela noite, Tian tem uma reunião marcada com Khama, o chefe da aldeia, que diz que “tem um assunto importante sobre o qual conversar com ele” e, no fundo, eu sabia que não seria algo ruim, mas é impossível não ficar apreensivo, depois de tudo o que aconteceu, especialmente o lance do afogamento de Kalae e o chá da família de Ayi. Felizmente, o que Khama tinha preparado, em parceria com os guardas florestais e com os moradores de Pha Pun Dao, era uma cerimônia de boas-vindas a Tian, para acolhê-lo oficialmente como parte daquela comunidade, e eu chorei assim que Tian chegou no lugar e viu todas aquelas pessoas esperando por ele, prontas para recebê-lo com um sorriso e para desejar-lhe bênçãos. A cerimônia é linda e emocionante, e acho que representa que a aldeia também está disposta a aceitá-lo… eles vão se ajudar mutuamente.

Naturalmente, toda a sequência final também traz alguns momentos importantes entre Tian e Phupha. Destaco Nam, durante as bênçãos, pedindo que Tian cuide das crianças por ele, “das pequenas e daquele crianção”, ou quando Phupha vem falar com Tian e o dois se acusam mutuamente: Phupha o acusa de “ser rabugento apenas com ele”, e Tian o acusa de sempre fazer cara de bravo quando está perto dele. No fim, as coisas estão tão mais leves entre eles, e eu estava sorrindo de orelha a orelha enquanto Phupha cantava uma música em sua homenagem, com Tian não sabendo bem para onde olhar, morrendo de timidez, mas ocasionalmente lançando olhares já apaixonados para Phupha… estou muito apaixonado por esses dois, curioso para ver como o romance entre eles vai se desenvolver, esperando por mais momentos ternos como esse.

No próximo episódio, Phupha estará curioso com a cicatriz de TIan…

 

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Comentários

  1. Moço confesso que depois dos dois primeiros episódios pensei até em desistir, mas você escreve e descreve tão bem que acaba me convencendo a assistir, hehehe. Vou conferir esse terceiro agora e espero que "fisgue" também. Cá entre nós, eu fico um pouco desanimado com essa cultura presente nos filmes e séries asiáticos de que um parceiro sempre tem que ser "feminino".

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    1. Olha, isso é algo que me incomoda também, e quanto mais para trás você for na história dos BLs, mais isso será presente... felizmente, é algo que está mudando de uns tempos para cá. Sobre 1000 Stars: o diretor é o mesmo de "Bad Buddy" e, recentemente, "Moonlight Chicken", ele faz um trabalho bem bom (ele é gay também, sabe do que está falando e tal), e "1000 Stars" ganhou uns prêmios de produção LGBTQIA+, mas assim: gosto é gosto, né? Eu recomendo porque eu realmente gosto bastante haha

      Mas se lembrar, volta aqui e me conta: tanto se você continuar e gostar, quanto se continuar e não gostar ou se desistir, eu sou curioso hahaha Se não for seu estilo, tudo bem, vamos adiante pra outro (já entrou na página "Seções" aqui do blog? Tem uma listinha dos BLs que eu comentei)

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    2. Então moço, decidi dar prosseguimento e ver até o final. Nesse terceiro episódio, onde a comunidade aceita o professor deixou mas agradável de acompanhar e o quarto episódio foi melhor ainda, mas divertido e excitante, em vários sentidos, hehehe... Acho que não cheguei a comentar em nenhuma review de Bad Buddy (não me lembro agora), mas li todas, claro. Para mim ali é uma obra prima lgbtqia+; gostei muito das personagens, fugindo do esteriótipo de quem faria o papel de esposa, e nos dando a entender que são o que são, dois homens se amando. E sim, já entrei nas seções, sempre estou dando uma lida várias postagens. De todos os gêneros aliás.

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    3. Ah, eu amo Bad Buddy! (Você deve ter notado pelos textos, que inclusive acho que são os mais longos que eu já escrevi sobre um BL, mas eu sempre queria comentar tudo, mexeu demais comigo, amo amo amo haha Gosto de tudo a respeito de Bad Buddy, realmente uma obra-prima LGBTQIA+, ajudou a redefinir o gênero BL).

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  2. Amei o terceiro episódio, e a julgar pelo tamanho dessa sua maravilhosa review, você também deve ter amado muito mesmo. Tian me faz ficar apreensivo em algumas situações, mas no geral me faz surtar aqui assistindo, a química entre ele e o Phupha é gigantesca, e palpável. Achei muito linda e emocionante a cena da cerimônia de boas vindas, entendo isso como um progresso na aceitação da comunidade em relação ao Tian, mas também como um avanço na pessoa que ele está se tornando, mais consciente, se importando de fato com as pessoas daquela comunidade, querendo ajudá-las e as enxergando como sua nova família. Estar em Pha Phun Dao (não sei se é assim que escreve) está moldando o caráter dele para melhor, e isso é perceptível inclusive nos contrastes que são mostrados na série, da vida opulenta e luxuosa dele na cidade, e a simplicidade e tradição daquela aldeia.

    Amo que o Phupha parece não ter nada melhor pra fazer do que ficar 24h por dia grudado no Tian, ele nem sabe disfarçar mais que está caidinho por ele. O personagem do médico Niam (acho que é esse o nome) já sacou tudo, amo personagens espertos assim kk. Foi a coisa mais fofa o Tian e o Phupha dividindo o cobertor, que sorte a do Tian de dormir juntinho do belo Phupha...

    Estou rendido a essa série, um dos BLs mais perfeitos que já assisti. Uma obra-prima, e digo mesmo ainda tendo visto poucos episódios.

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    1. "Amo que o Phupha parece não ter nada melhor pra fazer do que ficar 24h por dia grudado no Tian" EXATAMENTE kkkkkkkk E a cena dos dois dividindo um cobertor é, ainda hoje, uma das minhas favoritas de "1000 Stars". Acho que porque é o primeiro momento em que o Phupha não se importa que Tian perceba que ele se importa, sabe? MUITO LINDOS, SEM CONDIÇÕES!!!

      "Estou rendido a essa série, um dos BLs mais perfeitos que já assisti": Ai, eu tô muito orgulhoso da minha curadoria kkkkkkkkkkkk

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    2. Amigo, não tem jeito, você trm as melhores indicações de BL do mundooo

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