Chespirito: Sem Querer Querendo 1x05 – Quem Ri Por Último

A briga por Chespirito!

O GRANDE SUCESSO DE “CHAVES” E “CHAPOLIN COLORADO”. Exibido em 03 de julho de 2025, “Quem Ri Por Último” é o quinto episódio de “Chespirito: Sem Querer Querendo”, e é um episódio que se divide entre dois momentos importantes da história de Roberto Bolaños e suas famosas produções: de um lado, acompanhamos o momento em 1972 em que “El Chavo del 8” se torna popular e chama a atenção da concorrência; de outro, o momento em 1978 em que problemas de bastidores já estão ameaçando o futuro da produção e o clima já não é mais tão bom quanto supostamente fora um dia. É um episódio intenso que funciona muito bem e dá passos importantes na aproximação dos dois pontos da narrativa, conforme entramos na segunda metade da série.

É natural que o Canal Alfa, grande concorrente do Canal 8, se interesse por Chespirito e o programa que tem feito tanto barulho na televisão mexicana. Não existe, ali, ninguém que tenha esse mesmo poder e esse mesmo talento, e se eles não conseguem um equivalente ao Chespirito em seu próprio canal, a única alternativa é trazer o verdadeiro para eles. E isso se torna um jogo curioso quando uma nova cabeça pensante do Canal 8 toma decisões como a de acabar com o programa “Chespirito” – mas não por sabotagem, mas por realmente confiar no trabalho de Roberto Bolaños e querer desmembrar o programa, que ia ao ar uma vez por semana, em três noites diferentes: uma só para o “Chaves”, outra para o “Chapolin Colorado” e outra para “O Cidadão Gomez”.

Chespirito é abordado mais de uma vez pelos executivos do Canal Alfa. Ele está muito certo de que não quer negociar uma saída do Canal 8, mas a proposta não é ruim… ainda que ele fale sobre como faz o que gosta e isso não tem preço, Ernesto lhe fala sobre como ele ainda poderia fazer o que gosta, com a diferença de que ganhará três vezes mais – além de uma quantia só para assinar o contrato. É uma proposta e tanto, e ele tem uma conversa sincera com Rubén Aguirre sobre isso… um dia, Bolaños lhe disse que tem que se aproveitar as oportunidades quando elas surgem… talvez seja sua hora de fazer o mesmo. Além disso, eles poderão voltar a trabalhar juntos, não? E como é o Chespirito quem está sendo chamado, se ele for, será nos seus termos.

Com isso em mente, Roberto Bolaños resolve aceitar a proposta do Canal Alfa, mas ele tem duas condições: eles precisam esperar que termine o seu contrato com o Canal 8, porque ele deve muito a eles e não vai romper o contrato, nem pegá-los de surpresa dessa maneira; além disso, eles precisarão o contratar, bem como todo o elenco. As condições são prontamente aceitas, embora surja rapidamente uma pressão para se aceitar o contrato agora, ou então pode ser que ele perca a sua chance para sempre… é uma ligação no meio da noite que desperta Roberto e a esposa, mas ele insiste que não está disposto a fazer isso e desliga o telefone. No dia seguinte, ele conta para a sua equipe sobre a proposta que recebera, mas como ela eventualmente acabou ficando para trás.

Gosto dessas reviravoltas quase irônicas do destino. Quando o Canal Alfa liga novamente para Bolaños dizendo que eles podem esperar o fim do contrato com o Canal 8, ele diz que eles terão que esperar um tempo muito maior agora, porque ele acaba de renovar o seu contrato. Com a morte do pai de Ernesto Figueras e com ele herdando todo o dinheiro, no entanto, ele faz exatamente o que ele queria desde o começo e consegue o Chespirito para si, de um jeito ou de outro: ele vai visitar Roberto Bolaños no estúdio durante as gravações de “Chapolin Colorado” para anunciar que já que ele não conseguiu levar o Chespirito, então ele comprou o canal todo… é uma cena DELICIOSA, a expressão de Bolaños diz muito, e é um momento importante na história do Canal 8…

Que em breve não será mais Canal 8.

Em 1978, acompanhamos as tensões nos bastidores do episódio especial do “Chaves” em Acapulco, e a rivalidade de Bolaños com o intérprete do Quico, na série chamado de Marcos Barragán, e as tensões em seu casamento causadas pelos boatos de sua relação com a intérprete de Dona Florida, na série chamada de Margarita Ruiz – tanto Carlos Villagrán quanto Florinda Meza não autorizaram o uso de seus nomes reais por como são retratados na série. A cena de Graciela com “Margarita” é de uma tensão palpável, bem como a cena em que Bolaños confronta “Marcos” sobre seus planos de quebrar o contrato e deixar seus compromissos, e há algo de muito provocativo na maneira como ele pergunta suas ideias para outros personagens, porque ele precisa de bons diálogos além de inflar as bochechas, e ele não é um escritor…

Bolaños nem imaginava o que estava por vir, né?

 

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