Lemonade Mouth (2011)
“Be heard.
Be strong. Be proud.”
Baseado no
livro homônimo de Mark Peter Hughes, “Lemonade
Mouth” é UM DOS MELHORES FILMES ORIGINAIS DO DISNEY CHANNEL! Lançado em 15
de abril de 2011 e com Bridgit Mendler, Adam Hicks, Hayley Kiyoko, Naomi Scott
e Blake Michael nos papeis principais, o filme conta a história de cinco
adolescentes que se encontram na detenção, começam a fazer música e percebem
que a) eles são realmente bons nisso; e b) a música deles pode fazer a
diferença na vida de outras pessoas. É uma história inspirada que tem seus
personagens complexos, relações verdadeiras sendo estabelecidas, boas críticas
sociais e, por fim, muito boa música, em um clima jovem e colorido que esconde
muito mais profundidade do que eu esperava.
Os cinco
jovens protagonistas do filme compartilham o amor pela música e problemas em
casa sobre os quais não falam… Olivia White, que ganha uma detenção por estar
escondida no armário do zelador para ler em horário de aula, vive com a avó,
porque a mãe morreu há muito tempo (uma gata velha é a única coisa que ela
sente que ainda tem da mãe) e o pai está preso, e ela não tem coragem de falar
com ele, em um sentimento que envolve vergonha e culpa; Mohini Banjaree,
conhecida como Mo, que ganha detenção por estar tentando fugir da aula com o
namorado (que, por sinal, não ganha detenção porque “é a estrela do time de
futebol” ou algo assim), vive com um pai superprotetor que quer que ela seja “a
filha indiana perfeita”… e quer que ela seja quem ela não é.
Wendell
Gifford, conhecido como Wen, está tentando lidar com o fato de que o pai tem
uma nova namorada que só tem 28 anos, e ele está impondo a sua presença sem
sentar para conversar com ele de verdade sobre todas as mudanças que eles estão
enfrentando, e é justamente por isso que ele ganha uma detenção, quando a
Sydney aparece na escola para entregar uma pasta para ele, o professor a chama
de sua “mãe” e ele se exalta dizendo que ela não é sua mãe e perguntando se o
professor é um idiota. Charles Delgado, Charlie, é um rapaz apaixonado pela
música, mas empurrado para o esporte, que vive à sombra de seu “irmão
perfeito”, idolatrado pelos pais a ponto de eles quererem que ele seja exatamente como ele… e eles falham em
ver que ele é outra pessoa.
Charlie
ganha detenção após dar uma bolada acidental no treinador.
Por fim,
temos Stella Yamada, uma garota rebelde que vem de uma “família de gênios” e se
sente invisível e desimportante na própria família, porque ela não é como eles…
sua principal característica é ser questionadora,
e é o que lhe garante uma detenção no
primeiro dia de aula na escola nova, quando ela se manifesta na frente de
todos. E quer saber? Cada um dos cinco precisava
daquela detenção para se encontrar, e a Mesa High School precisava de alguém como a Stella, porque é uma escola com um
diretor que só valoriza o esporte e relega todos os demais clubes – xadrez,
teatro, ballet, robótica, música, etc. – ao PORÃO. E é ali, no “submundo” da
Mesa High School, que as coisas começam a mudar… é ali no submundo, também
conhecido como porão, que a revolução começa.
E, em parte,
por causa da LEMONADE MOUTH. Os cinco adolescentes enviados para a detenção
acabam fazendo música casualmente
enquanto limpam a sala, e isso chama a atenção da professora responsável por
eles: eles têm talento, e eles poderiam cantar juntos em um evento que está por
acontecer… inicialmente, parece uma péssima ideia, mas por que não? Não é como
se eles não fossem bons de verdade, e todos eles gostam de música… Stella toca
guitarra, Mo tem formação clássica no violino e pode tocar baixo, Wen toca
teclado, Charlie toca bateria e Olivia tem uma boa voz, embora tenha medo de
cantar na frente dos outros. Mais cedo ou mais tarde, eles se reúnem mais uma
vez e começam a tocar juntos como uma banda…
Eles até
conseguem um nome muito bacana!
Se na “sala
de música” eles improvisaram um “Turn Up
the Music” que ficou maravilhoso, o que eles podem fazer com ensaio? É o
que eles nos mostram durante a Festa de Halloween que é a primeira grande
apresentação deles: é um debut e um
protesto. Eles arrebentam com “Here We
Go” e “Determinate” (EU AMO
ESSAS MÚSICAS!), e Stella aproveita a oportunidade para fazer um protesto
contra a retirada da máquina de limonada do porão por causa dos novos
patrocinadores de esportes da escola (!), e é muito bom vê-la usando a voz e a
popularidade recém-conquistada pela banda para lutar por aquilo em que acredita
– ainda que ela e os demais sofram retaliação por isso e a Lemonade Mouth seja
proibida de continuar ensaiando e se apresentando na escola.
O que, no
fim, não quer dizer muita coisa… ELES NÃO VÃO SE CALAR. Depois da apresentação
na Festa de Halloween e de todas as manifestações a favor deles pela escola,
eles percebem o quanto são importantes, o quanto fizeram a diferença, o quanto deram voz a clubes e pessoas da escola a
quem o diretor nunca deu atenção. Agora, a Lemonade Mouth se torna a voz
não apenas desses cinco jovens, mas de todos os “desajustados” da Mesa High
School, todos que se sentem excluídos e/ou menosprezados de alguma maneira, e
eles percebem que é uma revolução – uma revolução que eles não podem e não
devem deter. Então, eles seguem cantando, conseguem um emprego fixo às terças
na Pizzaria do Dante e seguem lutando contra o sistema.
Eles são uma
sensação!
E, com isso
tudo, eles também se conectam e se aproximam cada vez mais… uma das cenas mais bonitas do filme acontece quando
Nancy, a gata velha de Olivia que pertencera à sua mãe, morre e todos os amigos
vão à casa vê-la… enquanto eles estão deitados no quintal da casa de Olivia
olhando para o céu e tentando ver formas nas nuvens, eles compartilham um
momento de pura sinceridade – um momento no qual as feridas não cicatrizadas
são expostas e a amizade deles se torna mais real do que nunca. A maneira como
Stella fala de ser invisível para a família, como Mo diz que queria ser
invisível para o pai, porque é imperfeita para ele, como Wen e Charlie falam de
viver à sombra da namorada ou do irmão perfeitos, e Olivia compartilha com eles
o que nunca dissera sobre o pai…
É tão
sincero, tão forte e tão bonito!
“More Than a Band”.
A força que
eles encontraram naquele porão para onde foram mandados para a detenção os
carrega pelos meses seguintes, conforme eles constroem não só uma banda de
talento e de sucesso, mas uma amizade verdadeira – e eles infelizmente não
estão em condições de se apresentar na competição para a qual tanto se
prepararam, porque é como se tudo desse errado ao mesmo tempo… Mo fica doente,
Charlie quebra três dedos por causa de um descuido em um acesso de raiva
causado pela frustração, Wen machuca o olho ao descobrir que o pai vai se
casar, Olivia perde a voz… e Stella faz um protesto embaixo de chuva pela
máquina de limonada do porão da escola que termina com os cinco sendo levados
para a delegacia.
Bonita a cena na qual cada responsável vai
buscá-los… algumas coisas se encerram ali.
Eles não
estão bem para se apresentar no Rising Star, e é verdade que eles não ganham a
competição… mas é como eles dizem: eles
ganham algo muito melhor. A apresentação em si é um momento interessante
porque a plateia usa a sua voz para cantar por eles, e até o ex-namorado de Mo,
que tinha sido um idiota, mas se mostrou eventualmente menos babaca do que a gente esperava, sobe ao palco com a sua
guitarra para ajudar, e é bonito ver todo mundo cantando a música deles por
eles, como uma homenagem e como uma promessa do quanto eles gostam da Lemonade Mouth. Todos ganharam muito com a banda: os
fãs com as músicas boas; os integrantes com um lugar ao qual eles sentem que
pertencem, um lugar onde são ouvidos…
Um lugar do qual podem se orgulhar.
Termino o
filme completamente encantado, muito feliz por eu finalmente ter chegado a ele
– um clássico do Disney Channel que eu não assisti na sua época de lançamento.
É UM GRANDE FILME EM MUITOS SENTIDOS. Musicalmente, sinto que temos grandes
momentos, que culminam na grande apresentação da Lemonade Mouth no Madison
Square Garden, ao som de “Breakthrough”,
mas o filme é muito mais do que isso. É uma mensagem a todos que já se sentiram
desajustados por algum motivo, é um convite para se fazer ouvir quando nos
deparamos com um sistema injusto, e é a recordação de que existe um lugar no
qual podemos nos sentir em casa… e se esse lugar não existe, podemos criá-lo. “Lemonade Mouth” é meu mais novo
queridinho do Disney Channel! Uma delícia!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
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Eu adoro esse filme e as músicas da banda!
ResponderExcluirVocê acredita que eu assisti agora para escrever para o blog e que eu nunca tinha visto antes? Erro meu, o filme é maravilhoso mesmo!
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