Glee 3x14 – On My Way
“Here’s to
us, here’s to love”
Exibido
originalmente em 21 de fevereiro de 2012, “On
My Way” é o décimo quarto episódio da terceira temporada de “Glee” – e figura dentre OS MELHORES
EPISÓDIOS da série. Esse é um daqueles casos em que eu fico impressionado com o
quanto se pode fazer em 45 minutos de episódio! “On My Way” traz a) uma história séria para Dave Karofsky;
b) as repercussões da em diferentes personagens de uma tentativa de suicídio;
c) o planejamento do casamento de Finn e Rachel, planejado para aquele sábado;
e, além de tudo isso, d) as Regionais quqe acontecem no McKingley High. É muita
coisa, mas tudo bem construído e bem trabalhado de maneira coerente… essa é uma
daquelas vezes em que terminamos sabendo o quanto “Glee” pode fazer.
Dave
Karofsky é um personagem curioso. Ele
era alguém que causava revolta, angústia e medo durante toda a primeira
temporada, na sua perseguição a Kurt, e foi por causa de Karofsky que Kurt
precisou sair do McKingley High e ir para a Dalton Academy na segunda
temporada, porque ele não se sentia mais seguro ali. Eventualmente, descobrimos
que toda a raiva que Karofsky sentia e todo o bullying violento que ele fazia partia de uma não-aceitação a si
mesmo, porque ele também é gay e não tem a confiança que o Kurt tem. Dave
entendeu seu erro, pediu desculpas, mudou de escola, começou a conhecer-se e
aceitar-se melhor… ou quase isso. No episódio passado, ele se declarou apaixonado
por Kurt e teve o seu coração partido porque tudo o que Kurt pode ser é seu amigo.
É uma bola
de neve com a qual Karofsky não sabe lidar. Não é uma coisa pontual que o leva
a uma tentativa de suicídio: é tudo que foi se acumulando durante anos… seu
sentimento em relação a si mesmo, ao outro, a sensação de “rejeição”, e então
ele é visto com o Kurt no Breadstix no Dia dos Namorados, e isso se torna um
inferno para ele na escola. Tirado do armário, Karofsky sofre na própria pele o
que ele fez o Kurt sofrer anteriormente. É extremamente dolorosa a cena do
Karofsky entrando no vestiário com todos olhando para ele, depois a pichação
ofensiva no seu armário, e a cena é intensificada por “Cough Syrup”, cantada em paralelo por Blaine. É uma cena tão forte
e uma cena que ficou tão marcada em minha memória.
Sempre,
SEMPRE, mexe demais comigo.
Karofsky
chora compulsivamente em seu quarto, veste um terno e tenta se matar… ele só
não consegue porque o pai o encontra a tempo, e essa é outra cena que aparece
apenas em um flash rápido, mas
machuca profundamente. Os professores se reúnem no McKingley para conversar
sobre como dar essa notícia aos alunos e sobre o cuidado que precisam ter, e a
conversa que acontece ali entre Figgins, Emma, Will e Sue é brilhante. Sue está
machucada e se sentindo culpada; Will fala sobre como eles temiam que ele fosse
machucar o Kurt e nunca pensaram que ele machucaria a si mesmo; Figgins tenta
amenizar as coisas dizendo que não era trabalho deles saber isso; e Emma
termina a cena com um “E de quem era?”.
Um soco no estômago!
Gosto de
como esse acontecimento reverbera por todo o episódio… de como isso se torna
uma discussão no “Esquadrão de Deus”, por exemplo, como Kurt fala com
propriedade sobre o que Karofsky devia estar sentindo e desmantela todo o
discurso de “egoísmo” de Quinn, e choramos com ele porque ele se sente
parcialmente culpado… e isso ecoa mesmo onde não achamos que ecoaria: Sebastian
Smythe, que começa o episódio tentando fazer uma chantagem baixa pela
desistência do New Directions (!), muda a sua atitude por completo após a
tentativa de suicídio de Karofsky, porque é a primeira vez que ele entende que nem tudo é uma brincadeira… que suas
atitudes têm consequências. Em parte, ele se sente culpado também por ter sido
cruel com Karofsky no bar um dia.
Por isso o
afeta tanto.
Will
Schuester tem uma cena muito bonita com o glee
club para falar sobre o assunto, e ele começa dando a Rory uma colher de pasta de amendoim, que ele
nunca provou antes na vida. Parece algo pequeno, mas é a introdução para que
Will fale sobre suicídio e sobre o futuro. Ele conta uma experiência de quando pensou em tirar a própria vida, e ele
convida todos a se alternarem para falar sobre algo pelo que eles esperam no
futuro… é uma cena emotiva e sincera, e gosto do clima que se estabelece ali de
união e entendimento. Há algumas
piadinhas que cabem ao momento (a Tina dizendo que “ela só quer uma música”), e
outros detalhes excelentes do texto: o Blaine esperando por casamento
igualitário em todos os países ou a Santana pelo dia em que a avó volte a
amá-la, por exemplo.
Tudo nesse
episódio funciona tão brilhantemente!
E, então,
chegamos às Regionais. Não é impressionante o QUANTO se faz e se faz bem nesses
45 minutos de episódio?! Os primeiros a se apresentar são os Warblers, e não
tem jeito: eu até concordo que eles não mereciam ganhar porque os New
Directions foram mesmo melhores, mas isso não quer dizer que eu não ame os Warblers! EU AMO! E o Sebastian
estava absurdamente lindo, convenhamos. Vemos duas músicas dos Warblers:
primeiro, “Stand”, com uma energia
deliciosa; depois, “Glad You Came”,
uma música que eu ADORO e que eu amo ver o Sebastian dançando… é curioso
assistir a essas apresentações e pensar no que o roteiro estava querendo
sugerir com os cortes e os closes no
Blaine enquanto o Sebastian canta e vice-versa.
Depois,
chegamos às três músicas do New Directions – E É UMA APRESENTAÇÃO IMPECÁVEL!
Cheia de talento, de entrega, de beleza, de energia, eu amo cada segundo dessa
apresentação, e acho que funciona bem depois do episódio que tanto nos fez
sofrer! Eles começam com o mash-up “Fly / I Believe I Can Fly”, que é mais
um mash-up excelente da temporada;
depois as Troubletones emendam com “Stronger
(What Doesn’t Kill You)”, e é sempre um prazer assisti-las em suas
performances; e, por fim, um solo de Rachel Berry com a lindíssima “Here’s to Us”, que fecha a
apresentação de forma muito intimista. Até Sue Sylvester fica emocionada
(talvez sejam os hormônios da gravidez), tanto que ela anuncia a Will que ela
quer ajudá-lo a ganhar as Nacionais…
O episódio
ainda tem uma conclusão de tirar o fôlego dividida em duas partes
pós-Regionais. Primeiro, vemos o Kurt indo visitar o Karofsky no hospital ao
fim de suas 72 horas de Vigilância, e esse é o primeiro momento em que vemos o
Karofsky desde a sua tentativa de suicídio, e é bom ver que ele está bem… Kurt
é maravilhoso, cuidadoso e sincero ao não esconder que haverá dias difíceis,
sim, mas convida Karofsky a se imaginar em 10 anos – bem-sucedido, casado com
um homem bonito, com um filho… e, naquele momento, é como se Karofsky estivesse
nesse futuro e se sentisse FELIZ. Tão linda e tão emocionante essa cena!
Depois, temos o casamento apressado de Rachel e Finn, que decidiram que a vida
é curto e não querem perder mais tempo, mas falta a Quinn…
E, “no
caminho”, Quinn sofre um acidente. Um
acidente grave.
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