Round 6 3x03 – Não é Culpa Sua
O pedido de Geum-ja.
Após a
conclusão do quarto jogo no episódio anterior, “Não é Culpa Sua” é um interessante episódio de transição no qual
coisas importantes acontecem, e eu gosto muito desse tipo de episódio, porque
eu sempre falei sobre como “Round 6”
é sobre muito mais do que os jogos. Os jogos são um recurso narrativo para
contar a história desses personagens, e ainda que a crítica social esteja mais
diluída a partir do momento em que se “escapa” da proposta original, que
encerrava a série em uma única temporada, temos momentos muito humanos e
reflexivos como a excelente sequência na qual Geum-ja conversa com Gi-hun para
pedir que ele ajude a cuidar da filha de Jun-hee. Um episódio de tensão,
diferentes focos e o início do penúltimo jogo.
O jogo
anterior eliminou 35 jogadores, deixando apenas 25 que seguem para a próxima
fase – e uma nova votação acontece, ainda que seja evidente que existe mais
pessoas do time “O” do que do time “X”. Mais uma vez, Geum-ja tenta implorar
para que as pessoas votem no “X”, mas no fundo talvez até ela mesma saiba que
essa é uma batalha perdida… ela pede por ela, ela pede por Jun-hee, ela pede
pelo bebê que nasceu naquele labirinto, mas eles perdem com 16 votos pela
sequência dos jogos contra 8 que querem ir embora + 1 abstenção de Gi-hun.
Enquanto isso, os VIPs assistem satisfeitos, divertindo-se com todo o “show”,
porque é uma diversão para eles… esses jogadores não são nada além de animais para
serem caçados. É exagerado, quase caricaturado, mas proposital…
É para
causar repulsa mesmo.
Sem os jogos
acontecendo, o episódio consegue dedicar tempo ao horror dos VIPs e o seu
prazer na caça e na morte alheia, bem como à trama da Guarda 011, que segue
tentando salvar a vida do Jogador 246, pai da garota com quem ela aprendeu a se
importar no início da temporada anterior – a prova material de sua humanidade.
Para tentar tirar o Gyeong-seok em segurança, ela o manda colocar a roupa do
Guarda 016, que é o médico que extraía os órgãos dos jogadores mortos que eram
mandados para lá, e agora é uma questão de tempo até que eles sejam pegos…
gosto de como o episódio brinca com a tensão de ter os líderes observando o 016
e de como No-eul sabe o que está fazendo quando ela tenta garantir a saída
deles da ilha em segurança.
Enquanto
isso, Jun-ho segue buscando a ilha onde os jogos acontecem, porque ele tem
vidas a salvar e cada dia que passa mais mortes se acumulam… infelizmente, ele
ainda confia no Capitão Park, e o Capitão Park está encarregado de não permitir
que Jun-ho chegue à ilha certa até o fim dos jogos – tem funcionado, ainda que
Jun-ho seja avisado sobre como o Capitão Park é suspeito. Nesse episódio, ele
chega à ilha na qual ele foi baleado pelo próprio irmão no fim da primeira
temporada, e eu gosto de como a série reapresenta o lugar com flashes do que acontecera antes, e eu
preciso registrar algo: Jun-ho é um homem muito bonito, mas ele estava excepcionalmente lindo em toda a
sequência da ilha nesse episódio. Só
parece que ele não vai ser de muita ajuda, no fim…
No galpão
onde os jogadores dormem entre os jogos, ganhamos cenas surpreendentemente
emocionantes. A culpa que Jun-hee sente por Geum-ja ter matado o próprio filho
a consome, por exemplo… e é fortíssima a cena na qual Geum-ja vai conversar com
Gi-hun. É uma mistura de desabafo, despedida e súplica, e é uma cena
impactante! A maneira como Geum-ja fala sobre o filho, sobre ter jurado
protegê-lo e ter sido quem o matou no fim, e como pede que Gi-hun prometa que
vai cuidar de Jun-hee e da bebê… toda a construção do jogo, a conversa com
Jun-hee, o monólogo e o pedido a Gi-hun culminam no suicídio de Geum-ja, que
descobrimos quando os guardas entram no galpão com uma caixa na manhã seguinte.
É doloroso, cruel, brutal…
E faz todo o
sentido dentro da narrativa!
Um soco no
estômago!
Se Jun-hee
já estava se sentindo culpada antes, a morte de Geum-ja acentua o sentimento,
mas Gi-hun se aproxima dela para dizer que a
culpa não é dela… todos ali fizeram e fazem escolhas o tempo todo. Gi-hun
vai fazer o que Geum-ja pedira que ele fizesse… a verdade, no entanto, é que
ele provavelmente o faria mesmo que ela nunca tivesse falado com ele. Quando os
guardas buscam os jogadores para o próximo jogo, Gi-hun acompanha Jun-hee
porque não pretende abandoná-la – e o jogo é o pior possível para ela dentro de
suas condições, porque se trata de pular
corda enquanto se atravessa uma ponte estreita e alta cuja queda levará
tantos jogadores à morte, em um prazo de 20 minutos… e Jun-hee está com o tornozelo fraturado.
A tensão que
“Round 6” constrói em cada um de seus
jogos é impressionante: o visual, a trilha sonora, as relações entre os
jogadores… gostei particularmente de toda a sequência do 124 e do 125, porque
temos o prazer de ouvir o Min-su chamando o 124 de fracassado, como ele já o
chamou tantas vezes, e agora é ele quem está no comando, com a droga que o 124
perdera no labirinto na prova anterior e que Min-su encontrara. Ele joga o
cordão que pertencera a Thanos no meio da ponte, fazendo com que o 124 seja o
primeiro a tentar atravessar só para buscar a droga pela qual anseia, mas o
toque especial é o fato de o Min-su ter
tirado a droga de lá antes.
A morte de
124 combina demais com ele, no fim… patético.
Parabéns,
Min-su. Sério.
Depois da
morte do 124, Gi-hun resolve tentar, porque ele tem duas pessoas que proteger:
os guardas não deixam a bebê ficar ali daquele lado da ponte para ser buscada ao
fim da prova, dentro de 20 minutos… segundo eles, todos que estão ali são jogadores e qualquer pessoa que não tenha
atravessado a ponte ao fim do tempo será eliminada.
Então, o 456 pega a bebê de Jun-hee no colo e é o primeiro a atravessar, em uma
sequência que nos faz ficar com a respiração presa, mas ele chega em segurança
do outro lado – e, com o caminho “aberto”, os demais jogadores começam a
atravessar… o segundo a chegar ao destino, o 096, no entanto, tem sua própria
tática, recebendo os que chegaram até ali os empurrando para a morte. Como ele
diz, ele está “jogando”.
Essa reta final será ainda mais sangrenta.
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