Lost 2x10 – The 23rd Psalm

“Are you alright, Father?”

UM DOS MELHORES EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DE “LOST”. “The 23rd Psalm”, exibido em 11 de janeiro de 2006, é um episódio intenso, com um flashback poderoso que nos “apresenta” um dos novos personagens da temporada, e ainda consegue desenvolver um personagem querido que não teve nenhum flashback nessa temporada ainda e nos entregar um pouco de algo que é muito marcante em “Lost” e que ainda não tinha aparecido por completo até então: O MONSTRO DE FUMAÇA. Eu adoro esse episódio, e eu acho que o Sr. Eko é um dos personagens mais bem construídos da série, sem contar que o seu flashback se conecta com a história da ilha desde muito antes de sua chegada de uma maneira surpreendente. Assim como o avião encontrado por Charlie e Sayid na primeira temporada, o Sr. Eko veio da Nigéria – e sabe tudo sobre o avião.

Diferente do que acontece na maioria das vezes, “The 23rd Psalm” já começa em um flashback, nos mostrando algo antigo da vida de Eko que o transformou no homem que conhecemos hoje: o dia em que guerrilheiros invadiram seu vilarejo na Nigéria e tentaram obrigar um garoto pequeno a matar um homem… então, um garoto mais velho toma a arma da mão do pequeno e atira no homem sem hesitar. O garoto pequeno era Yemi; o outro era seu irmão mais velho, Eko, assumindo essa morte para que o irmão pequeno não precisasse fazer isso. Naquele dia, o “Sr. Eko” foi levado pelos guerrilheiros. É surpreendente acompanhar quem o Sr. Eko se tornou, um homem perigoso e temido por todos, que mata sem pensar, e quando o vemos retornar ao vilarejo no qual nasceu e se reencontrar com Yemi, descobrimos que seu irmão se tornou um padre.

Enquanto isso, na ilha, o Sr. Eko está conversando com Claire quando vê “a estátua de Virgem Maria que pertence a Charlie”, e ele a reconhece imediatamente. A cena é intensa enquanto ele quebra a estátua e pergunta a Claire onde está Charlie, porque vai fazer Charlie levá-lo até o avião onde encontrou aquilo. Assim, o episódio traz uma caminhada de Eko e Charlie pela floresta enquanto descobrimos um pouco mais sobre cada um deles – e gosto de Charlie acreditando que o Sr. Eko é um padre, que resulta numa pergunta e numa resposta interessante ao fim do episódio. Um dos meus momentos favoritos, é claro, é quando o Sr. Eko faz Charlie subir em uma árvore para tentar encontrar o caminho até o avião e então o Monstro de Fumaça se aproxima, perigoso como sempre, mas se detendo quando chega ao Sr. Eko, como foi com o Locke…

Com a diferença de que, dessa vez, nós o vemos por completo.

COMO É ELETRIZANTE VER O MONSTRO PELA PRIMEIRA VEZ.

Aos poucos, o flashback vai nos mostrando a importância do avião com a heroína para o Sr. Eko. Descobrimos que ele estava por trás dessa droga na Nigéria, e a comprou de traficantes que queriam tirá-la do país, e a única maneira de fazê-lo era pelo ar, e com um avião de missionários. Por isso os disfarces de padre. Para conseguir sair do país levando a droga em estátuas da Virgem Maria que ele compra, Eko pede a ajuda de Yemi, e os embates dos irmãos são muito interessantes de se acompanhar, porque eles são opostos e complementares, de certa maneira. As cenas são ótimas e culminam no momento em que Eko e os demais estão prestes a subir no avião quando Yemi aparece, dizendo que está ali para salvar a vida do irmão e pedindo que ele não faça isso, e depois militares, chamados por ele, aparecem atirando em quem estiver na frente.

E acertam Yemi.

Por isso encontrar o avião, agora, é tão importante para o Sr. Eko: o corpo do seu irmão está lá dentro. A sequência final dessa trama é sensacional, e eu adoro quando os flashbacks estão tão conectados com a história da ilha que não podemos, por exemplo, falar dos flashbacks sem falar do presente ao mesmo tempo. Eko tem um momento marcante no qual “reencontra” o irmão, se despede oficialmente dele pedindo perdão, e então coloca fogo no avião. Enquanto isso, vemos a conclusão da história na Nigéria, quando um dos homens não o deixou entrar no avião e, por isso, sua vida foi salva naquela ocasião, e ele foi confundido com um padre de verdade pelos militares que se aproximam… por causa disso, quando Charlie pergunta no fim do episódio se ele é um padre, ele responde que sim. O Sr. Eko tem um dos melhores primeiros flashbacks de “Lost”.

Além de toda a história do Sr. Eko, Charlie também esteve muito em destaque durante esse episódio, com toda a história de ele guardar perto de si uma estátua cheia de heroína – e agora ele vai ter que lidar com o fato de que mentiu para Claire e ela não pode seguir confiando nele. Ela está furiosa e não quer falar com ele, em um primeiro momento, e quando ele retorna da mata com o Sr. Eko, ela está arrumando as coisas para que ele vá embora: afinal de contas, ele mentiu para ela, e ela não quer que ele fique perto dela e de Aaron. Eu gosto bastante do Charlie, mas ele pisou na bola de fato e agora ele tem que lidar com as consequências de seus atos. Enquanto isso, também vemos brevemente um pouco dos demais sobreviventes que chegaram em cenas simples, como a Ana Lucia recebendo um peixe de presente de Jin e Sun, ou a Libby recebendo a ajuda de Hurley para arrumar sua barraca.

Por fim, outra trama importantíssima do episódio é a de Michael – e chegamos a começar a desconfiar que as conversas que ele está tendo no computador da Estação Cisne com o Walt pode ser uma falha da Matrix uma alucinação, embora eu não acredite que seja, porque seria óbvio demais e coisas mais estranhas já aconteceram na ilha. Acho, no entanto, que se trata de uma armadilha. De qualquer maneira, depois daquela primeira “conversa” com “Walt”, Michael não quer deixar isso de lado, então faz de tudo para conseguir assumir o turno de Kate, por exemplo, e ficar sozinho com o computador e tentar conversar com Walt, e é o que ele faz, embora toda a situação seja bastante suspeita… e quando Jack aparece para conversar com ele, a tela do computador fica completamente escura, como se Michael nunca tivesse conversado com alguém.

Curioso para ver onde essa trama nos leva!

 

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