The Sandman 2x02 – Chapter 12: The Ruler of Hell
“I came
here to free the Queen of the First People. Where is she, Morning Star?”
Depois de um
jantar oferecido por Destino dos Perpétuos em seu Reino para os irmãos, grandes
mudanças foram colocadas em andamento. “The
Ruler of Hell” é o segundo episódio da segunda temporada de “The Sandman” e adapta a próxima parte
de “Estação das Brumas” com maestria
e intensidade, no momento em que a busca de Morpheus, o Senhor dos Sonhos, por
Nada, a Rainha do Primeiro Povo, culmina em uma grande surpresa. Lucifer fora
informado da chegada de Sonho ao seu Reino, e embora Sonho estivesse esperando
um exército com todos os demônios existentes e a possível necessidade de
arrombar os portões da frente para entrar, ele se depara com um portão aberto e
um Inferno vazio… aparentemente, Lucifer está se aposentando.
Toda a
sequência de Sonho e Lucifer na primeira parte do episódio é EXCELENTE. Como
Governante do Inferno, Lucifer tem suas responsabilidades, mas ele está
cansado… e se Sonho pode deixar o seu Reino tantas vezes quando bem entende,
por que ele não poderia? Há certa franqueza no diálogo no qual Lucifer conta
sua decisão e anuncia que “o Inferno está fechado”, e algo de filosofia típica
da obra quando ele fala sobre como as pessoas o culpam por muita coisa que elas
mesmas fazem, e depois chegam ao Inferno esperando que ele cumpra seus desejos
por dor e punição. Tudo aqui funciona brilhantemente para a construção de uma
cena épica: o texto, a interpretação, o visual! Então, Lucifer pede que Sonho
faça algo por ele antes de partir: que
corte as suas asas.
“Do this
for me… please”
Com o
Inferno fechado e as asas de Lucifer cortadas, ele entrega para Sonho a Chave do Inferno, e esse era o seu
plano desde o início, essa era a sua vingança: “O Inferno é seu agora”. Eu gosto de como a expectativa de Sonho é
quebrada porque eles não “lutaram”, como ele imaginou, mas a inteligência de
Lucifer entrega algo muito pior que uma luta, que é o poder e a
responsabilidade de possuir a Chave do Inferno – uma chave pela qual criaturas
de todos os Reinos possíveis estarão brigando em breve. O Inferno está vazio,
Nada não está lá, e agora Sonho tem algo mais urgente com que se preocupar:
criaturas do Inferno estão livres, o caos pode tomar conta do mundo e ele tem
duas opções, como diz a Morte… ou ele governa o Inferno ou dá a chave a outra
pessoa.
Quem?
Claro, não é
como se não houvesse ninguém interessado… Morpheus sabe que o Sonhar vai ser
tomado por “visitantes” exigindo a Chave do Inferno, e isso de fato não demora
a acontecer – e, quando eles surgem, Sonho pede que Lucienne os receba e
ofereça um banquete real, porque eles
são mais perigosos como seus inimigos do que como convidados. O Sonhar está
lotado de figuras peculiares e dessa junção gostosa de universos e mitologias
que sempre foi “Sandman”. Morpheus
recebe a visita de Odin, o Pai de Todos, junto a Thor e Loki; do Mestre
Kilderkin, manifestação da Ordem e apresentado dentro de uma caixa; Jemmy
Calafrio da Brigada Rasa, a Princesa do Caos; Susano’o-no-mikoto, deus do mar e
das tempestades; Cluracan e a irmã Nuala, da Corte das Fadas; Azazel.
São tantas
figuras naquele jantar, e Sonho e Lucienne observam de longe e discutem
opiniões e impressões: estar no meio deles fará com que eles “se comportem”, e
Sonho quer tomar a decisão correta quando escolher a quem entregar a Chave do
Inferno… não estar no meio deles não significa não interferir, no entanto,
porque aquele é o Sonhar – seu Reino e sua responsabilidade. Quando Thor age
como um babaca, por exemplo, Sonho é INCRÍVEL desintegrando o seu martelo e
dizendo que não tolera ameaças. É depois disso que chegam, ainda, os Anjos
Remiel e Duma, não com a intenção de interferir, mas o assunto é de extrema
importância para o Criador e eles esperam com interesse a decisão de Sonho… quem será o novo Governante do Inferno?
“You’ll
make the right decision. You almost
Always do”
Eu gosto
demais de como o Sonho se mostra apático e com sua voz sempre no mesmo tom e,
ainda assim, ele consegue fazer com que eu
seja meio apaixonado por ele… não consegui deixar de pensar nisso enquanto
ele estava reagindo às investidas particulares de interessados na Chave do
Inferno e aos presentes e ofertas que lhe eram feitas. No fim, para quem não
tinha nenhuma opção inicialmente, Sonho acaba com duas opções que parecem
razoáveis: Odin, que quer usar o Inferno para escapar do Ragnarok e ainda
oferece a Sonho a localização do seu irmão desaparecido, o Sétimo Perpétuo; e
Susano’o-no-mikoto, que parece talvez a pessoa mais razoável dentre todos.
Sonho informa que fará o anúncio de sua decisão no dia seguinte…
E, naquela
noite, coisas mudam.
Azazel pede
uma reunião com Sonho e ele não vai esperar até o dia seguinte… Azazel está
disposto a “reconquistar” o Inferno para os demônios, sentindo que é seu por
direito, e existe algo de ameaça na sua conversa com Morpheus – mas ameaça não
é o tipo de coisa que assusta Sonho, e talvez Azazel saiba disso, porque ele
tem mais do que ameaças: ele tem Nada
como prisioneira dentro de si, e pode consumir a alma da Rainha do Primeiro
Povo se o Rei do Sonhar não fizer a sua vontade. O mais interessante dessa
cena, na minha opinião, é a reação de Sonho: a maneira como ele tenta manter o
rosto impassível, mas como ele está se
segurando, se contendo, tremendo. É um traço de realidade que ele poucas vezes deixa a mostra e intensifica a tensão daquele momento.
Tudo isso
não foi sempre sobre salvar a Nada?
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