Superman (2025)

“Your choices, your actions, that's what makes you who you are”

Escrito e dirigido por James Gunn e protagonizado por David Corenswet, “Superman” é o início de um novo Universo Cinematográfico para a DC nos cinemas, e não podíamos esperar por um melhor começo! Com um filme divertido, dramático, emocionante e cheio de cor, o personagem que surgiu nos quadrinhos pela primeira vez em 1938, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, ganha vida em uma abordagem que tem tom de clássico e que nos faz deixar o cinema com um sorriso no rosto e ansioso para reencontrá-lo em filmes futuros. Talvez o segredo para um bom filme de herói atualmente seja a) entender a essência do personagem, independentemente da história que se está contando; e b) ter orgulho de ser um filme baseado em HQ.

O novo filme do “Superman” já me fascinou pelo visual. O uniforme clássico, com direito à cueca vermelha e tudo (!), tem cores vibrantes que saltam aos olhos e ficam lindas em ação… não estamos mais na fase dos filmes de herói com pouca cor e “tom realista”, e eu gosto disso! Adoro as sequências de voo, também, e acho que toda a introdução do filme é ótima estabelecendo David Corenswet como o novo Superman: ele perdeu uma luta pela primeira vez três minutos atrás, e agora ele chama Krypto para levá-lo para casa, onde os robôs podem ajudá-lo na cura que vem da exposição ao sol amarelo… o momento em que ele sai da Fortaleza da Solidão voando de volta a Metrópolis é o momento que nos fez pensar: “Ele é o Superman”.

David Corenswet foi uma escolha perfeita para o papel. Ele tem o olhar gentil e o carisma necessários ao personagem, e se sai bem em todas as suas “variações”. Ele é ótimo como Superman, um super-herói marcado por sua gentileza e presteza, nunca impondo medo, mas uma sensação de conforto que faz com que as pessoas confiem nele e gostem dele. Ele também é ótimo como o Clark Kent do Planeta Diário, com os seus óculos e o seu jeito mais brincalhão e quase bobo, que fez com que eu me apaixonasse perdidamente por ele. E também o vemos como o Clark Kent “de verdade”, aquele sem uniforme e sem óculos que está em casa com Lois Lane ou, melhor ainda, que retorna a Smallville, no Kansas, para ver os pais.

Sem contar que David Corenswet está lindíssimo em todos os momentos!

Acho que o roteiro do filme toma decisões muito espertas ao escapar de histórias de origem que, a essa altura, não são mais necessárias. Sabemos o que precisamos saber para acompanhar uma aventura do Superman. O filme já começa com Clark Kent estabelecido como Superman há alguns anos, ele já está em um relacionamento com Lois Lane há alguns meses, embora ainda não seja muito clara a natureza do relacionamento deles, e a obsessão de Lex Luthor já está cimentada. Assim, assistimos ao Superman lidar com as consequências de uma ação impulsiva dele quando ele interferiu em assuntos internacionais… ele impede uma guerra e salva a vida de muitas pessoas inocentes, mas não é difícil emplacar a narrativa de que “ele se acha acima das autoridades”.

Lex Luthor consegue vender a ideia de que o Superman pode ser uma ameaça que precisa ser eliminada – se Lex quer eliminar o Superman para poder vender armas e conquistar metade de um país ou se ele quer vender armas e conquistar metade de um país para poder eliminar o Superman é incerto. De todo modo, Clark precisa lidar com a mudança na maneira como as pessoas o veem quando Lex Luthor consegue invadir a Fortaleza da Solidão e recuperar o vídeo com o qual Kal-El foi enviado para a Terra… um vídeo cujo teor ele só conhecia até a metade, porque o restante havia sido danificado na viagem. A segunda parte de uma mensagem que começava muito bem é um conselho para que Kal-El domine o planeta, elimine seus moradores e dê início a uma nova Krypton.

Algo que ele jamais pensou em fazer.

O vídeo se espalha rapidamente, e pessoas o tomam como única verdade depressa, e acho que em parte o filme é sobre como é fácil manipular a opinião pública e como as pessoas têm medo do que é “diferente” e o abraçam enquanto lhe convêm, mas viram as costas na primeira oportunidade… com exceções, é claro, como Malik Ali, que é curiosamente um dos personagens mais importantes do filme por tudo o que ele representa: a maneira como ele confia no Superman fala muito sobre o Superman e o sentimento que ele despertou nas pessoas com as suas ações. Ele teve apenas duas cenas no filme, mas ele faz a sua presença notável (ele tirando o Superman de uma cratera!), e eu senti profundamente pela sua morte durante o interrogatório de Lex Luthor.

Clark/Kal-El resolve se entregar após a publicação do vídeo, em parte porque ele se sente parcialmente culpado por ele (?), em parte porque levaram seu cachorro, o Krypto, e ele precisa salvá-lo… e é assim que ele acaba preso em um universo compacto onde Lex Luthor prende meta-humanos, ex-namoradas com quem se irritou por motivos pequenos e prisioneiros políticos de governos que os querem manter em segredo. E é lá que o Superman conhece Rex Mason, o Metamorpho, um meta-humano colocado na mesma cela dele por Lex Luthor para que ele sintetize kryptonita e enfraqueça Kal-El, mas Rex acaba virando para o lado dele após a morte fria e rápida de Malik Ali e a promessa de Kal-El de que ele salvaria o seu filho…

Como início de um novo Universo Cinematográfico da DC, o filme também nos apresenta a outros super-heróis, em especial um trio de meta-humanos que trabalham para a LuthorCorp e que, de certa maneira, são aliados do Superman em algumas batalhas… temos Guy Gardner, um Lanterna Verde; Kendra Saunders, a Mulher-Gavião; e Michael Holt, o Senhor Incrível; juntos, eles são a Gangue da Justiça. Ainda é um grupo com problemas, que não parece a ideia tradicional de super-heróis, e que pensa diferente do Superman em vários momentos – vide toda a sequência de quando o monstro gigante ataca Metrópolis, como uma distração de Lex Luthor, e eles têm ideias diferentes de como lidar com a ameaça. Rex Mason se junta a eles no final.

É à Gangue da Justiça que Lois Lane vai pedir ajuda quando descobre que Clark está preso em um universo compacto, e embora Guy e Kendra escolham não se envolver, Michael resolve ajudar, e eu gosto muito de ver o Sr. Incrível em ação sozinho! A sequência do deserto, onde está o portal, é excelente! Na verdade, eu gosto muitíssimo de toda a sequência de ação no universo compacto: da ajuda do Metamorpho sintetizando algo parecido a um sol amarelo até o momento em que eles conseguem atravessar de lá de volta para o “mundo real”, sabendo que precisarão voltar mais cedo ou mais tarde para libertar as outras pessoas que Lex Luthor mantém presas lá sabe-se lá há quanto tempo… é uma sequência de ação com cor, com urgência, com emoção.

Muito bom!

Uma vez livre do universo compacto, mas precisando de pelo menos uns dois dias para se curar completamente do envenenamento por kryptonita, Clark Kent retorna para a casa de seus pais em Smallville, no Kansas, e isso nos entrega uma das melhores cenas do filme. O resto da mensagem dos seus pais biológicos mexeu com ele, porque ele só conhecia a parte na qual eles diziam que o amavam e o estavam mandando para a Terra, e ele acreditou que o fizeram para que servisse ao povo do planeta e fosse um bom homem. Jonathan, então, o faz ver que o que ele achou e queria que a mensagem fosse fala muito mais sobre ele do que a mensagem em si… não são os pais que escolhem quem a gente vai ser, mas nossas escolhas e atitudes.

Clark Kent é o Superman. É essa mensagem de esperança pela qual todos o conhecem.

Isso não muda, independente do que diga a mensagem de Krypton.

A isso, se une outro momento muito bonito quando Martha chama Clark para ver algo que está passando na televisão: o povo de Jarhanpur chamando o seu nome enquanto os exércitos de Boravia se preparam para atacar. Ele percebe, então, quem ele é e o que ele precisa fazer: ele envia os amigos a Jarhanpur para deter a guerra enquanto vai atrás de Lex Luthor e descobre que ele fez um clone seu. O clímax do filme é eletrizante como deve ser em um bom filme de super-herói! Temos uma guerra sendo impedida pela Gangue da Justiça, agora com quatro membros, em um lugar; temos o Superman tentando fechar a fissura no tecido da realidade que Lex Luthor abriu; e temos Lois Lane e a equipe do Planeta Diário cavando e publicando a verdade…

Que delícia o pedido de desculpas público ao Superman e a prisão de Lex Luthor!

E que delícia o Superman vencendo uma batalha que Lex considerava ganha!

Não posso deixar de comentar, é claro, uma das maiores estrelas do filme: Krypto. Talvez seja porque eu sou apaixonado por cachorros, mas eu abria um sorriso em todos os momentos em que Krypto estava em cena, e eu adoro como ele é utilizado pelo roteiro! Desde a primeira cena, quando é ele quem “resgata” o Superman ferido e o leva para a Fortaleza da Solidão, e eu gosto de como ele é um cachorro como todo outro cachorro… mas com superpoderes. Ele pode ser bruto, pode quase colocar em risco uma missão de resgate perseguindo os instrumentos do Sr. Incrível, mas também é ele quem ataca os equipamentos do Lex e permite a vitória do Superman sobre o clone, por exemplo, e ele tem ótimas demonstrações de carinho, como quando o Clark acorda na fazenda!

E, graças ao Krypto, temos uma visão rápida da nova Supergirl. E EU AMEI!

Também quero comentar sobre o relacionamento de Clark Kent e Lois Lane… como eu disse, eu gosto do fato de eles já terem dado o primeiro passo desde o início do filme, e eu acho que aquela sequência na qual ele chega em casa, a beija (e que beijo!) e ele termina dando uma entrevista para ela, como Superman, é excelente para apresentar a dinâmica deles, e muita coisa fica definida já desde o começo! E, durante o filme, Lois está tentando entender como se sente em relação a Clark, e é muito bom como ele diz “Eu te amo” em um momento importante e ela só o responde no fim do filme, convicta de que está sendo sincera quando diz “Eu também te amo”. Aquele beijo com ele voando com ela e o sorriso que ele abre são lindos demais!

“Superman” é um grande filme de super-herói! Funciona tanto para quem conhece bastante do personagem quanto para quem é mais leigo, e faz o que era preciso: inicia um novo universo sem querer abraçar o mundo e sendo ótimo por si só, sem que sua grandiosidade dependa do que vem a seguir e dos impactos que gerará. É um filme de super-herói com o coração no lugar certo, que entrega uma aventura com rivalidade, gentileza, romance, tensão… e, visualmente, é um espetáculo cheio de cor, bons efeitos visuais e sequências de ação dignas das páginas dos quadrinhos! Como é bom poder ir ao cinema assistir a um super-herói e sair tão satisfeito como saí. Desejo todo o sucesso a David Corenswet como novo Superman e para o novo universo da DC!

 

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Comentários

  1. Ainda não vi o filme. Tô muito ansiosa pra ver! Pelo que tenho escutado, parece sensacional!

    Jefferson, você que gosta de novelas da Nickelodeon percebeu que uma das atrizes do filme foi a protagonista de Isa Tkm? Muito doido ver ela de novo depois de tantos anos.

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    1. Eu gostei demais!!! Muito mesmo! É uma delícia, ótimo filme de super-herói, com cor, com cara de quadrinho, o David Corenswet maravilhoso como Superman!!! Espero que você goste quando ver, espero sua opinião.

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    2. Acabei de assistir. Achei maravilhoso! David Corenswet e Nicholas Hoult são demais! Adorei o Krypton e espero ver mais da Gangue da Justiça no futuro

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    3. Eu também adorei o Krypton hahaha Muito fofo! E David Corenswet está excelente como Superman, estou curioso por esse "novo" universo que começa agora!

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    4. Opa. Computador diferente do de casa não está reconhecendo o autor, mas sou eu hahaha

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