[Season Finale] Overcompensating (Muito Esforçado) 1x08 – Crown on the Ground

“What the fuck am I doing?”

Bem… claramente um final que clama por uma segunda temporada! “Crown on the Ground” conclui a primeira temporada de “Overcompensating” em um momento no qual alguns passos importantes foram dados – Grace conseguiu se livrar de Peter, Benny começou a fazer as coisas que ele quer fazer e não apenas as coisas que os outros querem que ele faça e, de quebra, recebeu um chacoalhão merecido de George sobre as suas atitudes –, mas que também deixa pontas soltas que queremos muito ver como serão resolvidas – o maior drama possível entre Benny e Carmen, por exemplo. Portanto, é uma despedida sem tom de despedida, porque sabemos que cada um desses personagens ainda tem muita história para contar… e eu estou aqui para vê-las!

Carmen está em dilema! No último episódio, ela e Grace se aproximaram contra todas as possibilidades… quer dizer, quem poderia esperar? Acontece que Grace é muito diferente da pessoa que ela finge ser para estar com Peter e ser “aceita” na faculdade (!), e durante toda a temporada vimos esse processo de redescoberta, conforme ela se aproximava de quem ela era antes do Peter. Com Carmen, ela pôde se lembrar um pouco disso, e a dinâmica das duas é muito boa. Gosto de ver as duas trocando mensagens, gosto de ver a Grace se aproximando de Carmen para conversar com ela, e fiquei realmente com o coração na mão quando Hailee chamou a Carmen de “TatianaDelRey” e a Grace juntou todas as peças… Carmen nem teve a oportunidade de contar ela mesma.

Já era tarde demais.

Benny, por sua vez, parece estar saindo com George, mas o episódio é um balde de água fria para quem esperava um romance ou uma amizade entre os dois… eu achei a dinâmica dos dois deliciosa de se assistir, gostei muito de como eles pareciam no caminho de se tornar amigos quando George o perguntava sobre o Sammy e Benny contava que tinha recebido um nude dele e o George pedia para ver (também queria ver) e tudo o mais, mas o Benny ainda tem coisas para resolver consigo mesmo. Quando os outros caras da “Flesh & Gold” chegam, o Benny volta para aquele personagem hétero irritante dele, e quando eles perguntam se ele e George são amigos, ele responde que “não”. Naquele momento, nós entendemos que não havia como a amizade dar certo.

Enquanto isso, o Miles parece mais perdido do que nunca… e acho que ele é um personagem interessante a se explorar em uma segunda temporada. Solitário, ele pergunta para Carmen se “o Benny falou algo sobre ele”, e Carmen o incentiva a ir falar pessoalmente com o Benny, já que ele não responde às suas mensagens… e Miles faz exatamente isso. Há tanta sinceridade na voz e nos olhos de Miles quando ele diz a Benny que ele é o seu único amigo ali e que ele sente a sua falta, e eu fiquei totalmente decidido. Eu não consigo ler o Miles por completo, não consigo saber se ele é realmente hétero, se ele é bissexual, e talvez nem ele mesmo saiba – mas que ele sente a falta de Benny é verdade. Mas também é doloroso demais para Benny essa aproximação com tudo o que ele projetou.

Complicado… e eu entendo o Benny.

Peter tem a chance de se dar mal por causa da exposição daqueles sildes dos aspirantes a uma vaga na Flesh & Gold, mas parece que ele está em uma maré de sorte, e as coisas estão dando absurdamente certo para ele… ele consegue ser elogiado pela reitora, que agradece o que ele fez (!), porque colocou a faculdade no mapa, e ele faz um papelão vergonhoso quando vai exigir uma vaga de emprego, e inesperadamente dá certo! Mas ao menos temos a Grace, a Carmen e o Benny dizendo tudo o que precisa ser dito a ele no fim do episódio… e não poderia ser mais perfeito! Grace é quem lidera a cena, como deveria ser, e diz todas as verdades que nunca dissera antes, o chamando de burro para baixo (!), mas Benny tem um ótimo momento dizendo que não quer ser ele

Até porque Benny FINALMENTE SAI DA FLESH & GOLD.

Quer dizer, há um drama para isso… ele mente para Carmen que já saiu da tal sociedade secreta, mas a verdade é que não o fez porque não teve coragem, e agora ele é coroado César para uma cerimônia ridícula na qual ele precisa interpretar o hétero que ele passou a vida inteira fingindo que era – e é uma sequência propositalmente constrangedora. Os caras da Flesh & Gold são aqueles héteros espalhafatosos, do tipo que coça o saco em público e empina moto, e aqui eles estão “batizando com cerveja” de uma maneira quase erótica. Curioso pensar na adoração ao fálico e como essa “demonstração de heterossexualidade” acaba sendo algo extremamente homoerótico, se você para e pensa sobre isso. E o Benny está ali no meio disso tudo, fingindo ser quem ele não é…

No fim, nem ele mesmo se reconhece… mas é só quando Carmen aparece que ele parece ser “trazido de volta para a realidade”. Carmen estava tão orgulhosa de Benny por ele ter supostamente saído da sociedade secreta, e agora ele está ali fazendo aquilo tudo, e é quando a vê que Benny finalmente se pergunta o que ele está fazendo e, na frente de todo mundo, ele sai da Flesh & Gold, rouba um carrinho de golfe (!) e vai atrás da Carmen! A cena dos dois conversando no quarto é extremamente bonita e sincera, porque é o momento em que Benny se permite colocar para fora todos os seus medos, e ele coloca em palavras o que ele sempre temeu: “E se as pessoas não me amarem mais?”. Parece superficial fora de contexto, mas não é…

É uma dor profundamente real.

Benny foi idealizado e idolatrado durante toda a sua vida… pela sua própria família, por seus colegas de escola, por seus novos companheiros na faculdade – e ele foi admirado e amado por um personagem que ele interpretou a vida toda, enquanto buscava ser aceito. Enquanto se escondia, se negava, se prendia e se silenciava porque ele sabia que corria o risco de não ser “amado” se soubessem que ele é gay… tudo isso é colocado para fora naquela conversa com Carmen, e é muito sincero e muito triste. Felizmente, ele tem Carmen ao seu lado, mesmo que eles cheguem à conclusão que eles são “melhores amigos de merda”. E nesse processo de negar a si mesmo o tempo todo, Benny também negou outras pessoas, também magoou outras pessoas, como o Sammy e o George…

“You’re kind of a bad guy, Benny. And you’re right, we’re not friends”

Ele precisa fazer as pazes consigo mesmo para então consertar algumas coisas.

Em algum ponto da reta final do episódio, poderíamos ter parado para ser um final suficientemente aberto para abraçar uma segunda temporada ou para nos despedirmos de “Overcompensating” no momento ideal, mas então o episódio nos entrega uma série de coisas que nos fazem ficar querendo mais… e o principal deles é o momento em que o Miles, bêbado, beija Carmen, que se senta ao lado dele para conversar, e o Benny chega e vê os dois – “Carmen? Really?”. Só consigo imaginar o quanto aquilo é doloroso para o Benny, e eu não me importo com a sua relação com Miles, mas não posso me despedir desses personagens sem saber que tudo vai ficar bem para a amizade de Benny e Carmen… e, além disso, na discussão dos dois fica evidente que Benny é gay e meio que também queria foder o namorado dos outros

E a Grace escuta.

Quer dizer, QUE GANCHO É ESSE?! Precisamos da segunda temporada!

 

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