Chespirito: Sem Querer Querendo 1x06 – O Preço da Fama
Fama e crise.
Não é
nenhuma surpresa que, com o crescimento da fama, Roberto Bolaños fosse deixar a
família cada vez mais em segundo plano, e é o que assistimos em “O Preço da Fama”, o sexto episódio de “Chespirito: Sem Querer Querendo”.
Talvez ele e a esposa se deem conta do tamanho de sua fama quando ele sofre um
acidente com um disparo de arma nas gravações de “Chapolin Colorado” e é atendido no hospital por ser famoso, ainda
que o atendimento na época estivesse reservado apenas para militares… com o
sucesso de seus programas, Chespirito está alçando voos ambiciosos e sendo
reconhecido profissionalmente, mas está falhando cada vez mais com a família,
que gostaria de ter o pai e o marido dentro de casa, como foi em algum momento
do passado.
Em 1973,
María Antonieta de las Nieves anuncia que está deixando o programa porque acha
que a Chiquinha já “deu o que tinha que dar”, e não é isso o que ela considera
êxito para toda a vida… é pouco depois disso que eles saem para a sua primeira
grande turnê internacional, em uma viagem que começa por Nicarágua e que
demonstra o sucesso que “El Chavo del 8”,
que no Brasil conhecemos como “Chaves”,
conquistou não apenas no México. Com teatros cheios, fãs pedindo autógrafos e
cada vez mais oportunidades de explorar a marca, Chespirito é convidado a gravar um disco, porque todos querem
“levar um pouquinho dele para casa” ou algo assim. A intérprete da Chiquinha
retorna não tanto tempo depois de deixar o programa, e enfrenta problemas com
Margarita.
Depois,
chega a proposta para a gravação de um
segundo disco e, dessa vez, eles querem a participação de todo o elenco…
“Marcos Barragán”, que é o nome fictício que o intérprete do Quico ganha na
série, diz que ele não vai poder participar porque já assinou contrato com outra gravadora – ele pretende
gravar um disco usando o personagem do Quico, que ele considera seu. Roberto
Bolaños consegue “resolver” o problema conversando com a gravadora, que enfim
não se importa que o Quico não esteja no disco, porque o Chaves e os demais
personagens estarão, e essa parece ser a gota d’água para Marcos. Essa
“disputa” pelos direitos do personagem ainda darão o que falar, e é aquela
dúvida eterna: de quem é o personagem do Quico,
afinal?
De Bolaños, que o criou e o escreve, ou de
“Marcos”, que o interpreta?
Em casa, as
coisas não vão bem para a família Bolaños. Ultimamente, ele só pensa em
trabalho… Graciela, a esposa, fala de como essas supostas “semanas difíceis”
estão se convertendo em meses, e ela e os filhos sentem falta da época em que o
seu lugar na mesa não estava vazio todos os dias, e um dia, mais cedo ou mais
tarde, ele chegará em casa e seus filhos não o reconhecerão, porque ele nunca
está ali. Ele pode dizer em entrevistas sobre como “gosta de fazer as pessoas
rirem”, mas ele não faz mais a sua
própria família rir. As brigas se tornam constantes, o desgaste é evidente,
e Bolaños falha com as crianças quando promete que vai assistir a uma
apresentação de uma de suas pequenas, por exemplo, e não aparece. Ou até
aparece, mas a filha não o vê ali…
Todo o drama
familiar se estende durante o episódio e ganha cenas importantes, como o
momento em que Bolaños fica trancado para fora de casa ou aquela discussão
velada que acontece à mesa do café-da-manhã, que é uma das cenas mais
interessantes e mais desesperadoras que “Chespirito:
Sem Querer Querendo” nos entregou até o momento, porque é de uma audácia
revoltante ele perguntar para a esposa onde está a Graciela divertida por quem
se apaixonou, e ela responde maravilhosamente
bem dizendo que vai perguntar para a mãe que criou sozinha os seis filhos
deles. Não há clima nenhum para Graciela acompanhar Roberto Bolaños em uma
festa oferecida pelo canal em sua homenagem para celebrar os 500 milhões de
espectadores no mundo todo…
Eventualmente, no entanto, ela resolve ir.
Talvez ele
esteja realmente deslumbrado com a fama… talvez ele não se importe com a
família o suficiente… talvez nem ele mesmo saiba o que está fazendo… de todo
modo, ele pode estar decepcionando a sua família, tanto a de casa quanto a do
programa. Não é difícil notar que algo
não está bem, e Graciela é convidada por terceiros a comparecer à festa do
canal, e ela de fato vai, mas não gosta do que vê – e existe alguma faísca
entre ela e “Margarita” assim que ela chega. Ela acaba indo embora arrasada, e
María Antonieta avisa Chespirito de sua presença, mas ele não consegue alcançar
Graciela, e é levado de volta para dentro da festa por Margarita, que diz que
ele não pode se ausentar da festa feita para ele… a relação é problemática e
além do profissional, e ambos estão muito conscientes do que estão fazendo.
Digam o que
quiser.
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Esse rolo do "Marcos" com o Chespirito "sem querer querendo" me lembrou do rolo da Cris Morena com a Florência Bertotti em relação à "Floricienta" quando surgiram os conteúdos e os primeiros episódios de "Margarita". Não nego que a atriz é carismática, mas me surpreendeu que mta gente toma partido da Florência e não da Cris por ela ter dado voz e alma pra personagem sendo que ela errou com a Cris durante a produção de "Niní"
ResponderExcluir(Se bem que nem sei se considero aquilo plagio pq existem centenas de adaptações de Cinderela e obras como "Noviça Rebelde", "Meu Coração é Teu", "Nanny McPhee", "Mary Poppins" e a própria "Chiquititas" que tem dinâmicas parecidas com a dinâmica da Flor e os irmãos Fritzenwalden)
Ps. Na sinopse de Niní é dito que em dado momento a personagem é demitida e resolve se disfarçar de Nicolás (irmão gêmeo de Niní) pra virar motorista da mansão e continuar trabalhando com o avô, continuar perto das crianças, etc. Sorte da Flor é que o Pedro Damián (que dirigiu e produziu “Mi Pequeña Traviesa”) ou a família de Abel Santa Cruz (que escreveu a novela em 74) não a processaram tbm 😅
ResponderExcluirVocê acredita que até ler o seu comentário eu não sabia o motivo da briga de Cris Morena e Florencia? Sim, uma vergonha de minha parte, mas eu sabia que elas tinham uma briga e que tinha a ver com plágio, mas eu não sabia a fundo... e, sim, é uma acusação que faz sentido e não faz ao mesmo tempo, porque você entende de onde partiu, mas também não é como se Floricienta fosse uma história extremamente original.
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