Jurassic World: Recomeço (Jurassic World: Rebirth, 2025)
“Survival
is a long shot”
Eu sou
apaixonado por dinossauros… e eu sou apaixonado pelo Jonathan Bailey. Lançado
nos cinemas em julho de 2025, “Jurassic
World: Recomeço” é o sétimo filme da franquia (!), e depois de duas
trilogias completas, “Jurassic Park”
e a primeira “Jurassic World”, é,
como o título sugere, um recomeço para a história dos dinossauros que foram
trazidos novamente à vida há 32 anos… dinossauros pelos quais a humanidade
eventualmente perdeu o interesse. No
universo de “Jurassic World”, depois
de acidentes, desastres e uma fuga em massa, a maior parte das pessoas acredita
que “eles nunca deviam ter voltado”, e museus que outrora foram cheios de
visitantes, como aquele em que trabalha o Dr. Henry Loomis, hoje vendem 10
ingressos na semana.
Tentando
sobreviver, os dinossauros que escaparam da Ilha Nublar agora se refugiam o
mais próximo que podem da linha do Equador, onde as condições climáticas são
mais favoráveis para a sua sobrevivência, e vez ou outra um dinossauro
moribundo acaba se perdendo e morrendo no meio do tráfego, como vemos no início
do filme… é nesse cenário que conhecemos Martin Krebs, um homem ganancioso que
pretende criar um medicamento para problemas do coração e, para isso, precisa
da amostra de sangue de três dinossauros imensos. Ele contrata, então, Zora
Bennett, alguém que pode montar uma equipe para ir até o local do planeta que é
proibido para humanos, e avisa que
também vai um civil com eles, o paleontólogo Henry Loomis.
A dinâmica
da equipe é um ponto importante do filme, embora eu não tenha achado tão fácil
assim me importar com todos. Mas é em Zora e em Henry que se encontram dois
lados distintos e ambos opostos a Krebs, como eventualmente descobrimos. Zora
está nesse trabalho pelo dinheiro, inicialmente, porque lhe foi oferecida uma
quantidade repleta de zeros, mas o Dr. Henry Loomis faz com que ela comece a
questionar isso tudo mais cedo ou mais tarde… ele pergunta se ela acha correto
entregar as três amostras de sangue para um bilionário como Martin Krebs, que
vai produzir um remédio milagroso para o coração para vender a um preço absurdo
pelo qual 99% da população do planeta não poderá pagar. E ela pensa a respeito.
O personagem
de Henry Loomis é maravilhoso… em parte porque, como eu já disse, eu sou
apaixonado pelo Jonathan Bailey, mas ele é realmente quem eu mais gosto de
acompanhar em “Jurassic World: Recomeço”.
Eu gosto de sua consciência social e política, gosto de como ele questiona o
que outras pessoas tomam como certo ou de como ele é o único da missão inteira
que se importa de verdade com os
dinossauros… ele está nessa “aventura” porque ele tem a chance de ver, pela
primeira vez, dinossauros em seu habitat natural, e a minha cena favorita do
filme é quando Loomis vê os titanossauros pela primeira vez – o fascínio
estampado em seus olhos, a emoção quando ele se aproxima e toca a pata de um,
as lágrimas antes do grito de euforia…
É de
arrepiar!
A missão de
coletar três amostras de sangue, liderada por Zora Bennett e possível graças a
um projeto de Henry Loomis, busca três “gigantes” dos dinossauros: um
mosassauro, do mar; um titanossauro, da terra; e um quetzalcoatlo, do ar. A
primeira parte da jornada é repleta de ação em pleno mar, com algo que nos
lembra, talvez, “Moby Dick”, na
maneira como o mosassauro ataca a embarcação… é frenético, eletrizante e traz
de volta os espinossauros; a segunda parte é mais tranquila, bela e poética, e
eu teria passado mais tempo ali, porque é contemplativo e bonito; por fim, a
terceira parte é novamente angustiante,
com direito à coragem de Henry Loomis e uma queda que poderia ter sido fatal,
mas que felizmente é amortecida e garante a sua sobrevivência.
Também
acompanhamos, em paralelo, a história de uma família que ficou à deriva… o
barco de Reuben é atacado pelo mosassauro e, embora eles sobrevivam e sejam
resgatados pelo barco de Kincaid, eles acabam náufragos em uma ilha perigosa,
habitada por dinossauros mutantes. Toda a trama de Reuben, as filhas e o genro
me parece um pouco forçada demais,
porque os quatro são colocados continuamente em situações de morte certa e
todos saem intactos da experiência – em algum momento, parece exagerado, mesmo
dentro do gênero fantasia ao qual “Jurassic
World” pertence. Temos, ainda, a pequena Isabella ficando amiga de um
dinossauro pequeno que ela nomeia “Dolores” e que resolve levar para casa
quando tudo termina…
Não uma boa ideia, convenhamos.
Além dos
três grandes gigantes em busca de quem eles estão, outros dinossauros dão as
caras durante o filme… o Tiranossauro Rex, por exemplo, aparece em uma
sequência com a família Delgado, quando Teresa está pegando um bote inflável
que, por sinal, os ajuda a escapar. A ilha aonde se passa o filme é um lugar
que foi usado como laboratório de pesquisa para o “Jurassic Park” anteriormente, e onde foram deixados dinossauros
que “deram errado”, sejam eles híbridos ou mutações. Temos os Mutadons, que são
uma combinação de pterossauro com velociraptor, e o Distortus-Rex, que é o
dinossauro que eles precisam enfrentar no clímax do filme: trata-se de um T-Rex
com membros a mais e uma cabeça que me fez pensar muito em “Alien”.
O clímax do
filme acontece com os dois grupos reunidos em uma base deserta enquanto
aguardam por um helicóptero de resgate e são atacados por Mutadons e pelo D-Rex,
e aquilo ali é o clássico “Jurassic Park”,
com direito a perseguição, construção de tensão e suspense, um Distortus-Rex
destruindo um helicóptero e fugas inteligentes – bem como uma morte que
ironicamente facilita as coisas para Henry e Zora, porque é só assim para eles
conseguirem tirar as amostras de sangue de Krebs e entregá-las para o mundo sem
patente, para que as pesquisas não resultem em medicamentos com preços absurdos
que quase ninguém poderá pagar. Será que esse é um caminho encontrado pelo
roteiro para que os humanos voltem a gostar de dinossauros?
“Jurassic World: Recomeço” não está
entre os melhores filmes da franquia… é verdade que existem problemas, e eu
deixei o cinema com a sensação de que ele é fraco. Isso não quer dizer, no
entanto, que ele não cumpra a sua função de entretenimento, e eu fico me
perguntando qual será o futuro da franquia – afinal de contas, ficou estabelecido
nesse filme que os humanos perderam o
interesse em dinossauros, então um parque temático não parece muito
provável; além disso, os dinossauros que sobraram estão vivendo de maneira
razoavelmente isolada próximos ao Equador. De todo modo, eu espero voltar a ver
o Jonathan Bailey interpretando o Dr. Henry Loomis na tela de cinema. É um
universo que sempre tem alguma coisa para contar, e visuais bonitos para todos
os fãs de dinossauros!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
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